Pequenas iniciativas, grandes resultados
30/08/2012 | 05h38
É uma ação pontual de incentivo à leitura, de democratização do conhecimento. Merece destaque e reprodução. Recebi por e-mail da assessoria de imprensa da LLX.lp Biblioteca no Superporto do Açu leva conhecimento a operários Um galpão que antes servia apenas como depósito de objetos, hoje abriga uma biblioteca com mais de 400 exemplares. O local, instalado no Superporto do Açu, em construção pela LLX em São João da Barra, já é parte da rotina dos cerca de 6 mil trabalhadores que atuam no local. A biblioteca, que começou a funcionar em fevereiro deste ano, recebe atualmente uma média de 100 pessoas por dia. O objetivo do projeto, desenvolvido pela Milplan Engenharia, companhia terceirizada que atua na construção do Superporto do Açu, é estimular o crescimento profissional do colaborador e fortalecer o hábito da leitura. “Esse projeto logo contagiou a todos. Foram os próprios colaboradores que desocuparam o espaço, pintaram, fizeram as mesas e prateleiras. A biblioteca é a nossa menina dos olhos e desperta muita curiosidade das pessoas, já que o projeto é pioneiro na região. Hoje temos um volume grande de frequentadores”, conta Paula Siqueira, assistente social e coordenadora da biblioteca. O mecânico José Rubens Cavalcanti Nouche, 21 anos, é frequentador assíduo do local. “A leitura é realmente importante para nosso crescimento profissional. Por isso frequento a biblioteca quase todos os dias desde que ela foi inaugurada. Como no espaço temos acesso às mais importantes revistas e jornais do país, além dos livros, eu aproveito também para me atualizar sobre as principais notícias do Brasil e do mundo”, conta. Já o assistente de suprimentos Gil Nunes Anastácio, 49 anos, prefere ler os grandes nomes da literatura mundial, como Machado de Assis e Fernando Pessoa. “Há 20 anos trabalho em obras em vários lugares do Brasil e nunca ouvi falar de uma biblioteca dentro de uma obra. A gente nota que as pessoas que antes não tinham hábito de ler começaram a se interessar pela leitura. O acervo também é bastante diversificado”, pontuou Gil. Biblioteca A inauguração da “Biblioteca M – 360” aconteceu em fevereiro, mas a mobilização começou no ano passado. Desde dezembro de 2011, enquanto o espaço físico era montado, a Milplan realizou uma campanha de doação de livros, que contou com a adesão de funcionários das várias empresas que atuam na construção do Superporto do Açu e até de editoras. Além das principais revistas, jornais da região e do país, estão disponíveis na biblioteca computadores com acesso à Internet. Por meio do acervo, alguns colaboradores estão tendo seu primeiro contato com nomes da Literatura Brasileira, como Machado de Assis, Clarice Lispector e Jorge Amado. Também estão disponíveis livros de poesia e alguns exemplares de literatura estrangeira.
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De quem é a cadeira?
30/07/2012 | 03h54

É aquele que senta no trono, mas nem sempre o que manda no dia-a-dia

[caption id="attachment_4411" align="aligncenter" width="550" caption="Hieronymus Bosch, Holanda, 1450/1516"][/caption] O QUE É... CHAIRMAN Max Gerhinger*

Há pouco mais de um ano, eu usei este espaço para abordar o termo CEO. Mas, a julgar pelo número de mensagens que recebo solicitando esclarecimentos sobre a sigla, acho que muita gente não leu. Por isso, resolvi repetir a dose. Mas aí os leitores que leram vão dizer: "De novo?" Então, mudei a palavra-título para chairman. Não para disfarçar, mas porque chairman não deixa de ser a origem remota de CEO. A tradução literal de chairman é "homem da cadeira". Seu primeiro registro escrito na língua inglesa data de 1654, mas sua origem histórica é mais antiga. Reuniões sempre existiram neste mundo, desde o tempo das cavernas, mas, durante séculos, elas não eram tão confortáveis como costumam ser hoje, com todo mundo refestelado em poltronas reclináveis. Antigamente, na sala do trono, existia uma única cadeira, onde se assentava a autoridade máxima - o rei -, enquanto o resto da corte permanecia em pé. Porém, reis eram transitórios, enquanto o trono - ou sua representação física, a cadeira - era permanente. Daí, quem era o rei? Aquele que estivesse sentado na cadeira: o chairman. Mas e as rainhas, não se sentiam discriminadas pelo man? Aparentemente não, já que o termo "homem" foi usado durante séculos como sinônimo de "ser humano". Na Bíblia, Deus adverte: "Lembra-te, homem, que és pó", e o recado obviamente incluía as mulheres. O exemplo resistiu séculos afora. Já no século 20, em 1947, surgiria a Declaração Universal dos Direitos do Homem, assim mesmo, machista, embora sem a intenção de sê-lo. Foi a partir da década de 60 que os ventos mudaram. E aí surgiria a sigla CEO, que não cria confusão porque tem dois gêneros. O significado de CEO é chief executive officer. Officer quer dizer "qualquer funcionário com autoridade". Nos Estados Unidos, um policial é chamado de officer. Chief quer dizer "principal" e executive é isso mesmo, o que tem por função executar um trabalho. O CEO é, portanto, o principal funcionário executivo, o de posto hierárquico mais alto. Ou, em bom português, o presidente da empresa. No Brasil, até que alguém se preocupe com isso, a pronúncia de CEO é em inglês, letra a letra: "ci i ou". Ou, tudo junto, "ciiou". Qual a diferença, hoje, entre o chairman e o CEO? O CEO tem uma função contínua: a de se certificar, dia após dia, que seus diretores estão fazendo o que se espera que façam, e a de tomar a decisão final caso seus subordinados discordem de algum assunto ou tenham dúvida quanto à melhor solução. Já o trabalho do chairman é temporário: ele só é chairman quando preside uma reunião do conselho de uma empresa, no máximo uma vez por mês. No resto do tempo, o chairman até conserva o prestígio do título, mas não tem funções executivas. É por isso que, em muitas empresas, a mesma pessoa tem as duas funções: de CEO e de chairman. No mínimo, por uma questão de economia. Mas tudo isso depende: há empresas em que o dono é o presidente do conselho, ou chairman, enquanto o presidente, ou CEO, é um profissional contratado. E aí, quem tem mais poder de decisão, o dono ou o executivo? Só a prática responde. Por isso, em qualquer empresa, títulos são apenas isso, títulos, e o mais importante para quem quer deslanchar na carreira não é saber quem tem o mais vistoso. É descobrir quem realmente manda.

