Se politicamente o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) vem colecionando seguidas derrotas nas urnas, desde 2014, os filhos Clarissa (Pros) e Wladimir (PSD) vêm galgando o protagonismo da família. Enquanto os pais amargam sucessivas condenações à inelegibilidade, os dois são pré-candidatos em 2020: ela à Prefeitura do Rio de Janeiro, enquanto ele é cotado para concorrer à sucessão do prefeito Rafael Diniz (Cidadania) em Campos. No entanto, o principal desafio para ambos, em qualquer disputa majoritária, será superar a rejeição popular ao sobrenome.

A tarefa fica ainda mais difícil após a prisão do casal Garotinho, na última semana, em processo onde são acusados de superfaturamento e recebimento de propina para beneficiar a Odebrecht nas licitações do Morar Feliz. Um dia depois, na quarta-feira (4), Wladimir foi à tribuna da Câmara Federal para defender os pais e fez duros ataques ao Judiciário e ao Ministério Público: “Já não é de hoje que estamos sujeitos a todo tipo de humilhação por um grupo que, por interesses políticos e financeiros, tenta a todo custo destruir a minha família”, disse o deputado, que ainda usou o forte adjetivo “canalhas” no discurso.

Porém, chamou a atenção o posicionamento tardio de Clarissa no plenário da Câmara para defender os pais, apenas na última quarta-feira, uma semana após o irmão. Além de repetir os ataques à Justiça e ao MP, a deputada assumiu o discurso já adotado pela militância da família de tentar culpar o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD) pela transferência do juiz Glicério Angiólis da Comarca de Miracema para Campos. Desta vez, Rodrigo preferiu não se manifestar.

No entanto, nas entrelinhas do já tradicional roteiro de acusar de perseguição aqueles que acusam alguém da família e de atacar adversários políticos, em uma espécie de defesa prévia, outro ponto do discurso de Clarissa merece destaque. A deputada diz que Wladimir pode ser o próximo alvo de ações do Judiciário por, segundo ela, “liderar as pesquisas”. Vale lembrar que o parlamentar é investigado, junto com o deputado estadual Bruno Dauaire (PSC), por suspeita de compra de votos em 2018. Enquanto isso, o MP já disse que vai pedir a prisão dos ex-governadores. A ação será analisada pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.

A secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos liberou o pagamento de R$ 5,8 milhões em cofinanciamento para as redes de assistência social de 53 municípios fluminenses. Somente para o município do Rio foi R$ 1,6 milhão. Cabo Frio, Cambuci, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Italva, Itaocara, Itaperuna, Miracema, Rio das Ostras, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra são alguns dos beneficiados. O repasse se destina a manter serviços básicos para a população necessitada, como pessoas em situação de rua e/ou em vulnerabilidade social.

Uma operação de guerra foi montada ontem no Hospital Badim, da Rede D’Or, após um incêndio de grandes proporções atingir a unidade no bairro do Maracanã, na capital fluminense. O fogo começou no prédio 1 do hospital, o mais antigo do complexo, espalhando fumaça por todos os andares do edifício. Funcionários precisaram retirar os pacientes do local às pressas. Eles foram colocados nas calçadas, onde receberam atendimento. A assessoria da unidade de saúde informou que um dos pacientes morreu, mas, até o fechamento da edição, não havia informações sobre sua identidade.

Após o incêndio — que começou pouco antes das 18h — ter sido controlado, segundo informações divulgadas pelo Corpo de Bombeiros, o cuidado maior foi na remoção dos pacientes graves, que não puderam ser retirados de imediato, pois estavam em centros de Tratamento Intensivo (CTIs). Por volta das 21h de ontem, equipes ainda atuavam para retida dos pacientes mais graves. O fogo foi causado por um curto circuito em um gerador no subsolo do prédio mais antigo do complexo hospitalar.