Alerj discute PEC que pode garantir r$ 70 bilhões aos cofres do Rio
11/11/2019 17:08 - Atualizado em 22/11/2019 14:04
Alerj - Divulgação
O Rio de Janeiro poderá receber da União um repasse de R$ 70 bilhões nos próximos dez anos, caso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 148/19, que tramita no Congresso Nacional, seja aprovada. A medida, que prevê a repartição entre o Rio de Janeiro e Brasília dos recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal, foi debatida entre os parlamentares fluminenses durante audiência pública das Comissões de Tributação e de Economia da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (11/11), no Palácio Tiradentes.
O texto, de autoria da deputada federal Clarissa Garotinho (Pros-RJ), prevê uma compensação pelos danos causados ao Rio em dois momentos históricos: a transferência da capital para Brasília, em 1960, e a fusão dos antigos estados do Rio e da Guanabara, em 1975. “Queremos tratar de forma política o esvaziamento de recursos do Rio de Janeiro. Não chegamos a esse ponto por acaso. Fomos entregues a própria sorte quando deixamos de ser a capital do Brasil e nunca fomos compensados por isso. Esse valor representa para nós o fôlego necessário para investir na segurança, na saúde e na educação ”, explicou a parlamentar.
Garantido em constituição desde 2002, o Fundo é composto por recursos do Governo Federal que são enviados à Brasília para o custeio prioritário na área da segurança pública. Só esse ano a capital vai receber mais de R$ 14 bilhões pelo Fundo e a previsão para 2020 é de aproximadamente R$ 15,5 bilhões. Clarissa destacou que o valor é maior do que a receita corrente líquida de 14 estados brasileiros. "Entendemos que esse recurso precisa ser redistribuído para todo o país e que Brasília não pode ser o único estado a deter esse benefício”, afirmou a deputada federal.
A autora da PEC ainda ressaltou que o Congresso Nacional conta atualmente com o melhor cenário para a aprovação da proposta. “O presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia e o presidente da República, Jair Bolsonaro, tem sua base eleitoral no estado do Rio. Isso dá ainda mais força para a nossa PEC. Vale ressaltar que protocolamos o texto com 304 assinaturas e tivermos a aprovação de 100% da bancada do Rio. Para aprovar a PEC precisamos de 308 votos favoráveis. Estamos nos articulando para isso e otimistas que vamos conseguir”, pontuou a deputada.
Para o presidente da Comissão de Tributação, deputado Luiz Paulo (PSDB), a proposta apresentada pela parlamentar se fundamenta em conceitos e argumentos incontestáveis. “O Rio de Janeiro foi a capital do país por 152 anos. Quando deixamos de ser capital e nos tornamos estado da Guanabara, Brasília passou a ter uma série de compensações financeiras. Nós, no entanto, não tivemos nenhuma compensação até hoje. Isso vem acontecendo ao longo de seis décadas”, argumentou Luiz Paulo.
O deputado também lembrou que os recursos poderão resultar mais em investimentos nas áreas da saúde, educação e segurança pública. “Claro que essa verba não resolve a situação do estado, mas ameniza e muito. Hoje a segurança pública do Rio gasta quase igual a soma dos orçamentos da educação e da saúde. Por consequência, se esse dinheiro vier para o Executivo, com a prioridade de ser usado na segurança pública, teremos mais recursos sobrando para investir em outras áreas, principalmente na saúde e na educação”, justificou Luiz Paulo.
O presidente da comissão de Economia, deputado Renan Ferreirinha (PSB), concordou com o parlamentar.Também estiveram presentes na reunião os deputados estaduais Alexandre Freitas (Novo), Marcelo Cabeleireiro (DC), Eliomar Coelho (PSol) e Rodrigo Amorim (PSL). Além dos deputados federais pelo Rio, Vinicius Farah (MDB) e Marcelo Calero (Cidadania).

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