Pezão diz que, se não fosse preso, concluiria ponte da Integração em 2018
20/07/2021 14:16 - Atualizado em 20/07/2021 14:56
Pezão em uma das visitas à ponte da Integração
Pezão em uma das visitas à ponte da Integração / Folha da Manhã
O ex-governador Luiz Fernando Pezão afirmou que estava com tudo certo para concluir a obra da ponte da Integração em dezembro de 2018, mas, segundo ele, ficou impossibilitado de dar prosseguimento ao projeto quando foi preso em um desdobramento da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, em novembro de 2018, ainda no exercício do cargo. A Folha da Manhã, em reportagem especial (aqui) no último sábado (17) lembrou os 40 anos da promessa de uma ponte ligando a sede do município de São João da Barra ao antigo “sertão”, hoje o município de São Francisco de Itabapoana. A primeira ponte, a João Figueiredo, foi anunciada em julho de 1981, mas os pilares estão abandonados e dificilmente serão concluídas. Em junho de 2014, Pezão iniciou outra obra, até então com previsão de conclusão em um ano. A construção está parada desde 2018 e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou superfaturamento.
— Na minha época, a obra nunca parou por causa disso (suspeita de superfaturamento). Se não acontece comigo o que aconteceu (a prisão na Lava Jato), eu entregava a obra. Estava com tudo pronto, tudo já encaminhado com a Premag (empresa responsável pela obra). Eu entregaria em dezembro (de 2018) — afirmou Pezão, que deixou a prisão em dezembro de 2019, mas foi condenado em primeira instância pelo juiz Marcelo Bretas a quase 99 anos de prisão, em ação decorrente da operação Boca de Lobo.
Em novembro de 2018, a Folha trouxe uma matéria (aqui) sobre a promessa que o ex-governador fez de concluir a obra antes do término do seu mandato. Na ocasião, técnicos do Departamento de Estrado de Rodagem (DER) descartaram a possibilidade.
Pezão destacou a necessidade de conclusão da obra para toda a região e que conversou isso com o atual governador, Cláudio Castro (PL), tendo ficado com o secretário estadual de Governo, Rodrigo Bacellar, a tarefa de prosseguir com a demanda. “Já conversei com o governador, falei com ele que era uma obra importantíssima. E o Bacellar ficou encarregado de dar andamento para terminar a ponte. Isso foi há cerca de um mês. O governador falou que tem muita gente pedindo pela ponte”, contou o ex-governador.
Na última sexta-feira (16), Rodrigo teve uma reunião no TCE (aqui) para tratar sobre o assunto. Na oportunidade, conversou com o presidente da Corte de Contas, Rodrigo Melo do Nascimento. Ficou acertado um novo encontro, nesta semana, com o relator do processo no TCE, Christiano Lacerda Ghuerren. O TCE apontou irregularidades na obra, envolvendo a empresa Premag e funcionários do DER.
O superfaturamento seria de cerca de R$ 30 milhões, por preços acima do mercado e medições contendo quantidade de serviços que não foram realizados. O DER informou que já prestou esclarecimentos e aguarda a decisão do TCE, além de seguir com planejamento da licitação dos acessos à ponte. A Folha não conseguiu contato com a Premag. Bacellar defende um entendimento com a Corte de Contas para que a obra avance, já que as suspeitas de irregularidades são de outra gestão. De acordo com o deputado estadual licenciado, atual secretário de Governo, se houver entendimento com o TCE, Castro anuncia a retomada das obras na sua visita a Campos no início de agosto (aqui), e a conclusão será imediata.

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    Arnaldo Neto

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