... ORDINÁRIA, NÃO!
10/07/2013 | 07h01
CENSURA A NELSON RODRIGUES: BONITINHA SIM, MAS ORDINÁRIA, NÃO! [caption id="attachment_6656" align="alignleft" width="130" caption="ft. Google"][/caption] Acabei de saber que barraram uma peça do Nelson Rodrigues no Trianon. Se isso é verdade, a situação é pior do que eu imaginava. Mas também, o que esperar de uma cidade governada pelo Antigo Testamento? Teatro lotado pra ver "Kiko: O verdadeiro". (Adriano Moura, poeta, in Facebook, 09/07/13, às 22h13) O que dizer de um povo que permitiu que demolissem o Trianon e construíssem uma caixa d’água de vidro? (Vilma Arêas, campista, escritora e Professora Titular da UNICAMP, em entrevista e este articulista) Coisa feia, gente! Seria cômico se não fosse trágico, chavão muito usado, mas que cabe bem aqui. Estou em Campina Grande (PB), mas não posso deixar de me manifestar ante a censura à peça “Bonitinha, mas ordinária”, do famoso dramaturgo e cronista brasileiro Nelson Rodrigues, gênese do teatro moderno brasileiro, imposta pelo desgoverno de Campos dos Goytacazes. Soube, pelas redes sociais e blogs, ontem à noite, que a Fundação Teatro Municipal Trianon foi extinta e muitas outras coisitas, até ler o blog da Luciana Portinho, que falava da censura à peça do Nelson Rodrigues. Fui para o face e não se falava em outra coisa. Pensei: Meu Deus, pode isso? Não será castigo para o povo campista, um povo já amaldiçoado por ter a frente do seu governo uma “Cantora Gritante”? Pode sim. Vejam algumas preciosidades críticas que li no facebook: 1) "Os sete gatinhos", de Nelson Rodrigues já foi confundida com peça infantil. Agora barram "Bonitinha, mas ordinária". Quem sabe deixam passar "Álbum de Família" achando que é uma peça Gospel? (Adriano Moura, poeta); 2) “O Trianon Tem Dono? Quando se é dono de algo vc permite ou não. É um teatro particular e eu não sabia.”(Fernando Rossi, Diretor teatral e escritor); 3) “E Valsa N. 6 já foi confundida como peça de debutante, kkkk” (Guilherme Freitas); 4) “De repente ela libera a montagem de ''A mulher sem pecado''. É só falar que é uma homenagem a ela... : D”(ELA se refere à Prefeita de Campos) Bem, ficaria aqui todo o dia enumerando a revolta dos mais chegados à cultura campista, dos diretores de teatro, produtores culturais entre outros tantos. Já faz tempo que digo que a cultura campista anda desgovernada e capenga. Corre a boca miúda que a Presidente do Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima é totalmente despreparada para dirigir a cultura em Campos dos Goytacazes. Está no cargo por ser uma pessoa ligada à música, ou melhor, a uma banda cujo dono tem um estúdio e tralálálálálá. O fato é que as pessoas já se manifestam: “Sabe pq aconteceu isso? Pq colocarm Patrícia Cordeiro, uma pessoa totalmente despreparada culturalmente para aprovar o que não entende. Kd Orávio de Campos? Será que alguém o consultou? Garanto que não pois esse sabe distinguir um clássico teatral.Cada macaco no seu galho, gente!!!!” (Mario Cesar, em comentário no Blog de Luciana Portinho). Orávio de Campos Soares, ex-secretário de Cultura, tanto faz como tanto fez! E agora? A boca miúda não se cala. Luciana Portinho, ex-presidente da Fundação Cultural Oswaldo Lima e entusiasta da cultura, atualmente, atuando na área de cultura da Folha, posicionou-se: “Um vexame para Campos e para todo o Brasil . A PMCG, segundo publicado em redes sociais e blogs locais como o de Claudio Andrade, aqui, e em outros da