Partindo do princípio que o candidato não é um ator, e uma campanha política não é um teatro, ou pelo menos não deveriam ser, o marketing político deve destacar as qualidades reais do candidato, afim de alcançar o maior numero do eleitorado que se identifique com elas, e ao mesmo tempo, diminuir suas deficiências.
O Marketing de um modo geral, permite-se criar estratégias para posicionar uma marca, ou um produto, através das orientações que o próprio mercado lhe dá. Assim, torna-se uma ferramenta indispensável nas mãos de quem sabe trabalhar, pois entregará ao mercado, neste caso leia-se “eleitores”, o candidato que eles querem. Não que isso seja necessariamente bom...
O marketing político é diferente do marketing eleitoral. O primeiro, podemos dizer que seria um serviço de “pós venda”, e o segundo de “venda”. O marketing político é capaz de persuadir de maneira positiva (ou negativa) os eleitores numa campanha eleitoral, é um marketing mais amplo, não de uma única pessoal, mas de uma instituição, um governo. Ações como um todo.
Já o Marketing eleitoral, é feito praticamente para a eleição de um candidato. Assim, tornam-se suas qualidades pessoais um chamariz para um determinado grupo, ganhando simpatia e com isso, votos.
Ambos são ferramentas poderosas, que deveriam “ser vendidas com receitas”, pois o povo inculto, como infelizmente a maioria dos brasileiros devido as dificuldades de acessos as informações, talvez propositalmente, aceitam lebre como carne de cordeiro.
O Marketing Político é uma ferramenta indispensável para os candidatos que concorrem a cargos eletivos.
Muitas vezes é comparado a drogas de remédios onde, se usadas na medida certa são medicamentos e se usadas de modo errado, transformam-se veneno fatal.
Por trás de uma campanha política existem muitos profissionais de marketing e publicitários que analisam pesquisas eleitorais, intenções de votos, discursos e aparência dos candidatos. O Marketing Político é complexo e determina o rumo que a campanha deve seguir, do começo ao fim.
Nessas eleições vimos pseudos candidatos utilizando desta ferramenta de marketing de modo diferente, muitas vezes parecendo até sem estudo ou estratégia nenhuma. É o caso do Deputado Federal mais votado, o palhaço Tiririca.
Estes personagens utilizam do escracho e do humor para conquistarem os eleitores que, muitas vezes, acabam votando mais como forma de protesto do que realmente pelo candidato ou por gostar do personagem. Ao invés de votar nulo ou em branco, votam no “palhaço”. É mais divertido. Foi o caso do Clodovil nas eleições passada.
Não podemos negar que, em relação ao Marketing Político, o que visa conquistar o voto do eleitor pura e simplesmente, esses personagens são sinônimos de sucesso.
O problema é que muitas vezes, este papel se inverte. Os palhaços na vida real acabam sendo bons candidatos, com propostas interessantes vinda diretamente do povo, e os candidatos que se julgam ou julgamos preparados, acabam sendo os “palhaços” na política.
Fernando Collor de Mello (PTB) está definitivamente de volta. No começo estava tímido, quieto, mas agora sim, é para valer.
Como sempre, não deixou as polêmicas de lado. Em sua atual campanha para Governador do Estado de Alagoas, lançou um jingle, no mínimo curioso. O refrão diz assim: “É Lula apoiando Collor; É Collor apoiando Dilma; É Dilma apoiando Collor. Pelos mais carentes”. Em ritmo de forró (acho).
Ué?! Lula e Collor? Para quem não se lembra os dois travaram uma das maiores (senão a maior) e mais baixas batalhas para a Presidência da República, em 1989, tendo inclusive, a aparição de uma suposta amante do então candidato Lula...
Abaixo, trechos desta “disputa”:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=eFHVdcSWNGU[/youtube]
Foi lançado recentemente na cidade de São Paulo um novo conceito de lojas que, com certeza, virará tendência nos próximos anos em todo o Brasil.
As chamadas “Lojas Grátis” estão invadindo a cidade. Estas lojas são consideradas uma nova ferramenta de marketing, sendo que os clientes entram em contato direto com os produtos, experimentando-os antes de serem lançados no mercado, e não pagam nada por isso. Ou seja, os clientes não serão mais atingidos apenas pelas propagandas, mas sim, poderão levá-los para casa e usá-los durante um tempo.
Em troca desta experiência, eles respondem uma pesquisa de opinião sobre o produto, elaborada pela empresa fabricante, com o intuito de conhecer seus defeitos e suas qualidades, conhecendo assim, a percepção dos futuros clientes sobre seus próximos lançamentos.
Este atitude permite que a empresa “amadureça” o produto antes de lançá-lo no mercado, evitando erros, o que muitas vezes, podem manchar sua imagem. Se a Nestlé, por exemplo, usasse essas lojas antes do lançamento do achocolatado Alpino Fast, não teria ocorrido o problema (citado em post passado), pois os consumidores teriam detectado antes.
