República da Poesia: mostra de cinema ocupa biblioteca em Macaé
12/11/2019 16:40 - Atualizado em 16/11/2019 12:12
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Aproveitando o mês de novembro e seus dois feriados marcantes — a Proclamação da República (15) e o Dia da Consciência Negra (20) —, a Biblioteca Municipal Télio Barreto, em Macaé, vai exibir três documentários sobre artistas brasileiros: Pagu (1910-1962), Solano Trindade (1908-74) e Ferreira Gullar (1930-2016), que fizeram conexão direta entre vida, participação cidadã e poesia.
Os documentários que serão exibidos foram produzidos pelo Canal Curta, na série de seis episódios chamada “República da Poesia”, em 2018, e têm 45 minutos de duração. “Pagu” será exibido nesta quinta (14), às 18h. “Solano Lopes” será o seguinte, dia 21, no mesmo horário. A mostra se encerrará com “Ferreira Gullar” na última quinta do mês, 28. As exibições serão seguidas de debate e valem como hora-atividade para escolas e faculdades.
Os três homenageados se associaram a lutas emancipadoras em seu tempo. Buscaram ampliar o espectro de direitos sociais, cada um em suas frentes: Pagu no feminismo, Solano Trindade no movimento negro, Gulllar no movimento partidário.
Pagu (Patricia Galvão) foi escritora, poeta, diretora teatral, cartunista e jornalista. Teve atuação marcante no modernismo brasileiro, companheira de Oswald de Andrade na época de efervescência do movimento antropofágico. Foi presa dezenas de vezes, no envolvimento com o movimento sindical e as greves de trabalhadores. Depois de se separar de Oswald, casou-se novamente, indo viver em Santos/SP, onde tornou-se grande referência cultural e aglutinadora de artistas e ações culturais, principalmente no teatro. Morreu de câncer aos 52 anos.
Solano Trindade foi poeta, escritor, folclorista, teatrólogo, artista plástico e ator. Militante do movimento negro, atuaou por este no Recife, em Salvador, Pelotas e Embu, onde amplificou a atuação e fez da cidade uma coalizão de artistas plásticos, artesãos, grupos de teatro, transformando-a na Embu das Artes. Sempre defendeu a necessidade de educar o povo nas tradições afro-brasileiras, o que fez com brilhantismo em peças teatrais e livros de poesia. É o mais impactante poeta negro do Brasil. Morreu no Rio de Janeiro aos 65 anos.
Ferreira Gullar foi poeta, escritor, artista plástico, ensaísta, tradutor, crítico de arte. Sua obra foi reconhecida com vários prêmios importantes (APCA, Machado de Assis, Camões), e foi integrado à Academia Brasileira de Letras. Durante pelo menos seis décadas de produção artística, Gullar passou por todos os acontecimentos mais importantes da poesia brasileira e participou deles: concretismo, Neoconcretismo, Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional de Estudantes (UNE). Sua defesa da democracia o levou ao exílio, onde criou sua obra magna - “O Poema sujo” (1976). Voltou ao Brasil ainda nos anos 1970, fixando -se no Rio de Janeiro, onde morreu aos 86 anos, por complicações respiratórias.
Fonte: Prefeitura de Macaé.

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