Folha Online como aqui e aqui, suspendeu a apresentação da peça teatral “Bonitinha, mas Ordinária” do renomado teatrólogo Nelson Rodrigues. Iria se apresentar no Teatro Municipal Trianon.Se próximo estávamos de Sucupira, agora caímos nas graças do Feliciano.” Rodrigo Vahia, integrante do Grupo Teatral Oito de Paus, que encenaria a peça censurada postou: “Liberdade? Que liberdade? De expressão, então... Não costumo postar textos de desabafo por aqui, porque particularmente acho que os problemas de cada um devem ser resolvidos na sua intimidade. Mas o ocorrido está além da minha, ou da intimidade de um grupo de artistas, do qual eu faço parte. Mas de todo um coletivo que acredita na livre troca de informação, produção de ideias e reflexões. Que acredita, mais do que na liberdade de escolha, no direito a escolha. Que acredita na liberdade de expressão. O fato que vou relatar aqui é GRAVE. Não pelo aspecto financeiro ou pelo descomprometimento. Mas pelo coronelismo e pelo cerceamento ao direito individual de liberdade. Além de, grosseiramente falando, ainda termos pessoas despreparadas e imbecis opinando e interferindo sobre políticas culturais, quando na verdade não deveriam nem estar varrendo rua, que é para não ofender os garis. Mas o fato é que o meu grupo de teatro teve a peça “Bonitinha, mas Ordinária” CENSURADA em Campos, pela Fundação Trianon, após a troca da sua presidência que resolveu rever os projetos já contratados. Simplesmente porque a peça de Nelson Rodrigues poderia ofender a prefeita Rosinha Garotinho, que é evangélica. Em pleno século XXI? Roubo, corrupção, lavagem de dinheiro através de ONGs, isso não ofende a atual prefeita, não é... Coitada, ela não deve saber dessas coisas... Ou deve rezar bastante e seu Deus a perdoa. Afinal, dinheiro não falta para pagar a própria redenção. Mas aí já não cabe a ninguém... Já que trata da individualidade dela. A questão é quando a individualidade de um governante interfere nas escolhas referentes ao coletivo. E é na minha opinião, a menos que eu esteja realmente ficando louco, INADMISSÍVEL, uma peça ser censurada porque pode desagradar esse ou aquele político!!! SE ALGUÉM CONCORDA COMIGO, POR FAVOR, COMPARTILHE ESSA MENSAGEM ATÉ QUE ELA CHEGUE À FUNDAÇÃO TRIANON EM CAMPOS. Não porque eu queira fazer a peça lá agora, porque sinceramente perdi a vontade. Mas porque acho digno mostrar também a essas pessoas que não vivemos mais em um regime absolutista e que não se faz política, nem muito menos arte, com a opinião ou aprovação de quem quer que seja. Nem de Deus. Quiçá de uma rosa.” Pois é. “Um galo sozinho não tece a manhã;/ Ele precisará sempre de outros galos/ De um que apanhe esse grito que ele/ e o lance a outro; de um outro galo/ que apanhe o grito de um galo antes/ e o lance a um outro [...] (João Cabral de Melo Neto). Para não chorar, moral da história: Qual o esporte preferido das cantoras? Lançamento de discos! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK! Texto de autoria do Dr. Deneval Siqueira de Azevedo Filho. Professor Associado de Teoria e História Literária. Departamento de Línguas e Letras. Centro de Ciências Humanas e Naturais. Programa de Pós-graduação em Letras - Doutorado e Mestrado em Estudos Literários. Universidade Federal do Espírito Santo.
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Aquele abraço
08/07/2013 | 05h48
[caption id="attachment_6626" align="aligncenter" width="600" caption="divulgação"][/caption]

