PSL desembarca da base de Witzel na Alerj
16/09/2019 22:35 - Atualizado em 20/09/2019 14:25
Divulgação
O PSL do presidente Jair Bolsonaro não faz mais parte da base do governador Wilson Witzel (PSC) na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Com 12 deputados, incluindo o campista Gil Vianna, o partido possui a maior bancada da Casa. De acordo com o jornal O Globo, a ordem foi do próprio Bolsonaro, o que foi negado por ele nas redes sociais. Nas últimas semanas, Witzel tem intensificado as declarações de que pretende concorrer à presidência em 2022. O estopim, no entanto, foi a entrevista à jornalista Andreia Sadi, da GloboNews, onde o governador diz que não foi eleito por causa do apoio de Bolsonaro e, sim, pela sua histórica.
A ruptura foi oficializada pelo PSL nesta segunda-feira (16) e a decisão é atribuída ao presidente estadual do partido, o senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro, que fez campanha para Witzel no ano passado.
Ainda não há uma definição sobre o nível de oposição da bancada. No entanto, o vice-governador Cláudio Castro minimizou uma possível crise. “Não consigo enxergar hoje nenhuma matéria que votariam contrário. A relação do governo com deputados individualmente é muito tranquila”.
Além da saída da base do governo, membros do PSL também terão de deixar cargos no Estado. É o caso do vice-líder do governo na Alerj, Alexandre Knoploch, além dos secretários Leonardo Rodrigues, da Ciência e Tecnologia (segundo suplente de Flávio no Senado), e Major Fabiana, na pasta de Vitimização.
De acordo com o deputado federal Daniel Silveira (PSL), aliado de Witzel conhecido por ter quebrado uma placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco, a ruptura do partido com o governador é um erro.
— Minha opinião é que é um racha desnecessário. Não tem maturidade política quando você têm dois governos que não são antagônicos, pelo contrário, têm um objetivo único, só que ficam margeando uma vaidade. Isso atrapalha. Não se pode deixar por uma vaidade, porque um diz que o outro foi eleito na sombra dele e o outro quer ser presidenciável, atrapalhar o Estado do Rio de Janeiro.
De acordo com a jornalista Berenice Seara, do jornal Extra, outros deputados estaduais da legenda também possuem cargos indicados no governo, como Doutor Serginho, Knoploch, Rodrigo Amorim e Gil Vianna.
Gil não quis comentar, mas, em nota oficial, reiterou o posicionamento divulgado pelo partido: “A bancada do PSL Alerj, por orientação do senador Flávio Bolsonaro, presidente estadual do PSL-RJ, não está na base do governo na Alerj a partir desta segunda-feira (16/09), por discordar de posicionamentos políticos do governador. Os 12 deputados do partido reiteram o compromisso com o Estado do Rio de Janeiro”.

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