"O próximo prefeito vai se casar com uma esposa cheia de dívidas de outros casamentos", diz Jonathan Paes
26/10/2020 07:49 - Atualizado em 26/10/2020 11:14
“Qualquer prefeito que assuma essa cidade vai ser obrigado a casar com uma esposa cheia de dívidas de outros casamentos”, disse o candidato a prefeito de Campos Jonathan Paes (PMB) em entrevista ao Folha no Ar, da Folha FM 98,3, na manhã desta segunda-feira (26). Segundo o prefeitável, a grave financeira inviabilizaria o retorno do plano de saúde dos servidores públicos municipais e programas sociais a curto prazo, com exceção do Restaurante Popular. Na opinião de Jonathan, a saída para enfrentar a crise estaria, entre outras possibilidades, em projetos de geração de empregos, criação de condições para o crescimento da iniciativa privada e no enxugamento da máquina pública.
— Nós teremos que pagar uma conta que não foi a gente que fez. Imagine você casar com uma esposa que vem cheia de dívidas de outros casamentos. Essa é a situação que Campos vai passar a partir de agora. Qualquer prefeito que assuma essa cidade vai ser obrigado a casar com uma esposa cheia de dívidas de outros casamentos. Dívidas do primeiro casamento, do segundo, do terceiro, e agora do quarto casamento, da gestão Rafael Diniz — disse Jonathan Paes. — Campos precisa voltar a produzir. Não existe outra saída. Precisamos combater urgentemente, tomar medidas a curto prazo, para que a gente combata a dependência do petróleo. Eu sei que não é fácil, é muito difícil se assumir uma Prefeitura do porte da de Campos dos Goytacazes, com uma máquina inchada que não é de agora — pontuou.
Com discurso voltado a fortalecer o agronegócio, entre outros temas, o candidato apresentou propostas relacionadas também à atração de empresas do setor privado para o município.
— Nós temos uma proposta com uma usina de bioetanol, através da utilização da matéria-prima de mandioca, que triplicaria a agricultura da cidade em um ano. Além de triplicar, é uma geração de empregos em torno de 5 mil pessoas direta e indiretamente. Se a gente conseguir revitalizar o nosso condomínio industrial, fazendo a integração entre o aeroporto, que é muito pouco utilizado, e o Porto do Açu, a gente conseguiria trazer no mínimo, para o primeiro ano, umas 10 empresas, que gerariam em torno de 20 a 30 mil funcionários. Não há outra saída: Campos precisa voltar a produzir, voltar a gerar riqueza, renda e emprego — enfatizou Jonathan.
Para enxugar a máquina, Jonathan propõe o corte de pastas do poder público municipal. “Já temos um plano de remanejamento de secretarias. Hoje, Campos tem mais de 40 secretarias, subsecretarias e gabinete do prefeito com cargos comissionados. Nós iremos reduzir isso aí para 15 secretarias, no máximo. Ou seja: iremos promover uma redução da máquina pública em grande escala”, comentou.
A respeito do plano de saúde dos servidores, o prefeitável foi enfático: “Seria inadmissível da minha parte, dentro de um orçamento deficitário, eu chegar aqui agora e prometer ao servidor aumento, plano de saúde e tudo o que eles realmente precisam. A curto prazo, não. A médio e longo prazos, sim. Com o reajuste econômico e o equilíbrio financeiro do município, a gente conseguiria, através de um plano, chegar a um denominador final. Acho que é importante haver diálogo”.
Jonathan também fez ponderações sobre programas sociais como o Cheque Cidadão e a Passagem Social, considerados importantes para pessoas sem condições de trabalhar, mas inviáveis no momento atual. “A gente sabe que não tem orçamento para isso. A curto prazo, seria inviável. Não vou fazer discurso de fazer os programas para enganar o povo e ser mais um. Não tem condição de iniciar uma gestão como essa com vários programas sociais”, disse ele.
O Restaurante Social seria uma exceção, vinculado à produção agropecuária local. “O único projeto mais viável na atual condição seria o Restaurante Popular, por ter um custo bem inferior aos outros programas. Voltaremos com o maior prazer. E digo mais: com produtos produzidos aqui na cidade. O Restaurante Popular tem que ser revigorado, revitalizado, em parceria até com o Governo Estadual. Acho isso importante. A gente não precisa ficar com os louros. A população é quem tem que ser beneficiada com isso, e não o governante”, comentou Jonathan. “Tenho certeza que teremos condições, sim, de, no primeiro ano de governo, voltar com o Restaurante Popular”, acrescentou.
Outro tema abordado foi a possibilidade de criação de um Parque Municipal como área de lazer e segurança para praticantes de esportes a céu aberto. “Um projeto desse precisa de arborização. Como a gente vai plantar uma árvore em um dia e ela vai crescer a ponto de... Não é assim que funciona, não é de um dia para o outro que você vai montar um parque para proporcionar qualidade de vida à população. A gente pode construir as praças necessárias, as pistas necessárias para que os atletas utilizem; a gente tem esse projeto, é muito importante que a nossa cidade avance, porque nós precisamos investir em qualidade de vida. Se conseguirmos fazer com que tenhamos um governo que promova segurança e qualidade de vida, nós vamos atrair uma gama de pessoas para o nosso município", afirmou.
No setor cultural, especificamente sobre o Carnaval, Jonathan disse que acredita na atração da iniciativa privada para parcerias que fortaleçam o evento, bem como para administrar o Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). “A gente precisa dar oportunidade para que o Cepop seja administrado pela iniciativa privada. Hoje, se eu não me engano, o gasto com o Cepop está em torno de R$ 60 mil a R$ 70 mil por mês. A gente precisa fazer com que o Cepop dê lucro, e não prejuízo para o nosso município”, enfatizou.
Atualmente, a candidatura de Jonathan consta na plataforma DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como indeferida com recurso. Segundo o candidato, houve uma falha do registro da candidatura do seu vice, Dr. Constantino (PMB), mas que esta será corrigida. “O Dr. Constantino é médico e, salvo engano, o colocaram no registro como médico militar. Houve um equívoco, e já foi dado entrada na ação judicial. Acredito que será resolvido o mais breve possível sem nenhum problema”, falou o prefeitável.
Confira a entrevista completa:

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