 

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VÂNDALOS DE MOTOSSERRAS EM CAMPOS
19/06/2013 | 11h39
Recebemos a denúncia de que a empresa contratada pela Prefeitura de Campos está abatendo com motosserras os Ipês quase centenários do Parque Alzira Vargas, um dos poucos espaços arborizados da área urbana. O leitor tentou saber qual o motivo do ato estúpido e não conseguiu resposta para o crime contra o ambiente. No espaço a prefeitura anuncia a criação de um parque para crianças, mais uma razão forte para preservação das árvores que deveriam até serem tombadas pelo Conselho de Preservação do Patrimônio de Campos como um bem coletivo, intocável. Alô Ministério Público!!!

 
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PARA VIVER
01/06/2013 | 07h18
Este é Caio Freire, um menino de nove anos que nós- ainda- muito ouviremos falar nele. Desde os seis anos, isso mesmo, pequenino começou a tocar flauta transversa, na ONG Orquestrando a Vida, Campos.  Há três anos, quando começou a estudar flauta mal dava para ele acomodar o instrumento no ombro pequeno e segurá-lo. Colhi o depoimento dele, junto à sua mãe que é a sua maior fã. Ele é qualquer coisa de vivaz, simpático e carinhoso. Não pensa em outra coisa para a sua vida a não ser tocar, tocar e lutar...que é o lema da Orquestrando a Vida. Cada entrevista concluída tem me revelado o conteúdo infinito deste projeto musical. Não há como não vibrar com o resultado técnico desses jovens músicos, com a qualidade das orquestras e mais ainda com o poder transformador da música no íntimo de cada um desses meninos e meninas.  Atenho-me para preservar a surpresa futura, mas, como não parabenizar de público aos maestros Jony William Villela e Luis Maurício Carneiro. Aqui, ele com a mãe Kellen.

Aqui , eu e Caio.

 

 
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Caixa de tesouros
27/05/2013 | 10h55

“Para mim, a literatura é outra realidade, é um território onde eu regresso à minha infância feliz, que é a minha grande caixa de tesouros, onde estou autorizado a olhar o mundo de novo como um brinquedo, e eu vivo circulando entre esses dois mundos”. Mia Couto.

Por unanimidade o biólogo e escritor moçambicano Mia Couto ganhou o Prêmio Camões 2013, um dos principais da literatura em língua portuguesa. Com isso,  receberá 100 mil euros. O anúncio foi feito hoje, 27/05, pela Fundação Biblioteca Nacional - ligada ao Ministério da Cultura. A nota lembra que o romance "Terra sonâmbula" foi considerado "um dos dez melhores livros africanos no século XX" e que o autor é "comparado a Gabriel Garcia Márquez, Guimarães Rosa e Jorge Amado". O Prêmio instituído em 1989 pelos governos do Brasil e Portugal, desde então, os autores nacionais contemplados foram Dalton Trevisan (2012), Ferreira Gullar (2010), Lygia Fagundes Telles (2005), Rubem Fonseca (2003), Autran Dourado (2000), António Cândido de Mello e Sousa (1998), Jorge Amado (1995), Rachel de Queiroz (1993) e João Cabral de Melo Neto (1990). A escolha do ganhador do Prêmio Camões 2013 foi feita no Palácio Capanema, no Rio. O júri era formado por Clara Crabbé Rocha e José Carlos Vasconcelos (de Portugal); Antônio Alcir Pécora e Alberto da Costa e Silva (do Brasil); João Paulo Borges Coelho (de Moçambique); e José Eduardo Agualusa (de Angola).    
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Por 14,4 milhões de reais
03/05/2013 | 05h30

Copiado do blog Eu Penso que... do jornalista Ricardo André Vasconcelos.

PMCG VAI REFORMAR MERCADO EM 8 MESES POR R$ 14,4 MILHÕES

(fotos do Blog Campos dos Goytacazes em foto aqui
Na bucólica década de 20, o Mercado Municipal recém construído e praticamente deserto
Quase cem anos depois o local é o retrato do caos: prédio em decadência, falta de disciplina do trânsito e improviso
Símbolo do arrojo dos anos 20 do século passado, o relógio do Mercado não funciona há décadas
Inaugurado da década de 20 do século passado pelo então prefeito Luiz Sobral, o Mercado Municipal de Campos vai passar pela maior reforma de sua história de quase cem anos. Foi publicado no Diário Oficial de hoje, página 10, o extrato do contrato 143/2013 (Concorrência pública 014/12) para reforma do Mercado Municipal. Valor da obra? R$ 14.467.768,29 e oito meses de prazo para conclusão. Veja extrato contrato abaixo:
 
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É AGORA, Comissão Popular da Lei Orgânica
16/04/2013 | 11h43
A Câmara de Vereadores começou a alterar a Lei Orgânica do Município (LOM), a norma mais importante da legislação municipal. Hierarquicamente superior a todas as leis do Município, a LOM trata de diversos assuntos: saúde, transportes, educação, assistência social, meio ambiente,cultura, patrimônio,  etc. É o momento propício para que os cidadãos se manifestem, encaminhem suas propostas. Para isso, diversas entidades da sociedade civil organizada recém criaram a COMISSÃO POPULAR DA LEI ORGÂNICA, fórum de discussão e encaminhamento conjunto de todas as propostas sobre o quê deve constar no novo texto desta Lei. Assim, fica o convite para a 2ª reunião da referida Comissão que ser realizará na Faculdade de Direito de Campos, às 19 horas, na próxima quarta-feira, dia 17. Não podemos perder a oportunidade de nos posicionar e de pensar a Campos que queremos. Política não se faz só nas eleições, vejo você lá! [caption id="attachment_6065" align="aligncenter" width="600" caption="Fonte. Facebook"][/caption]

texto de Alexis Sardinha&Luciana Portinho

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IFF inaugura Centro de Memória em Quissamã
18/03/2013 | 06h19
[caption id="attachment_5932" align="aligncenter" width="500" caption="Ft. Google"][/caption]

 

O Instituto Federal Fluminense vai inaugurar o Centro de Memória “Identidade Local & Patrimônio Coletivo” do campus Avançado Quissamã, no dia 20 de março de 2013. A programação está marcada para começar às 17h30 com o plantio de uma árvore como ato simbólico de origem. Haverá também apresentação musical do Coral do Centro Cultural Sobradinho; a exibição do filme  “Areia de Quissamã”; palestras e visita à exposição  “Xilo Quissamã”, com obras de xilogravura do artista plástico Adriano Ferraioli. A expectativa é de receber 150 pessoas. De acordo com o coordenador do Centro, o professor Rogério Fernandes, o local será um espaço aberto para manifestações artísticas e culturais, para atender diversas funcionalidades seja como sala, estúdio de gravação ou cinema, e cuja história e acervo próprio serão construídos ao longo do tempo. “Defendemos a concepção de um espaço arena para a livre manifestação do pensamento. Pretendemos promover debates sobre temas que influenciam direta ou indiretamente a comunidade local, assim como realizar ações para a preservação de sua história cultural, por exemplo, as danças locais como o fado e o jongo”, explica Rogério. O espaço também vai desenvolver projetos de pesquisa e extensão ligados à memória social do trabalho de Quissamã. A primeira ação será em parceria com o IPHAN tendo como foco a memória afetiva da Cana de Açúcar e da Cia Engenho Central de Quissamã. “O projeto vai envolver a comunidade local que será capacitada de forma a realizar um trabalho audiovisual, a partir do mês de maio. Vamos preservar a história do engenho através da memória afetiva das pessoas que de alguma forma participaram desse  contexto”, afirma o coordenador. O Centro de Memória do campus Avançado Quissamã foi criado a partir de um Edital da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura do IFF que visava a implantação e/ou modernização dos Centros no Instituto, com o objetivo de construir a memória dos campi articulada à memória local. “Nosso objetivo é colaborar com o processo de construção de uma identidade local, de acordo com uma perspectiva de educação cidadã trabalhando pela preservação e divulgação da memória coletiva do próprio campus, inserindo-a no contexto mais amplo da história local”, finaliza Rogério.
Ascom Reitoria
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Dos escombros à reconstrução
11/03/2013 | 08h00
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, através do Promotor de Justiça Marcelo Lessa Bastos, formalizou nesta semana, Ação Civil Pública, na 4ª Vara da Comarca de Campos, pela demolição intempestiva do Casarão histórico, situado na rua 13 de Maio, nº. 220, na noite de cinco de janeiro passado. Na peça ajuizada pelo MP, o promotor esclarece que foi provocado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Municipal, Coppam, para investigar a demolição do prédio histórico, que segundo afirma, “Se deu à revelia, inclusive do Município, que já não autorizou outrora”.

Na ação proposta pelo MP, são réus os sete proprietários — como tais qualificados e listados, na ordem a seguir: Elizabeth Duncan Tavares Campista, Suellen Rangel Gomes Braga, Maria Amélia Saturnino da Silva Pinto Rocha Santos, Godofredo Saturnino da Silva Pinto, Heloisa da Silva Pinto Carneiro, Paulo Roberto da Silva Pinto e Flavia Saturnino da Silva Pinto. Após discorrer sobre a história do prédio que foi construído na segunda metade do século XIX, “no estilo barroco e português e detalhes neoclássicos”, e de esclarecer que o imóvel fazia parte das áreas denominadas como Área Especial de Interesse Cultural e área de Proteção ao Ambiente Cultural, Marcelo Lessa é objetivo, quer, através da ação civil pública “buscar a reparação do dano com a reconstrução do prédio, nas exatas condições em que se encontrava, assim como aplicação de multa e a proibição de explorar o imóvel comercialmente”. Para Orávio de Campos Soares, presidente do Coppam, a atitude é boa, “O MP está atento às questões do patrimônio. É louvável e servirá de exemplo aos que, de forma arbitrária e arrogante, demoliram o histórico Casarão. É altamente importante que o campista desperte de que será punido ao agir com descaso ao patrimônio cultural. O Coppam está inspirado na construção de um processo que alcance a formação de uma consciência preservacionista e arqueológica. Agora mesmo obtivemos outra vitória; conseguimos da Imbeg a contratação de um arqueólogo para acompanhar as novas escavações na obra do Centro Histórico”, discorreu o presidente do Coppam. Bom lembrar que o imóvel histórico que veio ao chão estava listado, pelo conselho de patrimônio local, como um dos muitos que são protegidos pela lei municipal 7972 de 31/03/98, como informou o presidente do Coppam à Folha da Manhã, naquela fatídica ocasião. “Por unanimidade, no ano passado, o Coppam indeferiu o pedido de demolição expresso pelos proprietários. Na ocasião, por precaução, noticiamos o MPE do fato. Desde então as partes sabiam da existência de um processo judicial. Ainda que antipático aos interesses dos particulares, esse é o papel do conselho; o da preservação do patrimônio arquitetônico, histórico e cultural. Estamos atentos a atual exploração imobiliária desenfreada, outros casos podem acontecer”, frisou Orávio de Campos. Segundo o advogado Dr. João Paulo Granja, situações de conflito entre interesses de particulares e da coletividade estão previstas na Constituição Federal de 1988, em vigor no país. “Pelo artigo 216, inciso V, parágrafo 1º, cabe ao poder público conservar o patrimônio cultural de natureza material e imaterial, tomados em conjunto ou individualmente, cabendo à sociedade contribuir para este fim”, esclareceu. Este é também o entendimento do promotor público, Marcelo Lessa, ao chamar para si a responsabilidade legítima em a tutela do interesse discutido em juízo: “Da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: Art.129, inciso III. São funções institucionais do Ministério Público: promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”, como escrito pelo MP. Luciana Portinho
Capa da Folha Dois de sábado, 09/03.
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Uma Academia para os mortais
06/03/2013 | 06h52
[caption id="attachment_5881" align="aligncenter" width="550" caption="Ft. Edu Prudencio"][/caption]

 

