Campos terá ponto de coleta fixo para doadores de medula - único fora da capital
23/09/2021 12:14 - Atualizado em 23/09/2021 12:17
Hemocentro de Campos será o primeiro ponto fixo de coleta de doadores de medula óssea no interior.
O Hemocentro de Campos terá o primeiro ponto de coleta fixo para doadores de medula óssea no interior do Estado. Atualmente, os únicos hemocentros aptos para receber amostras, e realizar o cadastro dos doadores, estão localizados na capital. A partir de 18 de outubro, o doador poderá se cadastrar diretamente no Hemocentro Regional, localizado no Hospital Ferreira Machado (HFM), onde será feita a coleta da amostra de 5 ml de sangue do voluntário e posterior envio ao Laboratório de Histocompatibilidade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HLA-UERJ), e os dados inseridos no Registro Nacional de Doadores de Medula (Redome).
A data escolhida para início das atividades coincide com a celebração dos dois anos da campanha “Campos, doe esperança. Doe Medula”. Em 2019, a campanha levou centenas de voluntários ao Ciep da Lapa, em Campos, e recebeu apoio de diversas instituições, da iniciativa privada e da sociedade campista (relembre aqui e aqui). O transplante de medula óssea é o tratamento para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas, e cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. Mas é necessário haver compatibilidade genética entre doador e paciente. A chance é de 30% entre irmãos e muito menor quando busca-se doadores não-aparentados. Por este motivo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 33 milhões de doadores no mundo. O Redome é, hoje, o terceiro maior registro e representa, para os pacientes brasileiros, a maior chance de encontrar um doador não-aparentado.
O engenheiro Fernando Costa, coordenador da campanha em Campos, comemora a instalação do ponto fixo no município, uma conquista que poderá beneficiar muitas pessoas que tem na doação de medula a única esperança. “Desde a nossa campanha, em 2019, buscamos ter um ponto fixo de cadastro de doador voluntário de medula aqui no Hemocentro de Campos. E conseguimos. A pessoa que for ao hemocentro a partir do dia 18 de outubro, buscando a doação de sangue, poderá também se cadastrar como doador de medula e fazer parte do Redome. Para isto, bastará sinalizar na recepção o interesse. Uma grande vitória” — informa Fernando.
A professora Priscila Pixoline, esposa de Fernando, foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda (LLA) e fazia quimioterapia no início da campanha. Hoje, curada após encontrar um doador compatível e fazer o transplante, ela é um símbolo da luta para conscientizar as pessoas sobe a importância da doação.
Hemocentro Regional – O sinal verde do Redome para a instalação do ponto de coleta fixo em Campos havia sido dado em fevereiro deste ano. Inicialmente, tinha previsão de funcionamento em meados de abril, no Hemocentro Regional, mas foi frustrada pela pandemia do coronavírus. Agora, segundo assessoria de comunicação do Hemocentro, está confirmado para o próximo dia 18 o início do cadastro e coleta de amostra de doadores de medula, em Campos.
Além da integração com o sistema nacional do Redome, foi feito a capacitação da equipe do Hemocentro para manipulação e abordagem de possíveis doadores. O Hemocentro de Campos funciona nas instalações Hospital Ferreira Machado (HFM). Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 35 anos de idade.
– Estar em bom estado geral de saúde.
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante.
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Edmundo Siqueira

    [email protected]