José Eduardo Pessanha: Como será?
- Atualizado em 30/07/2020 20:59
José Eduardo  Advogado e professor universitário
José Eduardo Advogado e professor universitário
 Estamos iniciando, ainda de forma claudicante, um novo período eleitoral, com datas alteradas e não tão seguras. Como será a campanha eleitoral? Como será a eleição, em si? Teremos como acomodar todos os eleitores, pois nos anos anteriores a filas se formavam e as pessoas se aglomeravam nos principais locais de votação em nossa cidade? E agora, com a pandemia? Como organizar este caos?
Será necessário que o TRE seja duro, organizado e onipresente nas seções para que o povo, que pouco respeita o distanciamento social, não faça das eleições mais um mote de contaminação com a Covid-19. Talvez seja necessária até alguma alteração (dilação) nos horários para que possam distribuir melhor os eleitores durante o dia do sufrágio.
O fato é que, mesmo ultrapassada a fase do escrutínio eleitoral, como será o ano vindouro para a próxima Administração? Algumas verdades estão, finalmente, vindo à tona ou deixando de ser mascaradas! Campos dos Goytacazes, hoje, ao que se saiba, é uma cidade ingovernável! Não há lastro financeiro para as despesas; não há projeção econômica no horizonte que nos dê alento; não há consciência social de que somente em conjunto será possível superar esta crise; não há entendimento politico que impeça a odiosa prática de troca de favores; assim, ainda que tenhamos Harry Houdini como Chefe do Executivo, pelo status quo atual, nada se alterará.
Tanto é fato que estamos vivenciando e ainda teremos mais exemplos de pretendentes “abandoando o barco”, ante a clara evidência de que, hoje, é necessário muito mais que vontade para administrar uma cidade em colapso. É certo que talvez, nem mesmo um bom gestor consiga tal peripécia! Em verdade, é necessário que haja um concerto, um pacto de esforços de toda Sociedade, a começar pela desgastada classe política, que deve abdicar de seus pedidos pessoais e personalíssimos, mas também com engajamento de todo comércio e indústria e, principalmente, com o entendimento e educação da população, acostumada a receber “prendas sociais”, de que neste momento, sem “dividir para somar” não alcançaremos êxito algum.
Não seria espanto, se mais próximo ao pleito eleitoral, os candidatos de maior alcance midiático deixassem a disputa, ficando apenas, com seu fardo, ao que se noticia, o atual Chefe do Executivo (que busca meios de concluir seu mandato e anseia reequilibrar o Município), em sua saga e alguns incautos, sem maior expressão. Afinal, sem uma atuação conjunta, não há como subsistir a um desgaste financeiro/político que catalisado pelo caos nacional da saúde (causado pela pandemia), que vem submergindo o município de forma cruel e avassaladora. Com todas essas nebulosas perspectivas, ante a dúvida que nos estilhaça, resta, pelo descortinar do futuro, questionar: como será?

ÚLTIMAS NOTÍCIAS