Artigo: Norte Fluminense, Capital da Energia
15/10/2021 20:23 - Atualizado em 16/10/2021 15:59
Francisco Roberto de Siqueira
Francisco Roberto de Siqueira / Divulgação
* Por Francisco Roberto de Siqueira
Há cerca de 40 anos, a economia do Brasil é movida, em grande parte, pelos combustíveis extraídos do fundo da costa Norte Fluminense. A região, que chegou a ser responsável por 85% de toda a produção de petróleo do país, hoje passa por um processo natural de arrefecimento que, no entanto, não significa o fim de um ciclo, pelo contrário: trata-se de um reinício, com o desenvolvimento de novas tecnologias e novos atores, que trazem previsões de mais de R$ 13,2 bilhões em investimentos na Bacia de Campos. Mas, nem por isso, devemos abdicar das oportunidades aventadas pelas “energias do futuro” que já se fazem presente.
Especialmente em se tratando de uma região como a nossa. Campos dos Goytacazes, município que, em território, é o maior do estado, é também em grande parte composto por planícies. Assim, trata-se de um ambiente com menor incidência de sombras e adequada à safra dos ventos, condições, portanto, ideais para a exploração das energias eólica e solar. Situação semelhante ao dos municípios vizinhos, como prova o Parque Eólico de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana, um dos maiores do Sudeste.
Por isso, o que não faltam são projetos neste sentido. Na edição de setembro, a Carta da Indústria da Firjan mapeou 22 projetos de energia limpa no Norte Fluminense. A Equinor, uma das maiores multinacionais de energia, iniciou estudos para um projeto de eólica offshore no Rio e no Espírito Santo. A mesma empresa também assinou um Memorando de Entendimento com a Porto do Açu Operações para avaliar o desenvolvimento de uma usina de geração solar fotovoltaica na área de Porto do Açu até o início de 2022.
Em parceria com uma mineradora australiana, o Porto estuda ainda desenvolver uma planta de hidrogênio, impulsionando a produção de fertilizantes e o agronegócio. No radar, estão também o chamado aço verde – produção sustentável por meio do carvão vegetal –, além de agentes químicos, combustíveis e uma série de produtos industriais manufaturados. Sem contar as termelétricas, atraídas pelo Marco Legal do Gás, pleito histórico da Firjan: duas no Porto do Açu – uma já em atividade –, e outras 13 apenas em Macaé – duas delas já prestes a participar dos próximos leilões, em projetos que envolvem R$ 3 bilhões em investimentos.
Iniciativas que foram atraí-das também pelo mercado de Petróleo e Gás e a capacidade instalada em solo norte fluminense, demonstrando, uma vez mais, a importância do “ouro negro” para o passado, o presente e, também, o futuro da região. Assim, o petróleo e as terras goytacazes reescrevem juntos um novo ciclo de progresso, tornando-se, à luz da história, no combustível a impulsionar uma enorme gama de desenvolvimento regional e integrado, e que vai consolidar o Norte Fluminense na Capital da Energia do Brasil.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS