HPC vai receber R$ 3,3 milhões de convênio com Ministério da Saúde
Paula Vigneron e Verônica Nascimento 06/01/2020 13:32 - Atualizado em 19/02/2020 15:41
O deputado federal Christino Áureo esteve em Campos, nesta segunda-feira (6), para a entrega dos recursos destinados ao Hospital Plantadores de Cana (HPC). Acompanhado pela comitiva, pelo secretário estadual de Agricultura, Marcelo Queiroz, e pelo vereador Álvaro César, ele participou de uma entrevista coletiva, no início da tarde, com os diretores do HPC e visitou instalações do hospital. A unidade hospitalar receberá R$ 3,3 milhões, oriundos de um convênio com o Ministério da Saúde, pela Rede Cegonha, que serão destinados a atendimento a seis leitos de UTI tipo A, 10 de UTI Neonatal e 24 para gestantes de alto risco. O valor será dividido em 12 parcelas.
O hospital enfrentou uma grave crise, no final de 2019, que resultou na suspensão de atendimento pediátrico, cirurgias eletivas e fornecimento de alimentação a acompanhante de pacientes. A interrupção ocorreu devido a atraso no repasse de verbas municipais. O convênio entre o HPC e o Ministério da Saúde foi assinado no dia 17 de dezembro. Conforme anunciado pela assessoria de Christino Áureo no mês passado, “trata-se de uma emenda carimbada e o recurso vai para ser encaminhado para secretaria de Saúde do município que terá que repassar o valor para o hospital”.
Na coletiva, o diretor do HPC, Frederico Paes, explicou a importância da verba federal. “Hoje, 60% dos recursos do Plantadores de Cana vêm da prefeitura e, quando o repasse municipal não é feito, o hospital vira um caos. Esse recurso conseguido em Brasília é muito importante porque substitui, em parte, o complemento municipal. O fato do HPC ter credenciado esses leitos, ser parte da Rede Cegonha, nos faz menos dependentes do poder municipal. Todos falam que o SUS paga mal, mas paga e, a partir do momento, que esse a gente tem esse recurso federal, teoricamente consideramos ser um recurso infinito, pois, enquanto o hospital cumprir sua obrigação, contará com essa verba e poderá até aumentar o faturamento por parte da Rede Cegonha, que é um programa federal que escolhe algumas unidades do pais com a capacidade que a nossa unidade tem”.
Frederico contou que, em média, o HPC realiza mensalmente 350 partos, em média, se destacando como referência em maternidade de alto risco não só em Campos, mas em todo o Norte Fluminense.
- Muitas vezes, grávidas de alto risco têm filhos prematuros, que precisam de suporte de UITI Neonatal. Em 2011, entramos com 10 leitos de UTI Neonatal e hoje, com 50, também somos a grande referência da região. O deputado federal Christino Áureo, desde que era estadual, ajuda muito o HPC, como na questão de ICMS da energia. Há três anos estamos nessa briga pela Rede Cegonha e, com a atuação dele, conseguimos parte do programa com a mãe Canguru e a Casa da Gestante, que estamos para fazer. Em atendimento materno-infantil, o HPC é realmente referência no Norte Fluminense – concluiu o diretor.
O deputado federal disse que os R$ 3,3 milhões são referentes ao teto do primeiro ano do projeto, que, no universo de uma década, considerando apenas a sua manutenção, alcançará mais de R$ 30 milhões. “E não temos dúvidas de que vamos ampliar esse teto, porque o hospital tem uma grande capacidade e centralidade dos serviços na região. Eu só teria minhas emendas a partir do segundo ano de mandato, mas a gente trabalhou muito em Brasília e conseguiu destinar esse recurso ao hospital, que conecta duas coisas importante: a saúde, que é para todos, e o atendimento voltado a pessoas da área rural, como o nome diz, Hospital dos Plantadores de Cana. A progressão de 10 para 50 leitos de UTI Neonatal demonstra a capacidade e o atendimento prestado a pessoas humildes, famílias e crianças fragilizadas, que requerem serviços de alta complexidade”.
Entregas - Christino explicou que, em 2019, através de emendas, de recursos impositivos direto do orçamento da União, Campos foi beneficiado com R$ 25 milhões, para a Saúde e outras áreas. “Hoje fizemos outras entregas de cheques simbólicas, com recursos também para a Atenção Básica e investimentos na Saúde, na Agricultura e Ciência e Tecnologia. São recursos obtidos através de emendas de deputados que não têm mais mandatos e que seriam perdidos. O caso mais simbólico é do deputado Paulo Feijó, cujas emendas estão neste montante e foram passadas para minha conta. São emendas novas e recicladas que foram resgatadas, chegando a R$ 25 milhões para Campos, sendo que a média para municípios desse porte não chega a 20% disse, por deputado. O que a gente fez aqui, hoje, é muito expressivo e mais importante do que investir em obras visíveis, é investir em uma estrutura efetiva, que, se não for alimentada, pode para e deixar de prestar um importante atendimento à população”, concluiu o deputado federal.
Dívida e suspensão de serviços — Entre os meses de novembro e dezembro, o Hospital Plantadores de Cana suspendeu, temporariamente, os serviços de atendimento a crianças, a realização de cirurgias eletivas e a alimentação a quem acompanha os pacientes da unidade. Por causa da falta do repasse de verbas municipais, a promotoria da Infância e da Juventude de Campos protocolou, no dia 6 de novembro, duas ações civis públicas contra o município por falta de repasses de cerca de R$ 11 milhões ao HPC e Hospital Beneficência Portuguesa. O HPC também procurou diretamente a Justiça e recebeu cerca de R$ 2,5 milhões judicialmente e R$ 2 milhões via verba estadual. Segundo o hospital, ainda há dívida do município, no valor de cerca de R$ 5,5 milhões.

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