Marcão Gomes fecha semana de entrevistas do Folha no Ar
Matheus Berriel 20/03/2020 07:51 - Atualizado em 08/05/2020 18:01
Marcão Gomes participou do Folha no Ar
Marcão Gomes participou do Folha no Ar / Genilson Pessanha
O deputado federal Marcão Gomes (PL) afirmou nesta sexta-feira, em entrevista no Folha no Ar 1ª edição, da Folha FM 98,3, que abriu mão de ser candidato a prefeito de Campos para apoiar a tentativa de reeleição de Rafael Diniz (Cidadania), de quem foi secretário de Desenvolvimento Humano e Social antes de assumir o mandato na Câmara Dos Deputados. Negando a possibilidade de infidelidade partidária, indicou um apoio do PL ao pré-candidato Caio Vianna (PDT) no pleito de outubro.
— Houve uma liberação, não há questão de infidelidade partidária. E a opção do partido, provavelmente, deve ser o apoiamento à candidatura do pré-candidato a prefeito Caio Vianna, algo que foi costurado também dentro do município de Niterói, onde o PL tem uma participação no governo municipal da Prefeitura. O prefeito de Niterói (Rodrigo Neves) é do PDT. Em contrapartida, solicitou apoio do PL aqui na base de Campos, já que o PL não vai ter candidatura própria a prefeito por eu ter dito ao partido que isso não está dentro do meu planejamento, que é de apoiar a candidatura do prefeito Rafael Diniz — afirmou.
Devido à pandemia do novo coronavírus, Marcão citou existir uma preocupação de todos os partidos a respeito do prazo para filiação, que se encerra dia 04 de abril. Contudo, destacou que a preocupação principal, no momento, é em relação à superação da pandemia. Foi aprovada na última terça-feira (17) a criação de um sistema de votação remota de projetos na Câmara.
— A partir da próxima semana, muito provável que não haja necessidade de o parlamentar se dirigir a Brasília. Através de um sistema, a gente vai conseguir, cada parlamentar, dentro da sua base, discutir os projetos, os temas, e votar de forma remota para impedir essa aglomeração — afirmou o deputado federal.
Marcão revelou que, em conversas, alguns deputados avaliam alternativas para o pleito que se aproxima. “São duas teses: a de dilação de prazos, para termos a eleição em 2020, mas não em outubro, provavelmente em dezembro, ou a de prorrogação dos atuais mandatos até 2022, com proibição de reeleição dos prefeitos (em eventuais eleições gerais) e distribuição do fundo partidário para, provavelmente, a saúde”, pontuou.
Data do pleito à parte, o deputado federal disse acreditar que a eleição municipal de Campos será decidida em dois turnos, considerando grandes as possibilidades de polarização entre Rafael Diniz e o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), cotado a ser o candidato do grupo garotista.
Ainda sobre o coronavírus, Marcão comentou sua proposta de modificação na lei de concessões, visando proibir o corte de energia elétrica, água e gás no período de pandemia. Uma lei com o mesmo intuito foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “É impossível que mantenham o mínimo de asseio em suas residências se elas não tiverem a água. Como muitas famílias trabalham na informalidade, não vão ter recursos, provavelmente, para pagar as suas contas, o governo tem que estar sensível, dialogando com as concessionárias para que elas não promovam a suspensão destes serviços básicos”, disse.
Ele também relatou ter enviado um ofício ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pedindo novos profissionais do programa Mais Médicos para Campos: “Já haviam determinados 14 médicos para Campos, mas, em virtude da pandemia, em diálogo com o secretário de Saúde, Dr. Abdu Neme, solicitamos mais 10”. Segundo Marcão, o prefeito Rafael vai solicitar aporte financeiro ao ministro Mandetta para novos leitos de UTI e respiradores.
Durante o programa, Marcão criticou colocações do presidente Jair Bolsonaro, entre elas a direcionada à repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, com teor sexual ao se referir a um furo jornalístico; lamentou o uso de um humorista com a faixa presidencial para fugir de questionamento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, e também a manifestação pública de Bolsonaro já durante a pandemia do coronavírus, “não tendo zelo com a saúde própria e nem com a daqueles que estavam próximos a ele”. Sobre o ministro Mandetta, elogiou sua atuação nos últimos dias: “tem feito tudo o que pode”. Também fez elogios ao governador Wilson Witzel: “Independente de prefeito que apoiou ou deixou de apoiá-lo na eleição passada, ele tem enviado recursos, não olhando bandeira partidária e ajudando toda a população do estado, sobretudo na saúde”.
Confira a entrevista:

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