Fred revela conversa com Wladimir para aprovar 20% de remanejamento na LOA
15/01/2020 19:18 - Atualizado em 19/02/2020 16:36
Fred Machado no Folha no Ar
Fred Machado no Folha no Ar / Cláudio Nogueira
“Para ser sincero, eu conversei com (o deputado federal e pré-candidato a prefeito) Wladimir (Garotinho, PSD) por telefone. Só porque realmente precisando definir essa situação. Então ele falou: ‘Então eu vou ver com a oposição o que eu posso fazer aqui’. Eu tive uma conversa com (o vereador de oposição) Álvaro (Oliveira, SD). E nessa conversa com ele, a gente teve um contato telefônico com Wladimir, que ficou de analisar essa situação. Eu só cheguei para ele e falei: ‘Eu queria que vossa excelência pensasse se futuramente, se fosse prefeito, se trabalharia bem com 10% de remanejamento. O senhor pensa e dá a sugestão à oposição. E ele disse: ‘Fred, eu vou tentar conversar com a oposição, ver o posicionamento deles e passar a você’. Depois dali, eu não tive mais conversa com ele. A bancada (de oposição) veio com 15%. Eu falei: ‘Com 15% não tem condição. E eu tenho certeza de que prefeito nenhum governaria, principalmente com essa situação dos royalties’. E ali eles fecharam comigo, deram a mão dos 20%”.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Fred Machado (Cidadania), revelou com exclusividade no início da manhã de hoje, em entrevista ao vivo no Folha no Ar 1ª edição, foi assim que acabou o impasse na votação da Lei de Orçamento Anual (LOA) para 2020. Aprovada na sessão de ontem (14), no valor de R$ 1,9 bilhão, o impasse era o percentual de remanejamento que o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) terá em seu último ano de mandato. Nem os 30% que teve nos três primeiros anos, nem os 10% que queria o G8, quando a LOA foi rejeitada (aqui) na sessão de 20 de dezembro. Com a união dos vereadores do governo e da oposição, o grupo “independente” acabou rachado. Três dos seus vereadores também votaram a favor dos 20% aprovados.
O presidente da Câmara de Campos também revelou com se deram esses votos do G8 favoráveis ao governo:
— Ontem, por exemplo, nada escondido, eu chamei Jorginho (Virgílio, Patri) e chamei (Luiz Alberto) Neném (PTB). E falei: “Posso contar com vocês no Orçamento?”. Depois que a gente dá a mão, eu já vou tranquilo. Então e sabia que Jorginho e Neném iriam estar conversando com o G8 e passando o posicionamento deles também. Eles não estão enganando o G8, não. Eles tiveram o posicionamento deles e mantiveram após uma conversa comigo. E é isso que eu gostaria que tivesse desde o começo, antes de se formar o G8.
O entrevistado também respondeu questionamentos sobre o PreviCampos, feitos por Marco Alexandre Gonçalves, jovem estudante campista de Direito da UFF-Niterói. No grupo de WhatsApp do blog e do Folha no Ar, ele perguntou qual é o hoje déficit previdenciário do funcionalismo público de Campos. E Fred deu os números da conta:
— Eu estou muto tranquilo em relação a PreviCampos, porque a gente está para terminar em 10 dias sua CPI na Câmara. Tem umas coisas que a gente deve estar encaminhando ao Ministério Público. Eu sei que hoje a Prefeitura repassa uma base de R$ 14 milhões todo o mês para o PreviCampos. São R$ 168 milhões/ano. E já tem uma previsão que foi feita em audiência pública de que até 2052, a PreviCampos vai ser deficitária.
O presidente do Legislativo goitacá também falou das expectativas para as eleições de outubro próximo, em Campos e São João da Barra, governada por sua irmã, a prefeita Carla Machado (PP).
— Rafael era o novo diante de uma política velha. E pegou todos os vícios da política velha para tentar consertar. E com isso colocou a popularidade dele em jogo, porque tinha que tomar medidas drásticas para poder tentar governar o município. O ex-governador (Anthony Garotinho, sem partido), quando perdeu a eleição (de 2016) para Rafael, disse que ele em quatro meses não conseguiria pagar os servidores. Ele é adivinho? Acho que Rafael pode, sim, se recuperar. E é melhor que se resolva agora quem vai estar do lado dele e quem não vai estar. E eu acho que deve ter uma mudança administrativa muito grande dentro do governo. Uma mudança política. Os principais adversários, pelo que estou vendo, são Caio Vianna (PDT) e Wladimir. Eu tenho certeza que Rafael vai estar no segundo turno.
— Carla (que em 15 de novembro perdeu o filho único, o empresário Pedro Machado, em acidente automobilístico) está se espiritualizando demais, está indo a muito grupo de oração, lendo a Bíblia. Eu acho que é isso que fortalece. Ela está passando dias após dias. Mas já está fazendo reunião com os secretários, está agindo a vida. E eu acho que é isso que ela tem que fazer. Ela tem que se envolver com o trabalho, que é a coisa que ela mais gosta na vida. Carla adora política, adora o Executivo. Eu acho com certeza ela vai estar recuperada e na ativa. Eu acredito muito na vitória da minha irmã. Carla tem um carisma grande, ela gosta do povo de São João da Barra. Eu tenho certeza absoluta que, se ela vier, ela leva — apostou Fred.

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