Museu, Trianon e Arquivo Público ainda sem energia elétrica
05/08/2020 14:38 - Atualizado em 05/08/2020 19:07
Museu Histórico de Campos e Teatro Municipal Trianon
Museu Histórico de Campos e Teatro Municipal Trianon / Divulgação/Supcom
Cortada nessa segunda-feira (04), a energia do Museu Histórico de Campos, Teatro Municipal Trianon e o Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho ainda não foi restabelecida. A interrupção no fornecimento se deu por conta de atraso no pagamento de débitos pelo poder público municipal. O caso foi noticiado no blog Edmundo Siqueira hospedado em Folha1. Gerente do Museu, Graziela Escocard lamentou a transferência nas inscrições para a Lei Aldir Blanc e impossibilidade de continuidade do Projeto “Por Dentro do Museu” e teme quanto ao condicionamento de documentos históricos. Em nota, a Prefeitura informou que "a Procuradoria Geral do Município está adotando as medidas jurídicas cabíveis para restabelecer o fornecimento, tendo em vista a conduta abusiva da concessionária de energia de não individualizar as faturas para pagamento". 
Ainda de acordo com a nota do município, "há mais de um ano, foi solicitada a Enel emissão de conta com código de barra individual para pagamento de fatura. Este pedido havia sido negado pela concessionária - que agrupa conta de vários imóveis numa única fatura, fazendo com que o valor da conta fique muito elevado.
Como já sabido, o município atravessa um momento de sucessivas quedas de arrecadação e segue estudando medidas para pagamentos prioritários, entre estes, a energia destes prédios. No último mês, a cidade de Campos recebeu o terceiro menor repasse de royalties nos últimos 16 anos. Entre royalties e Participação Especial (PE), Campos já acumula perdas de mais de R$ 150 milhões somente este ano".
Graziela Escocard explicou que, para não interromper o cadastramento na Lei Aldir Blanc, que garante o auxílio emergencial para agentes e instituições culturais, o atendimento foi transferido para a sede da Emugle, na rua Thomaz Coelho, 151, próximo à ONG Orquestrando a Vida e á Câmara de Vereadores. Ela lamentou o local de acesso mais restrito.
— O Museu era o único polo presencial para esse cadastramento. Existe pessoas que não tem acesso à internet e que encontram dificuldades neste preenchimento. Tratam-se de pessoas humildes. Estou sentindo por isso. O Museu era central para esses atendimentos. Além dessas dificuldades, temos também a questão de conservação do acervo. O acervo do Museu é de várias tipologias, desde estatuetas de bronze até documentos da coleção do Nilo Peçanha. Precisamos de energia para o condicionamento adequado deste acervo e para a conservação preventiva do prédio histórico — disse.
A gerente contou ainda que atividades para manter o Museu Histórico ativo durante a pandemia foram interrompidas. “Sem energia também dificulta muito a gravação dos nossos vídeos do projeto Museu Virtual - Por Dentro do Museu. São vídeos curtos falando de acervos do Museu Histórico, contextualizando com a história da cidade.”, explicou.
Corte - No último dia 29 de julho, o Arquivo Público Waldir Pinto de Carvalho e mais quatro prédios públicos da Prefeitura também passaram pelo mesmo problema. Nessa segunda, o serviço foi interrompido novamente. A Enel Distribuição Rio informou que realizou cortes em prédios públicos do município de Campos em função de débitos da administração municipal com a empresa. A empresa reforçou que os cortes foram precedidos de notificação, cumprindo a resolução 414 da agência reguladora do setor elétrico (Aneel), e ocorreram em unidades que não prestam serviços essenciais.
 

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