Frente fria estimula ações em prol de moradores de rua
Ícaro Abreu Barbosa 30/07/2021 11:59 - Atualizado em 30/07/2021 12:00
Várias ações de auxílio e ajuda aos moradores em situação de rua de Campos aconteceram durante a noite da última quinta-feira (29), com a chegada desta massa de ar polar que vem do Sul do continente. Todas as iniciativas, tenham sido elas em grande ou pequena escala, executadas pela sociedade ou pelo poder público, foram importantes para quem recebeu um cobertor ou alimento como forma de solidariedade e símbolo de amor ao próximo.
De acordo com a prefeitura de Campos, uma equipe do Centro de Referência Especializado para População de Rua (Centro Pop), ligado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social, realizou mais abordagens sociais com as pessoas. “No inverno, a ação foi intensificada, principalmente, esta semana com a previsão de queda acentuada de temperatura. A primeira-dama Tassiana Oliveira, junto com o secretário da pasta, Rodrigo Carvalho, acompanhou a ação”, comentaram.
O prefeito de Campos, Wladimir Garotinho (PSD), compartilhou a ação nas suas redes sociais e escreveu e estimulou a doação de agasalhos e cobertores: “Noite fria em Campos, temperatura em 14°. As equipes do CentroPop e do Consultório na Rua juntos com a minha esposa (Tassiana Oliveira) foram acolher os moradores, oferecer abrigo ou cobertores para os que desejaram ficar na rua por opção própria. Doe agasalhos, colchonetes e cobertores! Vamos ajudar nossos irmãos.”
Em alguns casos as abordagens foram bem-sucedidas e as pessoas aceitaram ir para os abrigos distribuídos pela cidade ou então voltar para suas cidades de origem; em outros casos, aqueles que preferiam ficar nas ruas, o máximo que a prefeitura pode fazer foi entregar cobertores e agasalhos doados no Centro Pop, localizado na Rua Barão da Lagoa Dourada, 23, no Centro.
Ainda de acordo com dados do governo, 3.202 atendimentos para a população de rua foram realizados e, no memento, os centros de acolhimento contam com 111 vagas. Nestes Centros os abrigados são alimentados, podem pernoitar e também recebem acompanhamento multidisciplinar. Atualmente estima-se que 130 pessoas estejam em situação de rua no município.
A população não ficou de fora e também fez sua parte. Em atos em menor escala, mas dotados de solidariedade, como no caso Artur Gusmão, procurador do município e advogado, cobertores foram distribuídos:
– Há um mês e meio eu consegui fazer uma ação com vários amigos da procuradoria do trabalho e da família. Conseguimos fazer uma arrecadação e comprar quase 60 cobertores, que foram distribuídos em vários lugares. Mas ontem vi que tinham sobrado ainda seis. Então coloquei no carro e saí vendo aqueles guardadores de carro na Pelinca, enfim, e fui distribuindo, foi um ato simples e isolado, mas é bom compartilhar – explicou Artur.
Outro exemplo foi o do médico psiquiatra Dr. Flávio Mussa Tavares, que ofereceu o espaço da Escola Jesus Cristo, na Rua dos Goytacazes, aonde é diretor, para a Prefeitura de Campos utilizar como abrigo, caso precisasse; mas ninguém do poder público se manifestou até o momento para negar ou aceitar. Uma demanda já foi gerada, mas até a data desta publicação não houve resposta quanto ao assunto.
Entretanto, o médico detalha um pouco da situação no local e reafirma sua vontade de ajudar: “Estou disponível e temos espaço por lá; as salas de aula e o ginásio podem abrigar algumas pessoas. Nós só não temos pessoas para trabalhar nesses abrigos e precisaríamos que o município concedesse alguns funcionários também.”

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