Reitora e vice-reitor da UFRJ denunciam que governo inviabilizará a universidade
- Atualizado em 11/05/2021 09:31
Divulgação
O jornal O Globo publicou na última quinta-feira (06), o artigo Universidade Fica Inviável, escrito pela reitora e pelo vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho e Carlos Frederico Leão Rocha. No texto, os professores denunciam a situação orçamentária dramática das instituições federais de ensino superior e, em particular, da UFRJ, a maior do país e a primeira criada pelo governo federal.
Com os cortes sucessivos e apenas metade do orçamento disponibilizado em 2021, diversos serviços da universidade poderão ser afetados, inclusive as pesquisas de duas vacinas nacionais contra a Covid-19 que ocorrem em laboratórios da UFRJ e se encontram em testes pré-clínicos.
“A UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes, e não pela preservação dessas instituições. A Universidade nem sequer pode expandir a arrecadação de recursos próprios, pois não estará garantida a autorização para o gasto. A Universidade está sendo inviabilizada”, diz o artigo.
O artigo também menciona que, desde 2013, o orçamento das universidades tem sido radicalmente cortado. "O orçamento discricionário aprovado pela Lei Orçamentária para a UFRJ em 2021 é 38% daquele empenhado em 2012. Quando se soma o bloqueio de 18,4% do orçamento aprovado, como anunciado pelo governo, seu funcionamento ficará inviabilizado a partir de julho", diz outro trecho.
A UFRJ
Maior universidade federal do Brasil, a UFRJ é a primeira instituição oficial de ensino superior do país, com atividade desde 1792 (Escola Politécnica, a sétima escola de Engenharia do mundo e a mais antiga das Américas) e organizada como universidade em 1920. Presença registrada nas 15 melhores posições dos mais diversos rankings acadêmicos na América Latina, a instituição conta, hoje, com 172 cursos presenciais de graduação, 4 de graduação a distância, 315 de especialização e 224 programas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado). Com mais de 1.700 ações de extensão, a universidade está perto do povo.
Segundo o Ranking Universitário Folha, a UFRJ é a universidade mais inovadora do país, o que também se deve à sua pluralidade: seu corpo social é composto por mais de 65 mil estudantes (nesse âmbito, anualmente, 5 mil se formam na graduação e 2,6 mil dissertações e teses são produzidas), 4 mil docentes (sendo que 9 em cada 10 têm doutorado), 3,7 mil técnicos-administrativos atuantes nos hospitais da UFRJ e 5,6 mil em demais unidades.
A Universidade tem estrutura similar à de um município de médio porte. Antes da pandemia de Covid-19, a Cidade Universitária, campus principal, tinha circulação diária de cerca de 100 mil pessoas por dia. Compatível com o seu grau de relevância estratégica para o desenvolvimento do país, a UFRJ formou uma sucessão de ex-alunos notáveis, como o indicado ao Prêmio Nobel da Paz Osvaldo Aranha; os escritores Jorge Amado e Clarice Lispector; o arquiteto Oscar Niemeyer; os médicos Oswaldo Cruz e Carlos Chagas; os jornalistas Fátima Bernardes e Ali Kamel; e o matemático Artur Ávila, primeiro latino-americano a receber a Medalha Fields, prêmio oferecido a matemáticos com até 40 anos e considerado equivalente ao Prêmio Nobel.
Uma das instituições que mais produzem ciência no Brasil, a UFRJ possui dois campi fora da capital fluminense: um em Macaé e outro em Duque de Caxias. Com projetos de ponta nas áreas científica e cultural, a antiga Universidade do Brasil tem sob seu escopo 9 hospitais universitários e unidades de saúde, 13 museus, mais de 1.450 laboratórios, 45 bibliotecas e um Parque Tecnológico de 350 mil metros quadrados, com startups e empresas de protagonismo nacional e internacional.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Reitoria

ÚLTIMAS NOTÍCIAS