Fábio Ribeiro: Margem para economia e sustentabilidade
Lagoa de Cima é um paraíso, um patrimônio ambiental não só de Campos como do estado, país e, quiçá, do mundo. Em sessão ordinária do dia 2 de março, como vereador, destaquei a necessidade da Câmara lutar pelo desenvolvimento sustentável de todas as áreas de grande potencial turístico e agropecuário que temos em nosso município. Lagoa de Cima foi o tema da minha fala para ressaltar recentes ações fiscalizatórias de órgãos municipais naquela região que, não tendo recebido atenção por quatro anos, foi tomada por ocupações irregulares.
Mas, na sessão, meu objetivo foi principalmente informar que a Subsecretaria de Meio Ambiente ingressaria, na Casa, com o Plano de Manejo para a efetivação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Lagoa. Destaquei, então, a importância de abrirmos essa pauta a um amplo debate, com foco na defesa da sustentabilidade e a consequente preservação de nosso patrimônio, convocando, para tal, toda comunidade campista. Sou favorável ao desenvolvimento da região através do turismo, da agropecuária, de toda atividade econômica que gera empregabilidade. Mas não podemos permitir uma exploração predatória do potencial de áreas que são patrimônios ambientais de toda a sociedade.
A Lagoa de Cima, que chegou a ser chamada “Lagoa dos Sonhos” pelo Imperador Dom Pedro II, cresceu muito. Quando tinha uma ocupação bem menor do que a atual, uma lei estadual de 1987 fixava uma faixa de interesse de 300 metros para sua margem de proteção. Essa extensão foi modificada pela Lei 2.561 de 2012 (Código Florestal) para 100 metros.
Julgo ser preciso explorar melhor áreas ambientais onde as pessoas encontram possibilidades de ocupação, trabalho, lazer e esportes, como Lagoa de Cima. E há que se considerar não ser mais aceitável promover desenvolvimento, melhores condições de vida para a população, sem a necessária manutenção do equilíbrio desses ecossistemas, incluindo suas devidas margens de proteção.

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