Folha na Sapucaí: primeira noite do Grupo Especial
Marcelo Sampaio 24/02/2020 09:33 - Atualizado em 02/03/2020 14:19
  • Unidos do Viradouro

    Unidos do Viradouro

  • Estácio de Sá

    Estácio de Sá

  • Paraíso do Tuiuti

    Paraíso do Tuiuti

  • Mangueira

    Mangueira

  • União da Ilha

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  • Acadêmicos da Grande Rio

    Acadêmicos da Grande Rio

  • Portela

    Portela

Pelo segundo ano consecutivo, a Folha da Manhã acompanha o desfile das escolas de samba da Série A do Carnaval do Rio, aberto na noite de sexta-feira (21). O grupo Folha está representado no sambódromo da Marques de Sapucaí pelo professor e pesquisador Marcelo Sampaio e sua esposa, Yoná Alves Sampaio. Confira informações sobre as escolas que fecharam o grupo de acesso neste sábado (22). A cobertura segue com o Grupo Especial, neste domingo (23) e na segunda-feira (24).
ESTÁCIO DE SÁ
A Estácio de Sá foi campeã da Série A ano passado e voltou ao Grupo Especial com a campeoníssima do Sambódromo carioca Rosa Magalhães, completando 50 carnavais em 2020, que levou para a avenida o enredo “Pedra”. A vermelho e branco, conhecida como berço do samba, sacudiu o público com a bateria comandada pelo mestre Chuvisco e a voz do intérprete Serginho do Porto. Muito interessante a relação feita entre o tema proposto e a história da própria agremiação, assim como o esmero no visual estético principalmente nas fantasias!
UNIDOS DO VIRADOURO
A Unidos do Viradouro, vice-campeã do ano passado, pisou na avenida para mostrar o enredo “Viradouro de alma lavada” assinado pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon. Chamaram atenção o intérprete Zé Paulo Sierra, a bateria do mestre Ciça e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Julinho Nascimento e Rute Alves. A escola niteroiense homenageou as Ganhadeiras de Itapuã, mulheres que lutaram pela liberdade no fim do século XIX e resistiram através de um grupo musical com o mesmo nome!
MANGUEIRA
A Mangueira, campeã do ano passado, causou polêmica desde que lançou o enredo “A verdade vos fará livre” do carnavalesco Leandro Vieira. A tradicional verde e rosa impactou com uma comissão de frente muito bem vestida e executando uma fantástica coreografia criada por Rodrigo Neri e Priscila Motta. Tratou-se de um desfile que questionou uma possível existência de Jesus Cristo nos dias de hoje numa comunidade pobre como a mangueirense. Partiu da biografia bíblica e foi desconstruindo a imagem cristã eurocêntrica elitista e racista!
PARAÍSO DO TUIUTI
A Paraíso do Tuiuti, 8ª colocada no ano passado, apresentou o enredo “O Santo e o Rei: Encantarias de Sebastião” do carnavalesco João Vitor Araújo. A azul-escuro e amarelo do Morro do Tuiuti cruzou as vidas e trajetórias de São Sebastião e Dom Sebastião. Num dia 20 de janeiro o santo foi executado a flechadas por romanos, no ano de 286, e o rei português nasceu, em 1554. O desfile teve como destaque o empolgante samba de Moacyr Luz, Cláudio Russo, Aníbal, Píer, Júlio Alves e Alessandro Falcão embalado pelas vozes de Celsinho Mody e Nino do Milênio.
ACADÊMICOS DO GRANDE RIO
A Acadêmicos do Grande Rio, 9º lugar no ano passado, trouxe o enredo “Tata Londirá – O canto do caboclo no Quilombo de Caxias” dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A dupla de estreantes no Grupo Especial foi ousada ao homenagear Joãozinho da Gomeia, famoso babalorixá de Duque de Caxias. A verde, vermelho e branco caxiense desfilou com uma garra contagiante e deixou seu recado contra a intolerância religiosa que pode ser ilustrado pelos dois últimos versos do refrão “Eu respeito seu amém, Você respeita o meu axé”!
UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR
A União da Ilha do Governador que ficou na 10ª colocação ano passado levou para a avenida o enredo “Nas encruzilhadas da vida, entre becos, ruas e vielas; a sorte está lançada: Salve-se quem puder” desenvolvido pelos carnavalescos Laíla, Fran Sérgio e Cahê Rodrigues. A azul, vermelho e branco insulana fez um desfile criticando as injustiças sociais no Brasil. Do início ao fim foram mostrados os problemas sofridos pelas camadas mais pobres da população e sugerida como solução para eles a educação!
PORTELA
A Portela, que é a maior vencedora com seus 22 títulos e no ano passado se classificou em 4º lugar, contratou para serem seus carnavalescos pela primeira vez Renato Lage e Márcia Lage que desenvolveram o enredo “Guajupiá, terra sem males”. A comissão de frente coreografada pelo Carlinhos de Jesus iniciou a missão de contar a história do Rio de Janeiro antes da chegada dos portugueses, a escola apresentou um desfile com excelente plasticidade e os emblemáticos versos “Nossa aldeia é sem partido ou facção, Não tem ‘bispo’ nem se curva a ‘capitão’”!

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