De certo modo, essa “ferramenta” já vem sendo usada pelas gravadoras de CDs na internet, onde os clientes podem abaixar alguns segundos das músicas, permitindo o conhecimento do conteúdo dos CDs, ates de comprá-los. Mas agora, tornaram-se lojas físicas, onde os clientes levam o produto para casa, experimentam, e na próxima visita a loja, respondem uma pesquisa de opinião. Bom para todas as partes.
No anseio de sair na frente na corrida eleitoral, alguns candidatos comentem erros de comunicação que podem custar caro.
Um exemplo é mandar fazer pesquisas eleitorais para conhecer o que os eleitores pensam sobre sua candidatura e não acreditar no resultado da pesquisa, em sua grande maioria quando esta não lhe é favorável, ou até mesmo tomar decisões contrárias as indicadas pela pesquisa.
Outro erro comum é o que esta sendo acusado o Garotinho (PR), que foi declarado inelegível pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) por uso indevido dos meios de comunicação, quando em 2008 sua mulher Rosinha se elegeu prefeita da cidade de Campos RJ. Ainda cabe recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O uso indevido dos meios de comunicação pode ser caracterizado pela realização de propaganda eleitoral antecipada e institucional, além da divulgação de programas sociais proibidos pela legislação eleitoral, como por exemplo, a distribuição de bens e serviços.
A disputa eleitoral está prestes a começar e com ela, a batalha entre os marqueteiros do PT e PSDB.
O marqueteiro Luiz Gonzáles, será responsável pela propaganda do PSDB, partido ao qual presta serviços há 16 anos, enquanto João Santana representará o PT, numa parceria que dura 10 anos.
Os dois marqueteiros políticos, considerados os melhores do país, por mais contraditório que pareça, são formados em jornalismo e não em publicidade e propaganda.
Eles já se enfrentaram diretamente duas vezes, estando empatados, com uma vitória para cada lado. O 1º encontro aconteceu na corrida presidencial de 2006, onde Santana representando o Lula venceu Gonzáles, que era responsável pela campanha do Alckmin. A vingança veio dois anos depois, na corrida pela prefeitura de São Paulo, onde Gonzáles comandou a campanha do Kassab (DEM), que venceu a Marta Suplicy (PT), comandado por Santana.
A disputa deste ano, além de acirrada, promete ser o desempate entre os dois principais marqueteiros políticos do Brasil. Veremos.
Como já foi citado num post passado, a Ferrari usa na Fórmula 1 uma suposta propaganda subliminar dos cigarros Marlboro em seus carros, sendo que é proibida qualquer propaganda de cigarros em eventos esportivos.
Pois bem, agora a Ferrari está sendo acusada pela União Européia de utilizar essas mensagens subliminares, fazendo a propaganda de cigarros em seus carros. Os carros vermelhos com as listas brancas, como se vê nas fotos, nos remetem ao logo da Marlboro, que paga 100 milhões de Euros anuais de “patrocínio” a Ferrari.
Isso poderá ocasionar problemas durante o próximo Grande Prêmio, no Reino Unido.
Por outro lado, a Phillips Morris diz estar confiante de que não esta burlando a legislação antitabagista da Europa. Veremos..
Quem tem acompanhado o Blog, sabe que tenho escrito alguns episódios da guerra do marketing político para a corrida presidencial.
Ontem aconteceu mais um episódio na guerra dos bastidores. Desta vez, envolvendo a poderosa Rede Globo.
A emissora tinha preparado uma campanha comemorativa de seus 45 anos e, devido a pressões por parte da candidata Dilma Rousseff (PT), foi retirada do ar ontem, dia 19/04. Dilma afirmou em seu twitter, seguido por mais de 25 mil pessoas, que havia uma mensagem subliminar a favor do candidato José Serra (PMDB).
A Rede Globo, apesar de comprovar que a campanha foi criada em novembro de 2009, quando não havia nem candidatos e slogans, resolveu tirar a campanha do ar, evitando dar pretextos de ser acusada de tendenciosa.
Do ponto de vista do marketing, é evidente que o partido político que detém o Poder Executivo central, conseqüentemente usando o dinheiro e a influência do Estado, leva enorme vantagem. Não que isso seja fator determinante para a vitória.
Um exemplo: o partido que tem o presidente da república como afiliado é privilegiado, pois dispõem da oportunidade de associar-se a campanhas públicas e sociais, como inaugurações por exemplo. Nenhum outro partido oposicionista é beneficiado por tamanha massa de recursos, tanto orçamentário, quanto em relação à cobertura da mídia.
É justamente aí que entra o marketing político. Para virar essa situação, é necessária muita artimanha, perspicácia e principalmente feeling para saber em que sentido será direcionado sua campanha. Não somente a de seu candidato, mas também a do opositor.
Como assim? Resumidamente, conforme o andamento de sua campanha, você obrigará o marqueteiro contrário a refazer sua estratégia, acabando por fim, sendo o “responsável” pelas duas campanhas, virando o jogo. Isso não esquecendo que esse jogo pode ter uma reviravolta e você passar a ser o rato, na famosa brincadeira de criança.
Lógico que isso não é simples, esse processo pode durar a campanha inteira, por isso as campanhas custam milhões e paga-se muito bem aos publicitários responsáveis (outros milhões), mas o final vale a pena.
Sobre o autor
Fábio Pexe
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