Cesare Battisti é preso na Bolívia e pode ser extraditado a qualquer momento
13/01/2019 15:20 - Atualizado em 31/01/2019 16:04
Polizia di Stato/Redes Sociais/Direitos Reservados
O italiano Cesare Battisti, de 64 anos, cuja extradição foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de dezembro do ano passado, foi capturado na Bolívia. De acordo com as autoridades da Itália, a detenção foi possível pela parceria entre investigadores italianos e bolivianos. Ele caminhava tranquilamente pela rua e usava uma barba falsa. Em sua conta no Twitter, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comemorou a captura:
— Parabéns aos responsáveis pela captura do terrorista Cesare Battisti! Finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos governos mais corruptos que já existiram do mundo (PT) — escreveu Bolsonaro.
Após reunião com Bolsonaro, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e o chanceler Ernesto Araújo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que Battisti faria escala no Brasil antes de ser extraditado para a Itália. Um avião da Polícia Federal chegou a ser deslocado para a Bolívia. Porém, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmou no Facebook que o italiano viajará direto para Roma. Conte agradeceu a Bolsonaro pela cooperação na captura.
Cesare Battisti estava em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades bolivianas, e foi capturado por volta das 17h deste sábado (12). Segundo relatos, ele não tentou escapar. Questionado pelos policiais, respondeu em português. O italiano usava calça azul e camiseta, óculos escuros e barba falsa.
Condenação:
Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo STF. Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.
O presidente Jair Bolsonaro, mesmo antes de empossado, defendia a extradição de Battisti. Nos últimos dias do governo Michel Temer, houve a decisão do STF. Após dias de buscas, a Polícia Federal divulgou 20 simulações sobre a possível aparência do italiano.
* Com informações da RAI, emissora pública de televisão da Itália.
Fonte: Agência Brasil / G1.

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