Delegado fala sobre ação conjunta que resultou na prisão de suspeito de atirar em PM
Ícaro Abreu Barbosa - Atualizado em 21/07/2021 16:01
Coletiva na 146ª DP
Coletiva na 146ª DP / Genilson Pessanha
O delegado titular da 146ª Delegacia de Polícia (DP), de Guarus, Pedro Emílio Braga, concedeu uma entrevista coletiva, no início da tarde desta quarta-feira (21), para dar detalhes sobre ação conjunta da Polícia Militar e Polícia Civil para encontrar os suspeitos de participação no assalto a um policial militar, que acabou baleado. O crime aconteceu no final da tarde de segunda-feira (19), quando o 2º sargento lotado na 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) chegava a sua casa na companhia de seu cunhado, que também foi atingido por disparos. O suposto autor do crime, identificado pela Polícia como Cristiano Marques Cardoso, de 23 anos, se entregou, na noite dessa terça (20), após negociação mediada entre o delegado Pedro Emílio Braga e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Ele também tinha um mandado de prisão em aberto, por conta de um assalto a uma lotérica em Guarus, neste ano. A Polícia ainda investiga o paradeiro da arma roubada do PM e do revólver utilizado no crime.
Segundo o delegado Pedro Emílio Braga, as armas - uma pistola Glock G22, calibre .40, roubada do 2º sargento, e um revólver calibre .38 - ainda não foram encontradas. "A investigação continua, é um fato ocorrido há menos de 48h, embora já tenhamos esclarecido a maioria das circunstâncias e chegado a apuração cabal da dinâmica delituosa e apreendido a roupa utilizada no momento do crime, a motocicleta utilizada na fuga, imagens e a confissão do acusado. Resta apurar algumas circunstâncias ligadas ao paradeiro das armas envolvidas, que seguem sob investigação e que não podemos divulgar os detalhes" informou.
A ação de buscas pela autoria do crime contou com a participação da Polícia Civil, do serviço reservado do 6° Comando de Polciamento de Área (CPA), do 8°Batalhão de Polícia Militar (BPM), da 6ª DPJM, e de policiais militares das unidades de Itaperuna, Pádua e Macaé.
— A partir das primeiras informações conseguidas naquela noite, conseguimos, através de diligências investigativas, chegar a qualificação completa deste indivíduo. No decorrer da terça-feira (20) conseguimos chegar ao primeiro local onde ele teria buscado refúgio e conseguimos imagens de câmeras, junto as roupas que ele teria utilizado no crime — contou Pedro Emílio, sobre os primeiros passos da investigação
— Neste momento, já esclarecida a qualificação do suspeito, buscamos localizar o esconderijo aonde o indivíduo se encontrava. Realizamos, então, mais diligências ao longo do dia e conseguimos novas notícias sobre o local aonde ele poderia estar escondido e passamos a negociar sua entrega, sobretudo através da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Já no início da noite chegamos a informação de seu paradeiro e equipes da delegacia se dirigiram ao local, obtendo êxito em realizar a prisão do suspeito, que se encontrava com um projétil alojado, e o levando ao Hospital Ferreira Machado — acrescentou o delegado.
Antes do principal suspeito receber voz de prisão, a Polícia apreendeu uma mulher e outro homem, suspeitos de participação na tentativa de latrocínio. Após depoimentos, a Polícia chegou a conclusão de que os dois não teriam participado do crime. Então, a mulher foi liberada, mas o homem permaneceu detido por outro assalto a uma casa lotéria, que também teve a participação do suspeito de atirar no policial militar nessa segunda.
Pedro Emílio acrescentou que existe a probabilidade de o crime ter sido premeditado, mas a motivação do roubo ainda está em apuração. Ele contou também que é investigada a participação de outro suspeito, mas ressaltou que hipótese está "85% descartada". O delegado afirmou que tudo indica que Cristiano teria agido sozinho.
O suposto autor dos disparos se entregou após negociação mediada entre o delegado Pedro Emílio e a Defensoria Pública. Ele estava com um projétil alojado no quadril e temia pela sua vida - pelo fato de ter atirado contra um militar. O delegado classificou o suspeito como "um criminoso costumas, envolvido principalmente em crimes de roubo, com algumas investigações concluídas contra ele: fato que o levou a sair de Campos há alguns meses".
O caso - O policial militar foi baleado e teve sua arma roubada no final da tarde dessa segunda-feira, quando chegava à sua casa, no Parque Rio Branco, em Guarus. O 2º sargento, de 42 anos, estava de folga, acompanhado do seu cunhado, de 56 anos, quando um homem se aproximou por trás e anunciou o assalto. Apesar de estar armada, a vítima não esboçou nenhuma reação e junto ao seu cunhado deitou-se no chão.
Neste momento, segundo o delegado, o criminoso disparou duas vezes contra a vítima, que foi atingida nas costas e no braço. Em uma rápida iniciativa de legítima defesa, o cunhado do PM entrou em luta corporal com Cristiano e o revólver foi descarregado durante a briga. Com isso, o cunhado do PM foi atingido na perna direita e o suspeito no quadril direito. Os ferimentos, contudo, não impediram que Cristiano conseguisse pegar a pistola Glock, calibre .40, do policial e fugisse da cena.
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS