Trabalhador que morreu durante queimada em canavial estava em seu primeiro dia de trabalho
Ingrid Silva e Rafael Khenaifes 08/05/2025 09:54 - Atualizado em 08/05/2025 12:43
Ivanildo da Silva Felizardo
Ivanildo da Silva Felizardo / Reprodução
O trabalhador Ivanildo da Silva Felizardo, que morreu durante queimada em canavial nessa quarta-feira (7), estava em seu primeiro dia de trabalho. A informação foi confirmada pelo irmão da vítima, Amaro Jorge, durante a manhã desta quinta-feira (8), no Instituto Médico Legal (IML) de Campos. Ivanildo tinha 60 anos e era morador do Parque Santa Rosa, em Guarus. Há previsão de que o velório e o sepultamento aconteçam ainda nesta quinta, no cemitério Campo da Paz. 
O irmão da vítima, Amaro Jorge, ressaltou que era o primeiro dia de trabalho da vítima no local e lamentou sobre a perda.

“Era o primeiro dia de trabalho. Ele contratou anteontem e foi trabalhar ontem. E aí eu fiquei sabendo, fiquei sabendo que ele colocaram fogo na cana por volta de dez e meia para onze horas. E ele foi a única vítima. Chegou a queimar dois, mas a vítima fatal foi ele, que ficou preso dentro da cana. Queimou a roupa, queimou tudo (…) É uma perda que não tem volta, né? Qualquer parente que a gente perde, seja ele como for, faz falta porque não volta mais. É uma partida só de ida. E a gente fica. A gente lamenta que ele era um camarada bom, fazia mal pra ninguém, trabalhador”, disse Amaro Jorge, de 64 anos, que trabalha como motorista de uma escola particular.
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O caso - Fato foi registrado na RJ 224, próximo à Usina Canabrava, em Campos, na tarde dessa terça-feira (7). Um outro trabalhador também ficou ferido. De acordo com 2º Destacamento de Bombeiro Militar (DBM), os agentes foram acionados às 15h45 para verificar um incêndio no lugar, onde já encontraram o homem morto. Segundo o delegado Ronaldo Cavalcante, titular da 146ª Delegacia de Polícia, o trabalhador estava cortando cana-de-açúcar a serviço de uma empresa. O delegado disse, ainda, que uma perícia já foi realizada no local, mas a linha de investigação ainda não está definida.
A polícia recebeu a informação de que outra empresa teria sido contratada para fazer a queima no canavial, onde outros trabalhadores realizavam o corte da cana-de-açúcar. "Ao que parece, houve um desencontro de informação, e a queima se deu quando ainda haviam pessoas no corte", informou o delegado.
Ainda segundo Ronaldo Cavalcante, por enquanto, será apurada a morte a título de culpa, além da origem do fogo no local. "Há que se apurar se essa queima é legal, se tem licença ambiental, se se observou o procedimento, etc. Só depois que nos aprofundarmos nos fatos, é que poderemos afirmar o que efetivamente ocorreu", ressaltou o delegado.
Testemunhas contaram à polícia que outros trabalhadores, que estavam no corte da cana-de-açúcar conseguiram fugir do fogo e não sofreram grandes ferimentos. Um outro homem que teve queimaduras foi socorrido e encaminhado ao Hospital Ferreira Machado (HFM), mas o seu estado de saúde não foi divulgado. O caso segue sendo investigado. 

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