Médicos do 192 ameaçam paralisação nesta quinta-feira
15/07/2020 15:18 - Atualizado em 30/07/2020 18:39
Divulgação
Cerca de 20 médicos do atendimento 192 - Emergência em Casa, além de médicos do serviço de óbito ameaçam paralisação a partir desta quinta-feira (16). Os profissionais são contratados pela Prefeitura Municipal e estariam com salários atrasados. A categoria também reivindica melhores condições de trabalho, alegando a precariedade da base, situada no Hospital Geral de Guarus (HGG). Entre os problemas apontados está a superlotação do dormitório para médicos e enfermeiros e alagamento provocado pela água do ar condicionado. Em nota, a Fundação Municipal de Saúde informou que o pagamento de médicos da Central 192 está programado para a próxima sexta-feira (17).
Quanto à estrutura base para médicos localizada no HGG, a FMS esclareceu que, desde o mês passado, vem efetuando reformas e adaptações no local e novas intervenções estão programadas para os próximos dias. A FMS destaca que uma equipe está acompanhando todo o processo de reforma e readequação e já tem visita programada para amanhã (16).
“A partir de amanhã não haverá mais médicos no 192, que inclusive atendem pessoas com Covid-19 e realizam transferências. A previsão de salários era todo dia 15, mas hoje (quarta-feira) a pessoa responsável pelos pagamentos disse que o acerto não ocorreria até o fim do dia. Atrasos também ocorrem nos dois meses anteriores. Portanto, nós, médicos, entramos em um acordo e decidimos pela paralisação para que a situação não fique insustentável, como a dos profissionais que atuam em Regime de Pagamento de Autônomos (RPA) e que estão há quatro meses sem receber. A paralisação é por tempo indeterminado, até que a Prefeitura de Campos se manifeste”, disse um médico que por medo de retaliação preferiu não ser identificado.
O profissional apontou a precariedade do dormitório da base. “Nosso dormitório é uma aglomeração e fica alagado com água de ar condicionado. Um colega dormiu com o colchão molhado, sem contar os nossos pertences que molham”, acrescentou.
Diante do impasse, o médico destacou que a população será a mais prejudicada, especialmente os idosos, que são os mais acometidos pela infestação do coronavírus. No último mês de junho, a emergência 192 recebeu 4.843 ligações e o total de saída de ambulâncias foi de 789.
“Fazemos muitos atendimentos a idosos. O paciente passa mal, mas está com receio de ir ao hospital, ele liga para o 192 e fazemos atendimento na própria residência. São dois médicos que trabalham, por dia, na ambulância, e tem aqueles que ficam na regulação para atender os telefonemas. É um trabalho lindo, mas estamos na linha de frente colocando em risco não só as nossas vidas como a de nossos familiares. O mínimo que merecemos é respeito e ao menos receber os salários em dia”, finalizou.
 
 

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