Ângelo Alvarenga Cardoso Gomes, preso na operação Secretum Domus acusado de atuar junto ao casal Anthony e Rosinha Garotinho em esquema de superfaturamento na execução do programa Morar Feliz, pediu à Justiça a devolução de três relógios, entre eles dois Rolex. A informação foi publicada na coluna de Alcemo Góis, na manhã desta segunda-feira (17).

De acordo com a nota, os relógios foram apreendidos em 2019 por causa da investigação. A defesa de Ângelo alega que os produtos foram adquiridos de forma lícita. O mandado de segurança está no gabinete da desembargadora da Segunda Câmara Criminal, Rosa Helena Penna Macedo Guita.

Ângelo Alvarenga foi preso em setembro de 2019. Na ocasião, também foram presos os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho, e outras duas pessoas: Sérgio dos Santos Barcelos e Gabriela Trindade Quintanilha. A prisão do casal Garotinho durou menos de 24 horas. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Glicério de Angiolis Silva, da 2ª Vara Criminal de Campos, com o argumento de proteger as testemunhas do processo, no entanto, Siro Darlan considerou o embasamento era frágil e revogou as medidas.

A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) foi formulada a partir de investigações sobre superfaturamento em contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos e a construtora Odebrecht, para a construção de casas populares dos programas “Morar Feliz I” e “Morar Feliz II” durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita (2009/2016).

Os bastidores dos contratos celebrados entre o Município de Campos e a Odebrecht foram revelados após declarações prestadas ao Ministério Público Federal por dois executivos da empresa, os denunciados Leandro Andrade Azevedo e Benedicto Barbosa da Silva Junior, por ocasião da formalização de Acordo de Colaboração, dentro da operação “Lava Jato”. A partir das informações prestadas, verificou-se que os procedimentos licitatórios para a construção das moradias foram flagrantemente direcionados para que a Odebrecht se sagrasse vencedora.