Hevertton Luna
07/05/2025 18:18 - Atualizado em 08/05/2025 09:41
Instituto Médico Legal (IML)
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Genilson Pessanha
Um trabalhador de 60 anos, identificado como Ivanildo da Silva Felizardo, morreu durante uma queimada em um canavial na RJ 224, próximo à Usina Canabrava, em Campos, na tarde desta terça-feira (7). Um outro trabalhador também ficou ferido. De acordo com 2º Destacamento de Bombeiro Militar (DBM), os agentes foram acionados às 15h45 para verificar um incêndio no lugar, onde já encontraram o homem morto. Segundo o delegado Ronaldo Cavalcante, titular da 146ª Delegacia de Polícia, o trabalhador estava cortando cana-de-açúcar a serviço de uma empresa. O delegado disse, ainda, que uma perícia já foi realizada no local, mas a linha de investigação ainda não está definida.
A polícia recebeu a informação de que outra empresa teria sido contratada para fazer a queima no canavial, onde outros trabalhadores realizavam o corte da cana-de-açúcar. "Ao que parece, houve um desencontro de informação, e a queima se deu quando ainda haviam pessoas no corte", informou o delegado.
Ainda segundo Ronaldo Cavalcante, por enquanto, será apurada a morte a título de culpa, além da origem do fogo no local. "Há que se apurar se essa queima é legal, se tem licença ambiental, se se observou o procedimento, etc. Só depois que nos aprofundarmos nos fatos, é que poderemos afirmar o que efetivamente ocorreu", ressaltou o delegado.
Testemunhas contaram à polícia que outros trabalhadores, que estavam no corte da cana-de-açúcar conseguiram fugir do fogo e não sofreram grandes ferimentos. Um outro homem que teve queimaduras foi socorrido e encaminhado ao Hospital Ferreira Machado (HFM), mas o seu estado de saúde não foi divulgado.
O irmão de Ivanildo, Amaro Jorge, ressaltou que era o primeiro dia de trabalho da vítima no local e lamentou sobre a perda.
“Era o primeiro dia de trabalho. Ele contratou anteontem e foi trabalhar ontem. E aí eu fiquei sabendo, fiquei sabendo que ele colocaram fogo na cana por volta de dez e meia para onze horas. E ele foi a única vítima. Chegou a queimar dois, mas a vítima fatal foi ele, que ficou preso dentro da cana. Queimou a roupa, queimou tudo (…) É uma perda que não tem volta, né? Qualquer parente que a gente perde, seja ele como for, faz falta porque não volta mais. É uma partida só de ida. E a gente fica. A gente lamenta que ele era um camarada bom, fazia mal pra ninguém, trabalhador”, disse Amaro Jorge, de 64 anos, que trabalha como motorista de uma escola particular.
O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Campos. O caso segue sendo investigado pela 146ª Delegacia de Polícia (Guarus).