Produtores de laticínios do Imbé cobram melhorias para escoar produção
Ícaro Abreu Barbosa 05/05/2021 08:12 - Atualizado em 05/05/2021 09:41
Genilson Pessanha
Em tempos de crise, qualquer mercado que se mantenha de pé, gerando emprego e renda, é valioso. No Imbé, localidade rural de Campos, as queijarias vêm se legalizando e ganhando cada vez mais renome e espaço na área central do município, chegando a injetar na economia local, apenas em vendas, R$ 900 mil reais. Mas um problema específico, entretanto de vital importância, atrapalha, há anos, o negócio dos produtores: o péssimo estado de conservação das vias utilizadas para se abastecerem com o leite e também para dar vazão comercial aos seus produtos.
Contudo, o projeto Estradas do Produtor, lançado em março pelo secretário de agricultura, Almy Junior, prevê a recuperação da malha viária daquela região, assim como de pontes. Além de obras em outros 300 pontos, que totalizam o equivalente a 1.460km por todo o município. De acordo com o próprio secretário, “as obras já começaram na Estrada do Donato, principal estrada do Imbé a partir da BR 101, que tem 16 quilômetros de extensão, e é um corredor de escoamento da produção de leite da região, que é comercializado em laticínios da região do Grande Rio”.
O secretário visitou a região e os produtores legalizados, como a Imbelak. Ele pode ver a real situação e falar com empresários e produtores, como o Paulo Guimarães, que relata:
— O que mais me atrapalha, assim como a todos na região, é a estrada. Eu tenho uma Hilux, Ford F350 e uma Bandeirantes para fazer o transporte de leite e todos esses carros acabam quebrando com o uso nesta estrada, fora o desgaste normal do veículo. E tudo isso aumenta muito o nosso custo de produção — explica a situação, ressaltando ver no Almy um secretário comprometido a fazer o melhor para a região, “que foi negligenciada durante todo a gestão anterior”, completou Paulo.
“Tem muito tempo que não mexem na estrada”, conta Edimilson Henrique, um dos funcionários da queijeira de Paulo, uma das maiores da região, com produção que varia entre 180kg à 200kg de queijo por dia.
De acordo com ele, ainda no início deste ano, a ausência de infraestrutura viária adequada provocou um acidente com o carro da empresa, que é responsável pela distribuição na cidade — um veículo refrigerado, que chega a - 12º de temperatura, e até hoje apresenta as marcas da colisão.
O caso de abandono é sério. Quem sobe pela Tapera, em direção à localidade de Aleluia do Imbé, percebe a dimensão do problema ao enfrentar a via sinuosa – com pontes de madeira interditadas (como a que passa o Rio Mocotó), incontáveis buracos, mato alto escondendo as placas de sinalização no acostamento e animais soltos — fatores que aumento o perigo para os motoristas que transitam durante as primeiras horas da manhã e da noite pela via, além de aumentar a duração e o custo da viagem.
Isso levou a criação de uma associação de produtores, cerca de 60, entre os quais estão os quatro legalizados de queijo na região, que visa solicitar melhorias para a região junto aos órgãos públicos: a Associação de Produtores do Imbé (Asprimbe).
Um deles, que preferiu não se identificar, contou que a necessidade é crítica e que existem produtores de leite estão mudando o ramo e vendendo seu gado para corte por conta da infraestrutura da estrada: “É triste, essa região que é propícia para vários setores do agronegócio está abandonada por causa desta estrada. É premente a necessidade de reformar isso aqui, mas existe um detalhe: simplesmente chegar aqui e colocar cascalho de asfalto não adianta, tem que ser refeita”, concluiu.
Produtores aderem vacinação contra aftosa – A Prefeitura de Campos está entre poucas no Brasil que doa vacinas contra Aftosa, Clostridioses e Raiva a pequenos produtores. A campanha de vacinação contra a doença começou nesta segunda-feira (3) e conta com o auxílio de 12 agentes de Saúde Animal contratados pelo município.
O apoio da Prefeitura a 500 pequenos produtores rurais visa imunizar 20 mil animais dos cerca de 250 mil cabeças de gado, que é a população bovina em todo rebanho de Campos.
— Em Campos a Prefeitura contratou 12 agentes de Saúde Animal para atuarem nesta primeira etapa da Campanha Nacional contra a Febre Aftosa e, que vão estar distribuídos nas diferentes regiões do município, sendo este número o dobro do número de vacinadores existente no ano passado — acrescentou o secretário Almy Junior.
O impacto da vacinação é sentido pelos produtores de queijo do Imbé, que além de comprarem galões de produtores da área, tem seu próprio gado leiteiro: “A vacinação começou esta semana e vai durar todo o mês. Em uma das nossas propriedades já começou e, até o final do mês, esperamos que todo o nosso rebanho esteja imunizado, para o bem do gado, da nossa produção e dos nossos consumidores”, concluiu Paulo Guimarães, dono da Imbelak.

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