Ponto Final - Nas ruas da cidade
- Atualizado em 10/04/2020 09:29
Nas ruas da cidade
A pandemia do novo coronavírus é destaque no noticiário de todo mundo. A necessidade do isolamento social para achatar a curva de proliferação é realidade e deveria ser incontestável, embora o presidente da República tente desqualificá-la. Fato é que os próximos dias, sobretudo na região, são essenciais para que o Brasil não sofra com mortes por Covid-19 na mesma proporção que países como a Itália e a Espanha. Para Campos, a projeção do pico do coronavírus é de 20 de abril. Só que boa parte da população resolveu afrouxar, por conta própria, as regras de isolamento social. É só olhar nas ruas da cidade.
Risco do caos
O movimento ontem no Centro de Campos era bem maior que nas outras semanas de isolamento, ainda que o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) tenha mantido, por decreto, o comércio fechado. As filas nos bancos, o número de carros estacionados na área central, e até o movimento nas ruas, observado pela janela por quem se resguarda em casa, já começam a ter sinais de dias como se nada estivesse acontecendo. Mas está. O número de casos e mortes só aumenta em todo país. Isso sem falar nas subnotificações. É compreensível a impaciência com o isolamento, mas a medidas de agora buscam evitar o caos daqui a poucos dias.
Reflexo do país
E o aumento da circulação de pessoas percebido em Campos é reflexo do que também acontece no país. Ontem, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou em publicação nas suas redes sociais que o preço quanto a isso será cobrado “ali na frente”: “Nós estamos em um momento em que nós vamos colher um pouco dos frutos, essa semana, das nossas difíceis reduções de mobilidade social que fizemos nas últimas duas semanas. Hoje (ontem), eu vi que o pessoal começou a andar mais. Vamos pagar esse preço ali na frente. Esse vírus adora aglomeração, adora contato, adora que as pessoas achem que ele é inofensivo”.
Reforço
O deputado federal Christino Áureo (PP), membro da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, destacou a importância do Projeto de Lei que destina R$ 2 bilhões da União para santas casas e hospitais filantrópicos (sem fins lucrativos), aprovado ontem, na Câmara dos Deputados. O PL 1106/20 segue, agora, para sanção presidencial. Segundo Christino, os recursos serão utilizados no combate à Covid-19 e ajudarão diversos hospitais do estado do Rio de Janeiro, como o Hospital São João Batista, de Macaé, e o Hospital dos Plantadores de Cana, de Campos.
Aplicação
O deputado federal destacou que o valor do auxílio financeiro, caso o a lei seja sancionada, deverá ser aplicado na compra de medicamentos, suprimentos, insumos, produtos hospitalares, aquisição de equipamentos e realização de pequenas obras e adaptações físicas para o aumento da oferta de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os recursos também poderão ser destinados para a contratação e o pagamento de profissionais de saúde necessários para atender a demanda adicional.
Referência
Christino destacou a importância das unidades de saúde beneficiadas: “As santas casas e hospitais filantrópicos respondem por mais de 50% dos atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares no SUS, além de 70% dos atendimentos de alta complexidade. Em Campos, por exemplo, o Hospital dos Plantadores de Cana é referência em UTI neonatal. Já o São João Batista tem expertise em atendimentos cardíacos de alta complexidade. Unidades como esta têm que ser apoiadas, ainda mais neste momento de pandemia, em que se encontram em dificuldade para conseguir coisas básicas”.
Preocupação
Mesmo com a paralisação de aulas em boa parte do país, devido ao coronavírus, o Ministério da Educação, por ora, mantém as datas previstas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Wagner Victer, ex-secretário de Educação do Rio, fez um alerta ao MEC: há um gargalo do ensino público, que não consegue ministrar aulas online, ao contrário das particulares. O ex-secretário solicitou que as provas deste ano sejam elaboradas com base no conteúdo programático de até o segundo ano do ensino médio. A nota do Enem credencia o estudante a ingressar nas principais universidades do país, o que torna a preocupação ainda maior.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS