O Parlamento Inter-Regional, que reúne representantes dos Legislativos do Norte e Noroeste Fluminense, está perto de retomar suas atividades. Presidentes das Câmaras das duas regiões estão discutindo o retorno há algumas semanas e marcaram para a próxima sexta-feira (22), em Miracema, um encontro que pode definir a nova Mesa Diretora.

O primeiro encontro para discutir a retomada aconteceu em 25 de julho, na Câmara de Campos, e reuniu representantes de Miracema, Itaocara, São José de Ubá e São Francisco de Itabapoana. Na última sexta-feira (15), os parlamentares voltaram a debater o tema em Italva, mesmo dia em que foi discutido o veto do presidente Lula ao PL do semiárido. Instituído em 2021, o Parlamento não se reune desde 2023.

Segundo o presidente da Câmara de Campos, Fred Rangel (PP), o encontro em Italva foi produtivo e contou com a presença de chefes de Legislativo que não estiveram na primeira reunião. O objetivo agora é eleger a nova Mesa Diretora do Parlamento Inter-Regional.

“Lá tivemos a participação de mais presidentes que não estiveram na primeira reunião e estamos dando prosseguimento, visando alcançar rapidamente a eleição da Mesa Diretora. Ao final desse encontro, ficou definido para a próxima sexta-feira, dia 22, uma nova reunião em Miracema. Acreditamos que teremos maior participação, visando o estabelecimento da Mesa Diretora”, explicou Fred.

A principal função do Parlamento, que reúne parlamentares dos 22 municípios do Norte e Noroeste, é atuar em conjunto por pautas em comum. E para Fred Rangel, certamente a principal delas é o veto presidencial ao PL do semiárido, que motivou forte articulação política na região durante a última semana.

“Podemos destacar a questão do veto ao Projeto do semiárido como sendo a pauta de maior relevância no momento. Mas todos aqueles outros projetos que envolveram os municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense serão encarados com a mesma seriedade e importância”, afirmou o presidente do Legislativo goitacá.

Sônia Pereira (PT), presidente da Câmara de São João da Barra, destacou os interesses em comum na região e a articulação pela retomada dos trabalhos em conjunto.

“Esse movimento de retomada do Parlamento Inter-regional é muito importante, pois fortalece a região como um todo. Muitos municípios têm interesses em comum. Então, unidos, fica mais fácil para pleitear investimentos e recursos para todos”, disse Sônia.

Já o vereador Juninho Virgílio (Podemos), líder do governo em Campos, afirma que o objetivo é unir forças para que demandas estratégicas da região sejam defendidas com mais peso político junto aos governos estadual e federal. Para ele, as duas regiões precisam de união para avançar em algumas pautas como, por exemplo, a derrubada do veto presidencial ao PL do semiárido.

“Um exemplo é o projeto que reconhece o Norte e o Noroeste Fluminense como região semiárida, aprovado pela Câmara Federal e pelo Senado, mas vetado pelo presidente da República. Essa é uma luta que precisa ser retomada, pois pode garantir benefícios importantes aos nossos produtores rurais”, falou Juninho.

O cofinanciamento da saúde também foi citado por Juninho Virgílio como pauta que requer mais união no Norte e Noroeste. A falta de repasses estaduais a Campos neste ano causou transtornos e chegou a colocar em risco o atendimento a pacientes de outras regiões.

“Outra pauta central é o cofinanciamento da saúde. Campos é um polo regional que atende pacientes de várias cidades vizinhas. Precisamos que os repasses do Governo do Estado sejam proporcionais ao volume real de atendimentos, para que os serviços de saúde não fiquem sobrecarregados e possamos atender com mais qualidade”, afirmou Juninho.