Triste realidade (2)
José Paes 20/05/2016 10:37

Na última semana, o governo municipal vendeu o futuro da nossa cidade pela terceira vez, concretizando uma nova negociação com a Caixa Econômica Federal, de mais de R$ 500 milhões, no apagar das luzes do governo Dilma Rousseff. Mais um atentado contra as finanças do município, que serve apenas para atender aos interesses inconfessáveis dos Garotinhos.

Não é a primeira vez que escrevo sobre o assunto neste espaço. Nas outras oportunidades, destaquei que os empréstimos não resolveriam os problemas do município, pois de nada adiantaria inflar artificialmente o orçamento público, sem tomar medidas duras de cortes de gastos, de enxugamento da máquina pública. Caso contrário, o custeio continuaria alto, novas dívidas surgiriam e não haveria mais possibilidade de contrair novos empréstimos. Enfim, o verdadeiro caos.

Essa terceira venda do futuro esta aí para comprovar o que sempre falei. O município continua quebrado, os serviços continuam sendo prestados de forma precária. Por sua vez, todos esses empréstimos, inclusive esse último, não tiveram e não terão a robustez suficiente para tapar os enormes rombos criados pelo atual governo. Ou seja, mais dinheiro continuará indo para o ralo, para pagamento de altíssimos juros e a situação continua a mesma. Nem a situação do governo, que contava com esses empréstimos para reverter o cenário eleitoral, que lhe é completamente desfavorável, será resolvida, diante de tamanha incompetência administrativa.

Mas o que mais me preocupa é o fato do governo não cair na real, não admitir que a situação não voltará aos tempos de ouro de 2014 e que é preciso readequar a máquina pública para a nova realidade. Agora mesmo, o governo acaba de conceder aos servidores reajuste de quase 10% dos salários. Ótimo, os servidores devem e precisam ser valorizados, pois são a maior riqueza de um ente púbico. Não podem ser prejudicados pela incompetência de um governo. Mas fica a pergunta: Um governo que precisa pegar empréstimo para pagar as contas vai custear esse aumento como? Não estaria na hora, por exemplo, de reduzir esse absurdo número de cargos comissionados para equilibrar as contas? Ou vão deixar a bomba explodir nas mãos do próximo governo? Onde está a responsabilidade da prefeita com o futuro do município?

Infelizmente, o que se vê é um cenário em que o atual governo não está minimamente preocupado com o futuro do município, mas apenas em tentar se perpetuar no poder. É preciso que tenhamos a exta noção da gravidade do problema, que já é grande hoje, mas que poderá se agravar num futuro muito próximo. Vivemos uma nova realidade, precisamos nos adaptar a ela. O primeiro passo é eleger uma pessoa responsável, que faça o que precisa ser feito, sem nos vender ilusões sobre um futuro comprometido pela família Garotinho.

Artigo publicado na versão impressa da Folha de ontem (19/05)

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