Apesar do discurso oficial do presidente Jair Bolsonaro encorajando a normalização do funcionamento de comércios em todo o país, carreatas e buzinaços marcadas para este domingo (29), em cidades e estados do Brasil, não foram realizadas. Lojistas programaram o ato para pleitear a reabertura de estabelecimentos comerciais e o fim da quarentena, medidas adotadas para combater a disseminação do novo coronavírus no país. Em Campos, também não foi realizada a segunda carreata de lojistas, prevista desde a semana passada.

Em Macaé, o Ministério Público Estadual entrou em cena para ajudar as autoridades municipais a manter o cerco de proliferações da doença. O órgão indicou a proibição da realização de carreata anunciada para este domingo. O MP prometeu coibir o movimento fazendo a apreensão de todos os veículos, que deverão ficar em poder do Estado para ações das autoridades em favor do combate ao Covid 19.

Em oito páginas, o Ministério Público Estadual detalha os rigores da lei e, pedindo providências, recomendou aos autores da convocação da carreata de protesto marcada para sair neste domingo, no Shopping Plaza.

Outras carreatas estavam programadas e não aconteceram em cidades de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, a Federação das Indústrias (Fiergs), a Federação da Agricultura (Farsul) e a Federação do Comércio de Bens e Serviços (Fecomércio) divulgaram manifesto pela Reativação da Economia Gaúcha.

No documento, as três entidades, que representam os principais setores da economia gaúcha, manifestam a preocupação com "a ameaça de desabastecimento caso se prolonguem, além de um limite razoável, as proibições de atividades empresariais" e propõem um retorno gradativo às atividades a partir de 1º de abril.

A Justiça de Ribeirão Preto considerou ilegal, na tarde desse sábado (28), o "buzinaço" agendado por um grupo de comerciantes para este domingo, em frente ao estádio do Botofogo, em Ribeirão Preto. O ato estava sendo divulgado nas redes sociais. Contudo, a decisão judicial aponta que a permissão da carreata pode ferir a saúde pública, que é tema central das medidas estabelecidas pelo município e Estado por conta do Covid-19.

Em Goiás, no sábado, o Tribunal de Justiça do Estado proibiu, até o dia 30 de abril, protestos e carreatas pedindo reabertura do comércio.