Desmonte do hospital de campanha deve ser concluído na próxima semana
Virna Alencar - Atualizado em 02/09/2020 16:24
Genilson Pessanha
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou nesta quarta-feira (2), que a conclusão do desmonte do hospital estadual de campanha em Campos, que iria ser utilizado para atendimento de pacientes com Covid-19, está prevista para a próxima semana. O processo iniciou último dia 19 restando somente a retirada da tenda e alguns mobiliários. Os equipamentos médico-hospitalares serão distribuídos entre unidades das redes estadual e municipais. A estrutura, que nunca foi utilizada, levou mais de dois meses para ser instalada na área da antiga Vasa, na avenida 28 de Março.
A SES informou também que o desmonte da unidade em Nova Friburgo será coordenado pela Fundação Saúde e os equipamentos médico-hospitalares serão distribuídos entre unidades das redes estadual e municipais. Não há prazo para conclusão do desmonte. Já em Casimiro de Abreu, o hospital de campanha já foi desmobilizado, restando apenas o desmonte da lona, que é de responsabilidade do fornecedor.
O anúncio de que o Governo do Estado não iria mais concluir o hospital de campanha ocorreu no dia 1º de julho, após técnicos da SES analisarem a curva decrescente por busca de leitos de Covid-19 no estado. No dia 13 de julho, a Justiça chegou a determinar o bloqueio dos repasses de royalties do petróleo de junho e julho do Governo do Estado para a conclusão do hospital de campanha de Campos. No entanto, no dia 20 de julho, o desembargador Lindolpho Morais Marinho, da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), derrubou a decisão de 1ª instância.
Os atrasos para inauguração do hospital de campanha no município começaram desde a sua instalação. Inicialmente, a montagem havia sido anunciada para o dia 26 de março. Porém, não aconteceu. No dia 2 de abril, uma equipe do Governo do Estado esteve em Campos, acompanhada do deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), para fazer uma inspeção na área da antiga Vasa. Uma dia depois equipes da Prefeitura realizaram a limpeza do terreno. Após isso, a instalação foi prevista para o dia 6 de abril e sua conclusão para o dia 30 do mesmo mês, o que também não aconteceu. A montagem só começou em 10 de abril, mas nunca foi entregue.
As operações Favorito e Placebo, do Ministério Público e Polícia Federal, apontaram fraudes nos contratos emergenciais do Estado do Rio para a construção dos hospitais de campanha no valor de R$ 835 milhões. Foram constatados indícios da participação do governador e sua esposa, a advogada Helena Witzel, além do ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos, do ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, e do empresário Mário Peixoto, preso no dia 14 na operação Favorito, desdobramento da Lava Jato.

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