Com um plenário cheio, a noite da última segunda-feira foi de encontros e reencontros festivos, na Academia Campista de Letras. Aliás, uma noite um pouco atípica, ainda que solene, com a posse daqueles que o acadêmico Vilmar Rangel, na posição de cerimonialista, assim nominou: “A posse dos novos três poderes da ACL, para o biênio 2013/2014”. Além dos aguardados discursos elegantes na escrita, pungentes ao falar, certa irreverência se fez presente na mesa principal dos trabalhos. Ao lado de autoridades municipais e personalidades da intelectualidade campista, cenouras de papel e um coelho de pelúcia além do humano, o professor Hélio Coelho de Freitas, que foi conduzido à presidência da academia, juntos com os outros 13 acadêmicos nos cargos de diretores, conselheiros e assessores culturais. O primeiro a falar foi o acadêmico e ex-presidente Elmar Martins ao ler o “Discurso de desposse”. Nas dez páginas digitadas, se despediu agradecendo o apoio no mandato que, por vontade alheia a sua, se estendeu por quatro anos, à frente da instituição. Com rara habilidade misturou os filósofos gregos, poetas modernos, as pinturas rupestres e o humor ao alinhavar o texto com um bordão, “Eu faço Versos?... E só aos poetas é possível expressar em uma só palavra o universo de agradecimentos a todos quanto os devo”. De comum, entre os acadêmicos que usaram da palavra e os acadêmicos no recinto, a esperança depositada no presidente empossado de saber conduzir o processo de revitalização da vida na Academia; de um novo passo coletivo na renovação de seus quadros, da sabedoria na conservação de sua história e legado. Ao citar (em epígrafe) o alemão, Johann Wolfgang Von Goethe, “A vida é a infância de nossa imortalidade!”, Hélio Coelho — na ACL, ocupa a cadeira do poeta Antonio Roberto Fernandes — assim abordou a imortalidade que aos acadêmicos lhe é conferida. — Ser jovem não é se drogar de juventude, ser maduro é saber envelhecer e trago Bernard Shaw para nos advertir: “Não tente viver para sempre: você não se sairá bem!”. Sou fiel ao entendimento de que a denominação de imortal é inadequada para o intelectual em vida. Depois, sim, na hora do inventário de sua vida e sua obra, quando ficar evidenciado que não enterraram ao mesmo tempo seu corpo e sua obra, aí então a imortalidade impõe-se como o coroamento de sua existência. Creio ser este o sentido da fala de Goethe, em epígrafe —, e prosseguiu, “Não se pode conceber o que fazer intelectual como expressão de narcisismos nem de be-letrismos em castelos nas nuvens ou torres inacessíveis aos homens e mulheres de carne osso, como se estes fossem mortais indignos de conviver com os supostos ‘imortais’. O ser ‘imortal’ só se justifica num ‘curriculum mortis’ que autorize a perpetuação de seu nome, da contribuição à cultura de sua Terra, da singularidade de sua obra e dos desdobramentos de sua visão de mundo, do homem e das coisas. Imortal só se justifica na dimensão do que se coloca como transcendência, não a transcendência como escape, refúgio nas torres de além-mundo, mas a transcendência que dá significação à vida enquanto práxis e que, como todos os engajamentos, “não basta ser vivida, é preciso ser sonhada”, como a vivenciou Quintana”. O incremento na inserção social da ACL esteve evidenciado em todas as conversas da noite. Para o professor de arte e acadêmico Renato Marion Aquino, “O momento é muito importante, representa uma renovação. Hélio Coelho detém dons e currículo, ainda que um jovem acadêmico. Muitos dos que assumem os cargos agora, o fazem pela primeira vez. Cada qual tem o que dizer, carrega conteúdo, sabe como fazer. Antevejo uma época profícua conjugada à preservação do passado”, frisou Renato Aquino. Ao final de seu discurso, Hélio Coelho fez questão de esclarecer a ausência do nome de Vilmar Rangel da chapa empossada, “Vilmar declinou de integrar nossa gestão por razões de ordem particulares que respeitamos. Todos sabem que é um intelectual de grande porte, um zeloso administrador, é uma peça fundamental na engrenagem da ACL, rendo aqui particular homenagem”, exclamou Hélio ao pedir uma salva de palmas da plateia. Esse foi o tom da Academia Campista de Letras, na noite de segunda-feira passada, que ainda contou com a apresentação do Coro Municipal/ Orquestrando a Vida e do Conjunto de Choro, Regra Três. Luciana Portinho Capa da Folha Dois de hoje, (06/03).
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Sobre o autor

Luciana Portinho

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