Witzel reforça pedido de auxílio financeiro à União no combate à Covid-19
Paula Vigneron 02/04/2020 14:08 - Atualizado em 08/05/2020 19:01
Witzel falou sobre setor econômico
Witzel falou sobre setor econômico
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), realizou uma coletiva, no início da tarde desta quinta-feira (2), com novas informações referentes a ações de combate ao novo coronavírus (Covid-19) e destacou preocupação com o setor econômico, reforçando o pedido de auxílio ao governo federal, e com questões sociais. Até o momento, o estado recebeu R$ 36 milhões de recursos federais. Para os hospitais pertencentes à rede federal, não foram destinados equipamentos e recursos. Entre as medidas sociais para ajudar a população, está a doação de 30 mil cestas básicas, prevista para acontecer na próxima segunda-feira (6).
Antes da coletiva, Witzel participou de outra reunião com governadores para alinhar questões de saúde, sociais e econômicas. Quanto à saúde, ele afirmou que estão sendo preparados os hospitais de campanha, leitos e aguardados os insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Há muito que fazer. É uma preocupação de todos os governadores a lentidão que nós estamos observando na chegada desses equipamentos, dos respiradores, dos EPIs, dos testes rápidos. A doença está avançando”, alertou.
Em relação à economia, ele demonstrou preocupação com a queda de arrecadação do Rio e de outros estados do Sudeste e do Sul, que, segundo Witzel, será grande, e solicitaram ajuda urgente da União para evitar o colapso econômico das regiões.
— É preciso que a União, nesta próxima semana, consiga consolidar as propostas que já foram encaminhadas pelo Sul e Sudeste, que são, de certa forma, diferenciadas dos demais estados porque consolidam 70% do PIB. E, se nós permitirmos um colapso da economia do Sul e do Sudeste, isso vai impactar todos os demais estados — afirmou. Outra preocupação do governador é com a falta de modelo elaborado para que o auxílio de R$ 600 chegue aos trabalhadores informais.
Para formalizar as necessidades financeiras, os governadores escreveram uma carta destinada ao governo federal. Entre os itens, estão: recomposição de ICMS, royalties e Participações Especiais, além da queda da safra do Sul; inclusão do financiamento às empresas para pagamento de impostos entre as alternativas oferecidas pela rede bancária; aprovação de uma emenda constitucional com prorrogação de prazo final de quitação de precatórias e suspensão, por 12 meses, de pagamentos realizados em demissões de pequeno valor; suspensão do pagamento de dívida com a União por 12 meses; suspensão, pela União, de pagamentos junto a organismos internacionais enquanto durar a calamidade financeira nacional; e suspensão de pagamentos mensais do Pasep e sua quitação por meio do gasto local em ações de saúde e assistência social.
— Basicamente, o que se espera é uma solução também para a queda da arrecadação dos estados. Só quem tem recursos para isso, ou instrumentos para salvar os estados, é a União. Não há como salvar empresas, empregos sem que tenhamos polícia, professores, médicos, enfermeiros e serviços dos estados funcionando. Esperamos que, esta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, possa apresentar soluções e nós estamos à disposição com nossas bancadas, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados, para ajudar na votação de emendas constitucionais e projetos de lei que possam equilibrar nosso país — disse Witzel. Para a próxima segunda, está prevista outra reunião com governadores do Centro-Oeste.
O governador reafirmou a necessidade de a população permanecer em casa para evitar o aumento dos casos no Rio de Janeiro. “Precisamos seguir as orientações dos órgãos de Saúde para passar pela pandemia com o menor número de vítimas possível. Infelizmente, é uma crise mundial. Todos os países foram afetados por essa pandemia e estão tomando medidas em relação à restrição de circulação de pessoas. Conto com a colaboração do povo fluminense”, declarou.
Witzel fez críticas a Bolsonaro e a postura dele diante das medidas restritivas necessárias para evitar mais contaminações em todo o país. Ele afirmou que o presidente está “isolado em suas manifestações” e “totalmente na contramão”:
— Isso (posicionamento contrário) dificulta o trabalho dos prefeitos, governadores, secretários e dos seus próprios ministros. Precisamos que o presidente mude de postura.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS