Reticências Culturais 11/07
- Atualizado em 11/07/2021 14:17
*Uma coluna de Opinião sobre a Cultura Goytacá*
O Mercado resistirá?
O Mercado Municipal faz 100 anos daqui a pouco, dia 15 de setembro de 2021. Embora devesse ser um motivo de orgulho para nós, campistas, a maioria sequer sabe de sua beleza e importância histórica. A belíssima "torre do relógio" de lá é tão desconhecida quanto José Candido de Carvalho por aqui. Embora não seja culpa dos munícipes somente, já que ela está encoberta mesmo, o que apesar de muita luta, assim deverá permanecer.
O Mercado resistirá? (2)
Conversando esses dias com uma pessoa que concorreu à Prefeitura de Campos nas últimas eleições, ela me disse que nunca "tinha reparado" na torre do relógio. Imagine um campista "comum". Campos não valoriza sua história e deixará o Mercado abandonado.
O Mercado resistirá? (3)
A sociedade civil organizada está tentando impedir a descaracterização por várias vias — judiciário, Coppam e diretamente no governo. O arquiteto Renato Siqueira é um dos mais ativos nessa luta. Mas parece que a Prefeitura vencerá a batalha. Propostas existem, talvez falte diálogo. O Mercado seria um ponto turístico fantástico e muito mais útil ao município se soluções fossem ouvidas e os lojistas e permissionários recebessem um lugar mais adequado para eles mesmos e para o patrimônio campista.
A praça de Kapi
Existe uma máxima em Campos, criada por um jornalista amigo, que diz que a cultura não elege ninguém por aqui, mas retira muitos votos. Quando o prefeito Wladimir decidiu transformar um espaço que nasceu para a cultura, em uma "Praça da Bíblia", houve protesto. E dessa vez a cultura ganhou algumas batalhas, mas não a guerra.
Um Comcultura de luta
O Conselho de Cultura de Campos (Comcultura) entrou na briga pelo anfiteatro de Kapi e já realizou duas reuniões sobre o assunto. Uma Carta está sendo elaborada e será entregue ao poder público. Uma Comissão também foi formada para acompanhar o caso nos palcos que ele for discutido. Marcelo Sampaio, que já foi presidente do Comcultura, faz parte dela junto com Cristina Lima, ex-presidente da FCJOL. Tem tudo para dar certo.
Um Comcultura de luta (2)
Vale o registro da atuação democrática de Auxiliadora Freitas, atual presidente da FCJOL, principalmente no início da reunião. E de Kátia Macabu, diretora na Fundação, que fez uma defesa apaixonada e bem fundamentada da cultura, na ocasião.
O Arquivo está com tudo e não está prosa
Em sua posse, o experiente vereador Edson Batista — que volta à Câmara depois que Juninho Virgílio foi para a SEGOV — citou o Arquivo Público Municipal como prioridade do seu mandato. A Lei que criou a Instituição é de Edson, e ele volta querendo terminar (faltam ainda alguns pontos para funcionar na plenitude) sua obra com louvor.
O Arquivo está com tudo e não está prosa (2)
Dr. Edson teve uma atuação muito elogiada na cultura campista. Criou a Emugle, achou o testamento de Benta Pereira, que estava perdido em cofres na Câmara, fez um corredor cultural, "salvou" o Monitor Campista e ainda criou o Arquivo, que hoje é o quinto melhor do país nas mãos da (muito) competente e inteligente Rafaela Machado.
Museu reaberto ao respeitável público
Essa semana foi marcada também pela reabertura do Museu Histórico ao público. Estive presente na solenidade de reinauguração — que foi restrita por causa da pandemia— e pude ver um Museu muito bem cuidado, o que restou do acervo do Museu Olavo Cardoso caprichosamente exposto e um Solar, que abriga a Instituição, recuperando sua majestade. Muito trabalho ainda por lá, mas Graziela Escocard merece reconhecimento e palmas pela dedicação e paixão pelo espaço.
A semana que se inicia
Na próxima semana, a cultura acompanhará o desenrolar da Carta do Comcultura e poderá comemorar a manutenção da memória do saudoso diretor teatral Antônio roberto de Góes Cavalcanti, o Kapi. No Mercado, a luta e a esperança devem continuar. No impresso da Folha da Manhã que está nas bancas, eu e o competente Matheus Berriel assinamos uma matéria sobre o prédio e seu entorno, inclusive com a posição do Ministério Público, nas palavras da promotora Maristela Naurath sobre um possível TAC por lá. A conferir.

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    Edmundo Siqueira

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