*Max Gehringer, é administrador de empresas e autor de livros sobre gestão empresarial e carreiras. Foi colunista das revistas Você S.A., Exame e Vip. Hoje escreve para a revista Época e Época Negócios.

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Dos estímulos
16/07/2012 | 01h26
[caption id="attachment_4289" align="aligncenter" width="500" caption="René Magritte"][/caption]

 

Max Gehringer* É quando o funcionário reage a uma preocupação genuína da empresa com ele. Uma das lembranças mais vívidas que tenho de meu primeiro emprego era o grande escritório. Todo aberto, com um pé-direito enorme e paredes nuas. O ambiente era tão espartano que a única coisa que podia ser vagamente chamada de "decoração" eram os dois pomposos retratos dos fundadores, pendurados na parede do fundo. E era ali, sob os retratos, que ficavam as mesas dos diretores, estrategicamente posicionadas para que eles tivessem uma visão total do local. De frente para a diretoria ficavam todas as outras, e a hierarquia funcionava por fileiras de mesas. Na primeira fila estavam situados os chefes, para que eles pudessem ir rapidamente até a mesa dos diretores quando fossem chamados. Na última fila, ficavam os supervisores. E no meio, observados todo o tempo tanto pela frente quanto pela retaguarda, ficávamos nós, o resto dos funcionários. Cada funcionário tinha a sua mesa, e só. Mesmo os cestos de lixo ficavam junto às mesas dos supervisores, para que eles pudessem conferir tudo o que estava sendo descartado. Um dia, apareceu na empresa um pessoal estranho, bem vestido e bem falante. Eles se definiam como "atualizados com as tendências da administração moderna", algo que nós ali nem desconfiávamos que pudesse existir. Esse povo tinha sido contratado com o objetivo de mudar a mentalidade já meio ultrapassada da empresa, e começou alterando o layout: construíram salas para os gerentes, salinhas para os supervisores e minissalões para cada departamento. Como tudo isso requeria espaço, o escritório teve de ser ampliado. E aí, aproveitando o embalo, foram inseridos vários itens, digamos, mais atualizados com as tendências da administração moderna, como vasos com flores, reproduções de pinturas clássicas e persianas coloridas nas janelas. O efeito foi incrível. A produtividade geral dobrou da noite para o dia. E, para nós, tudo pareceu óbvio: quando se dá ao ser humano mais espaço e mais tranqüilidade, ele funciona melhor. O escritório havia deixado de ter aquele aspecto de estádio de futebol para se transformar num ambiente que privilegiava a individualidade. E o agradecimento se resumiu em uma palavra que qualquer empresa entende e aprecia: produtividade. Há um mês, eu me encontrei com um funcionário de uma grande instituição financeira e ele me contou, todo entusiasmado, a grande mudança pela qual o escritório acabara de passar. Dezenas de salas e salinhas tinham sido colocadas abaixo e o local havia sido transformado em um imenso salão, onde todo mundo podia ver todo mundo. E o resultado tinha sido positivo, em todos os sentidos: de repente, passou a haver mais espaço, mais luminosidade, mais contato humano e, principalmente, muito mais produtividade! "Isso é o século 21!", ele me disse. E eu, tentando não melindrá-lo, expliquei que aquilo, a bem da verdade, era o século 19. Grandes escritórios abertos, sem paredes, divisórias ou baias, foram o início de toda a história, lá pela época da Revolução Industrial. O fato de a produtividade melhorar quando a empresa constrói ou derruba salas, tanto faz, é resultado não da engenharia, mas da mensagem que a empresa está passando: estamos mudando para oferecer melhores condições de trabalho. E, quando o funcionário sente que existe uma preocupação genuína com ele, fica mais produtivo.  Até no escuro. *Max Gehringer, é administrador de empresas e autor de livros sobre gestão empresarial e carreiras. Foi colunista das revistas Você S.A., Exame e Vip. Hoje escreve para a revista Época e Época Negócios.
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ABUSO
14/03/2012 | 03h19
Submeter motorista a exame físico admissional de hemorroidas me parece um 'excesso de zelo' do patrão pelo empregado. Assim também foi o entendimento da juíza Luciana Muniz Vanono, da 22ª Vara do Trabalho do Rio que deu ganho de causa a um funcionário que se sentiu constrangido pela empresa. Abre jurisprudência de bom tom. * fonte, O Globo, página 14, 14/03/12.
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Sobre o autor

Luciana Portinho

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