O corpo do bispo emérito Dom Roberto Gomes Guimarães foi sepultado no início da tarde deste sábado (31) na Catedral do Santíssimo Salvador, em Campos. Uma missa de exéquias foi celebrada às 10h30, reunindo centenas de fiéis, padres e autoridades. Por volta do meio-dia, o corpo de Dom Roberto foi sepultado na cripta da igreja. A cerimônia foi conduzida pelo Bispo Diocesano de Campos, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz.

Estiveram presentes na celebração deste sábado a primeira-dama Tassiana Oliveira; o subsecretário de Turismo, Edvar Chagas Jr., entre outras autoridades municipais.

Dom Roberto Ferrería destacou durante a missa que o bispo emérito viveu intensamente o pastoreio, deixando um legado marcado pela entrega total à missão da Igreja e ao cuidado com as pessoas. Era um homem hospitaleiro, com um jeito especial de acolher.

“Foi um pastor muito presente e próximo em todas as paróquias, em todas as reitorias e sempre impulsionando a palavra, sempre impulsionando os relacionamentos comunitários e fazendo a caridade do bom pastor, era isso que tínhamos a dizer, é um exemplo de um pastor simples, um pastor com muita vida interior e que tocou os corações de todos os campistas,” disse Dom Roberto Ferrería.

O bispo tinha o seminário como uma de suas grandes prioridades, dedicando-se com empenho à formação dos futuros padres. Entrou no coração da comunidade e foi muito querido por onde passou.

“A minha vocação surge também pelo testemunho dele. Ele deixa um grande legado pra gente de amor a Deus, à igreja e ao povo. Foi um padre e um bispo muito humilde e simples, soube mostrar ao nosso coração a ternura de Deus” contou Padre Alex.

O Padre Romário também conheceu Dom Roberto logo ao chegar ao seminário. Ele relembra com emoção a relação de proximidade e afeto que teve com o bispo emérito. Para ele, Dom Roberto foi muito mais que um mestre, foi um verdadeiro pai espiritual, que sempre cuidou dos seminaristas com carinho e preocupação.

“Eu tenho muito medo que vocês se tornem padres frios. A minha função é fazer com que vocês não se tornem padres frios. Foi a última coisa que ele disse para a gente. E no momento em que ele estava lá, o último lugar que esfriou foi em cima do peito, no coração. Ele está aqui no meu coração, sem dúvida nenhuma. Meu pai. Meu pai espiritual,” declarou.

“Hoje como padre, eu colho muito nos ensinamentos dele, praticando aquilo que ele me ensinou e tentando imitá-lo no seu exemplo. Será sempre recordado por cada um daqueles que pôde experimentar e ver de perto a presença de um pastor tão dócil, tão amável e, ao mesmo tempo também, uma união com Deus inexplicável”, comentou Padre Júlio.

Para muitos fiéis, Dom Roberto foi um exemplo de esperança, bondade, humildade e zelo pastoral. Joel Moraes é itaperunense e o contato com o bispo emérito foi iniciado lá anos atrás. Há onze anos morando em Campos, Joel prestigiou a última homenagem a Dom Roberto.

“Eu me lembro bem, quando frequentava a Paróquia São José do Avahy, há cerca de 20 anos. Ele era um grande amigo, uma pessoa muito boa e dedicada. Fez muitos projetos importantes para a igreja e deixou um legado que sentimos até hoje. Tenho certeza de que Deus já o recebeu e que ele continua nos abençoando. Não tenho palavras para expressar tudo, só posso agradecer.”

O casal Adão e Silvia Cristina acompanhou de perto a trajetória de Dom Roberto Gomes Guimarães, bispo que marcou a vida de muitas famílias da Diocese. Participantes frequentes dos encontros de casais promovidos pelo bispo, eles ressaltam a importância do trabalho pastoral que ele realizou para fortalecer a fé e a união entre os casais, deixando um legado de amor e compromisso com a comunidade.

“Dom Roberto deixou um legado muito grande. Conviver com ele durante tantos anos, participando dos encontros de casais, da catequese e do trabalho com os jovens, foi uma bênção. Ele sempre nos ensinou que a fé precisa ser colocada em prática no dia a dia. Acompanhar a missa em homenagem a ele hoje foi um momento de muita emoção e gratidão por tudo o que ele nos deixou”, declarou Silvia.