TRE mantém Godoy e presidente nacional do PR presos
Suzy Monteiro 05/12/2017 10:21 - Atualizado em 06/12/2017 15:12
Thiago Godoy
Thiago Godoy / Paulo Sérgio
Por unanimidade, o plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) negou provimento aos Habeas corpus (HCs) impetrados pelo presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e pelo advogado Thiago Godoy, ex-subsecretário de Governo de Campos. Os dois são réus na Ação Penal resultante da operação Caixa d’água, que investiga doação irregular da JBS à campanha do ex-secretário de Governo Anthony Garotinho (PR) e extorsão a empresários. Godoy está preso desde quarta-feira, dia 22, e o ex-ministro dos Transportes do governo Dilma, desde o dia 28. Ambos, agora, vão recorrer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nesta segunda (4), também, o ex-secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, prestou depoimento no caso da suposta agressão sofrida por Garotinho na cadeia de Benfica. O médico disse que não detectou lesões no pé do ex-governador. Já a ex-prefeita Rosinha manifestou-se, pela primeira vez, em rede social após a prisão e posterior libertação: “Nossa família passa por um deserto”, afirmou.
Segundo a relatora do processo, desembargadora eleitoral Cristiane Frota, “diante do panorama fático-probatório analisado está demonstrado que as medidas cautelares diversas da prisão não se mostram suficientes para resguardar a adequada e necessária instrução criminal”. A magistrada destacou, ainda, que Antônio Carlos Rodrigues “esteve foragido por quatro dias após o Juízo de primeira instância determinar a medida privativa de liberdade”. Ele teve a prisão decretada pela Justiça dia 22 de novembro, dentro da operação Caixa d’água, que também levou à cadeia também Anthony e Rosinha Garotinho, além de outras cinco pessoas. Já Godoy foi preso dia 22. De acordo com a relatora, ele era “era um verdadeiro Longa manus (em tradução literal mão longa ou executor das ordens) do chefe da Organização Criminosa (Garotinho)”.
Solta - Quatro dias após ser posta em liberdade, Rosinha falou pela primeira vez sobre o que, mais uma vez, classificou como “perseguição” ao marido: “Todos sabem que o meu marido, a quem muito amo e admiro, vem denunciando a corrupção do Estado do Rio há cerca de 10 anos. Só aqui o denunciante é preso enquanto parte dos denunciados continua livre pra continuarem com a prática da corrupção e maldades. Porém nada disso foge aos olhos do Senhor”, disse em rede social.
Côrtes não atestou lesão no pé de Garotinho
Em depoimento, nesta segunda (4), na delegacia de Bonsucesso (21ª DP) o ex-secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, que prestou os primeiros atendimentos a Anthony Garotinho após as alegações de violência, contou na delegacia uma versão diferente da relatada pelo ex-governador.
Segundo Côrtes, preso na Operação Lava Jato, inicialmente Garotinho não reclamou de lesões no pé, como registrou depois em depoimento à polícia. O delegado Carlos César Santos explicou ainda que o médico emitiu um laudo assinado por ele e por Garotinho, no qual atestaria apenas o ferimento no joelho no momento em que houve o atendimento, na mesma noite da suposta agressão.
O depoimento de Côrtes, segundo delegado, revela contradição nas versões e suscita mais dúvidas sobre a história contada por Garotinho: “Em depoimento, o Sérgio Côrtes, que foi o primeiro que o atendeu, afirmou que Garotinho não reclamou de ferimento no pé. E ele também não atestou ferimento compatível com taco de beisebol no joelho. Estamos apurando agora todos os detalhes, para tirar todas as dúvidas”, explicou.
Em nota, a defesa afirmou: “... as investigações ainda estão em andamento e que o ex-secretário Sérgio Cortes depôs apenas na condição de informante e não na condição de perito. Cortes não pode ser admitido como testemunha em razão de ter sido denunciado por Garotinho em seu blog”.
Sérgio Cabral
Sérgio Cabral / Divulgação
MP em Benfica para apurar regalias
Promotores do Ministério Público Estadual (MP-RJ) foram à cadeia pública José Frederico Marquês, em Benfica, Zona Norte do Rio, no início da tarde desta segunda (4), para investigar regalias do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Até o fechamento desta edição o resultado ainda não havia sido divulgado.
Sérgio Cabral está sendo investigado pelos crimes contra a administração e falsidade ideológica no caso da sala de cinema que estava sendo montada dentro do presídio. Uma televisão de 65 polegadas que custou R$ 7 mil e com vários títulos de filmes disponíveis para os detentos, o que foi considerado um privilégio e, por isso, está sendo investigado.
O Ministério Público pediu para ouvir o ex-governador no prédio do MP, no Centro. O juiz federal Marcelo Bretas concordou, mas a secretaria de Administração Penitenciária (Seap) não autorizou e disse que Sérgio Cabral poderia ser ouvido na cadeia em Benfica.
Semana passada, o pastor João Reinaldo Purin Júnior, presidente da Igreja Batista do Méier, foi ouvido e negou a doação.

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