"Não terei um vice-prefeito decorativo", diz Wladimir Garotinho
02/12/2020 07:37 - Atualizado em 02/12/2020 18:34
Apesar de ainda ter a sua candidatura e, consequentemente, a eleição dependendo de julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vice-prefeito eleito Frederico Paes (MDB) terá protagonismo na equipe de governo do prefeito eleito Wladimir Garotinho (PSD), caso se confirme o resultado das urnas. Foi o que afirmou Wladimir nesta quarta-feira (2), durante entrevista ao Folha no Ar - 1ª edição, da Folha FM 98,3. No programa, entre outros temas, Wladimir garantiu também a diminuição no número de secretarias da Prefeitura de Campos.
— No fluxograma de serviços, muitas pastas ficam subordinadas ao vice-prefeito. Eu não vou ter um vice-prefeito decorativo. Vou ter um vice-prefeito ativo, ajudando na gestão de pastas específicas onde ele tem domínio, onde ele tem conhecimento, como por exemplo a agricultura, a saúde, porque ele é gestor hospitalar... Obviamente, o desenvolvimento econômico, porque o agronegócio, do qual ele faz parte, ajuda no desenvolvimento econômico. Então, nós vamos ter um organograma bem definido, onde estruturas estarão hierarquicamente ligadas ao vice-prefeito — disse Wladimir. — Quando convidei o Frederico para fazer parte desse projeto, foi para ele ajudar com toda a capacidade que tem. Ele não será, em hipótese alguma, figurativo. Talvez ele não assuma uma pasta em específico, mas terá sob a coordenação dele algumas pastas importantes, para que ele possa estar ajudando, de fato, na gestão do município — pontuou.
Sem revelar nomes de pessoas que ocuparão cargos na gestão, o prefeito eleito afirmou que vai enxugar a máquina pública reduzindo a quantidade de pastas existentes.
— Eu prefiro não me antecipar a nomes de secretários. Estou acabando de fechar. Comecei esse desenho ontem, estou terminando de fechar, até a tarde de hoje, um possível organograma. Fiz algumas mudanças, adaptações no atual organograma da Prefeitura, porque entendo que tem muita sobreposição de serviços, muitas pastas que fazem serviços semelhantes e acabam não fazendo nada. Então, estou fazendo um organograma mais enxuto do que esse que está aí. Após o desenho do organograma é que nós vamos pensar em nomes. Primeiro a gente pensa no projeto, para depois do projeto desenhado a gente começar a pensar em nomes. Não tem nome nenhum definido.Obviamente, estou conversando com aquelas pessoas que participaram da nossa caminhada, com as pessoas que ajudaram a construir um plano de governo, para poder decidir os nomes. Mas, não existe nenhum nome confirmado — enfatizou.
Confiante de vitória de Frederico Paes no TSE, Wladimir Garotinho disse ter entrado em contato com candidatos derrotados na eleição municipal com objetivo de promover uma “pacificação” no município.
— Já falei com o deputado Rodrigo Bacellar (SD), que é o padrinho político da candidatura do Dr. Bruno Calil (SD). Já tive contato com ele. Já tive contato com Beethoven (PSDB), que ia disputar a eleição, mas acabou trocando pela Carla Waleska (PSDB). Vou fazer contato, hoje ainda, com Roberto Henriques (PCdoB), até para agradecer a ele o apoio que me deu no segundo turno, porque eu nem conversei com ele, nem pedi o apoio a ele. Ele simplesmente declarou, fazendo uma narrativa do porquê estaria votando em mim. (...) Entrei em contato com o prefeito Rafael (Cidadania). A Natália (Psol), eu mandei um Whatsapp para ela — disse Wladimir. — Estou fazendo contato com todos os candidatos. Queria só, não sei se é essa a palavra certa, mas lamentar a postura do Caio Vianna (PDT) de não reconhecer a vitória e querer fazer terceiro turno. A eleição acabou. Acho que ele precisa entender que a eleição acabou, que o povo fez a escolha. Que ele possa, de alguma forma, ajudar a pacificar a cidade também, para que a gente possa começar um governo que vai marcar a história de Campos — comentou.
O pagamento em dos servidores municipais e o enfrentamento à pandemia da Covid-19 foram definidos pelo prefeito eleito como as primeiras medidas para 2021. “A primeira ação é, tendo acesso aos números, garantir pagamento de salário em dia. As pessoas precisam receber pelo seu trabalho, para acabar com essa instabilidade e essa insegurança na cidade, que a pessoa não sabe nem se vai poder comprar o que ela vai comer”, assegurou Wladimir, emendando com comentário sobre a luta contra o novo coronavírus. “Se tivermos uma nova onda, talvez não possamos reabrir as escolas. Então, vai depender da pandemia, da questão da Saúde. Se não tivermos ainda a liberação do fluxo normal de pessoas, o transporte também fica comprometido. Então, tudo vai variar da questão sanitária da pandemia. As duas ações emergenciais que precisamos ter são a garantia do pagamento de salários em dia e cuidar da questão sanitária, da Saúde”, complementou.
Foi prometida pelo prefeito eleito a criação de uma empresa para contratação de profissionais com carteira assinada, visando reduzir o número de trabalhadores comRecibo de Pagamento Autônomo (RPA).
— O RPA nunca vai deixar de existir, mas ele precisa ser para a função específica à qual é destinado. RPA serve para contratação temporária. Ponto. Se você tem que contratar um profissional específico por dois, três, quatro meses, você contrata por RPA. Agora, se você tem um vigia, uma merendeira, um serviços gerais, com serviço continuado, você vai contratar pela Empresa Municipal de Mão de Obra, para ele ter a carteira assinada. São coisas diferentes. O RPA nunca vai deixar de existir. Mas, no atual modelo, que vem se perpetuando há muito tempo, não tem condição de ficar. Quem trabalha, não se preocupe, vai continuar trabalhando. Não vai ter espaço é para essa quantidade absurda de RPA que não faz nada. São pessoas encostadas. Inclusive, no ofício que enviei a Rafael, é uma das perguntas que faço a ele: quais são a quantidade, a lotação, o salário e a data de admissão de todos os RPA's da Prefeitura? — questionou Wladimir.
Também foi comentado na entrevista o imbróglio relacionado ao início do processo de transição, tendo em vista que o atual prefeito, Rafael Diniz,ter anunciado que vai aguardar a decisão da Justiça Eleitoral sobre a chapa de Wladimir para iniciá-lo.
— Dependendo da possível reunião que está pré-agendada com o prefeito Rafael Diniz, hoje, eu vou ter que acionar a Justiça para ter um mandado de segurança e ter acesso. Não pode uma equipe de saúde como eu escalei, com Paulo Hirano, Geraldo Venâncio e Frederico Paes, não ter acesso à situação da Prefeitura como está hoje, no meio de uma pandemia, faltando tudo nos hospitais, com credenciamento dos leitos perto de acabar. Vai deixar explodir em janeiro? — comentou Wladimir. — Infelizmente, eu não tenho 30 dias. Tenho prazo de 30 dias para assumir. Para a transição, não estou tendo. Espero que, a partir de hoje, na reunião agendada, eu possa ter — acrescentou.
No final da tarde desta quarta, a Prefeitura informou em nota que o prefeito Rafael Diniz vai convidar os médicos Paulo Hirano e Geraldo Venâncio para colaborarem e participarem das reuniões do gabinete de crise do enfrentamento ao novo coronavírus. Além deles, também será convidada a médica Elizabeth da Mata, representante da secretaria Estadual de Saúde responsável pelo setor de regulação no Norte Fluminense.
Confira a entrevista completa:

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