Caio Vianna daria a Arnaldo o papel que ele quisesse em eventual governo
26/06/2020 07:16 - Atualizado em 26/06/2020 13:50
Pré-candidato a prefeito de Campos pelo PDT, Caio Vianna não poupou críticas aos governos federal, estadual e municipal pelas posturas adotadas durante a pandemia do novo coronavírus. Entrevistado desta sexta-feira (26) do Folha no Ar, da Folha FM 98,3, ele afirmou que seu pai, o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT), terá o papel que quiser em eventual governo seu, mas a mãe, a ex-primeira-dama e ex-vereadora Ilsan Vianna, já não participa da vida pública há muito tempo. Crítico de todas as gestões após a do seu pai, Caio acredita ter faltado prioridades na utilização dos recursos da cidade. No cenário pré-eleitoral, fez críticas mais duras ao prefeito Rafael Diniz (Cidadania) e afirmou que para ajudar o município, Wladimir Garotinho (PSD) deveria continuar no mandato de deputado federal. Sobre a queda acentuada nos royalties, diz ser necessário um estudo profundo e a reavaliação de contratos:
— A gente está estudando isso cada dia mais, ganhando mais profundidade nesse estudo. Obviamente que uma das principais coisas que a gente precisa fazer, em um cenário de próximo governo, é primeiro avaliar todos os contratos de prestadores de serviço que têm firmado com Prefeitura, para entender até mesmo aonde tem pontos ali que podem ser cortados, que os preços podem ser diferentes. Do mesmo jeito que cai a arrecadação, precisa também readequar preços de muitas coisas.
No tabuleiro político, as críticas foram mais duras ao prefeito. Caio disse que não enxergou nada produzido pelo governo Rafael, além de pontos negativos como o que classificou como desmonte de programas sociais. Quanto a esta bandeira, o pré-candidato elogiou a gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Pros), mas fez duras críticas aos elefantes brancos construídos com recursos dos royalties, dívidas deixadas para as próximas gestões e acredita que a população fez o julgamento, vendo mais coisas ruins do que boas, ao tirar o grupo político da Prefeitura no último pleito.
— Campos há mais de duas décadas não fica sem um deputado federal. Para o bem da cidade, para o desenvolvimento da cidade, pensando no coletivo, é muito importante que a gente não perca um deputado federal. Não importa se é o Wladimir ou qualquer outra pessoa, mas o eleito deputado federal pela nossa cidade foi ele. Qualquer que seja a gestão futura, precisa ter diálogo com esse parlamentar. E se esse parlamentar não estiver lá, vai dificultar o diálogo com outros parlamentares e o governo federal. Acho que neste momento, pensando no coletivo, o mais prudente seria a manutenção deste mandato — afirmou.
Sobre a cisão com o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), apontado anteriormente como principal articulador da atual pré-campanha dele, Caio negou o rompimento e disse que ainda é um período de diálogo: “Estamos em um momento de conversas. Lá na frente, quando for efetivada as convenções partidárias, a gente vê quem vai ficar onde. Estou mais preocupado com questões administrativas, ter um projeto para apresentar a cidade”.
Caio também comentou sobre a ruptura com o pai na eleição de 2016. Disse que foi algo circunstancial, mas que não abalou a relação entre eles e que tem certeza de que Arnaldo participaria de qualquer mandato sue. “A Ilsan, minha mãe, não participa da vida pública há muito tempo. (...) O Arnaldo, essa pessoa que todo mundo conhece, um gestor público competente, que deixou grandes marcas positivas para nossa cidade (...) e o que ele quiser participar do governo e opinar, será extremamente bem visto, vou ter muito orgulho”.
Caio foi crítico ao prefeito e também ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador Wilson Witzel (PSC) neste momento de pandemia. “O governo [federal], realmente, adotou um caminho errado. A defesa da vida é a principal defesa. O isolamento social é importantíssimo. Ser contra o isolamento, dizer que é uma 'gripezinha', isso não é o melhor caminho. O que pesa ao governo estadual, esses hospitais de campanha foram bonitos apenas no papel. É uma farsa. Foi gasto de dinheiro público equivocado. (...) A gente poderia [no âmbito municipal] estar ofertando muito mais leitos. Os números em Campos tem crescidos e acho que são muito maiores, estão subnotificados. Faltou ações imediatas lá no início”.
Assista à entrevista:

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