Vans fora das linhas exclusivas dos ônibus, em Campos
- Atualizado em 26/01/2022 10:04
Protesto de motoristas de vans
Protesto de motoristas de vans / Rodrigo Silveira
Os problemas no transporte público de Campos evidenciaram, mais uma vez, que o setor é uma das mazelas que mais dá dor de cabeça ao governo Wladimir e, inclusive, o próprio prefeito tem admitido que a situação é delicada e não descartou a volta dos terminais de integração. Na última segunda-feira (24), motoristas de vans fecharam uma das principais ruas do município em protesto contra a decisão judicial que proibiu a circulação em linhas exclusivas do Consórcio Planície e da empresa Rogil. A manifestação resultou em duas reuniões, uma na própria segunda com representantes das vans e outra nessa terça (25) com os empresários de ônibus.
A reunião com os permissionários das vans aconteceu no Jardim do Liceu e contou com a presença do prefeito Wladimir Garotinho. Já a reunião com os empresários não teve a participação do prefeito.
Após o protesto, o prefeito Wladimir admitiu a possibilidade de volta dos terminais de integração, modelo implantado na gestão Rafael Diniz. “Sempre afirmei que o transporte público de Campos era o maior desafio, devido a extensão territorial da nossa cidade. Busquei, antes de tomar posse, um acordo entre as partes envolvidas, o que está se mostrando impossível e a população não pode continua pagando o pato. Tenho em mãos documentos assinados por representantes das vans e dos ônibus onde todos pedem a volta da integração, desde que com estações decentes e dignas. A divergência entre eles é quanto o local das estações”, disse.
E continuou: “Se a decisão é de voltar o modelo de integração, terão que assinar um acordo na Justiça, pois uma decisão judicial proibiu as vans de circularem nos locais onde os ônibus tem contrato de concessão das linhas. Esse acordo nunca foi assinado e por isso chegamos onde chegamos. Diferente da gestão que passou, mantenho diálogo aberto com as partes e por isso informei que as manifestações não mudam em nada o que a Justiça determinou, só vai piorar a situação da categoria. Uma decisão judicial se cumpre até que se consiga (ou não) mudá-la”.
O Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) informou que analisa a solicitação das empresas de ônibus e de permissionários de vans, que reivindica a volta do sistema de integração. Os documentos foram protocolados pelo Sindicato de Transporte de Passageiros de Campos (Setranspas) e pelos representantes do transporte alternativo.
Segundo a Prefeitura, os empresários reafirmaram que a volta do sistema de integração do transporte é, no momento, a melhor solução. Participaram da reunião dessa terça os responsáveis pelos consórcios Planície e União, pela empresa Rogil, e o presidente do Setranspas, Gilson Menezes.
O presidente do IMTT, Nelson Godá, disse que ordem judicial não se discute. “Vamos analisar a volta dos terminais de integração, mas, ao contrário do modelo anterior. No nosso governo a prioridade são as pessoas e o novos terminais devem ser dignos como a população de Campos merece”, relatou.
O secretário de Governo, Juninho Virgílio, disse que, nesse impasse entre empresas de ônibus e vans, quem sai prejudicada é a população. “Por orientação do Prefeito Wladimir Garotinho, vamos continuar dialogando, até que seja encontrada uma solução viável e que atenda as demandas da população”, acrescentou.
Protesto - Motoristas de vans fizeram um protesto na avenida José Alves de Azevedo, no Centro, onde impediram o tráfego de ônibus e tumulturam o trânsito em geral na área. Os manifestantes colocaram fogo em galhos e pedaços de madeira na pista em um dos sentidos da via e se aglomeram na pista contrária, liberando aos poucos a passagem de veículos, com exceção dos ônibus, em protesto contra a decisão judicial.
Na semana passada, vans foram obrigadas, por decisão judicial, a deixar de circular nas linhas exclusivas do Consórcio Planície e da empresa Rogil, mas a determinação do juiz da 4ª Vara Cível de Campos, Eron Simas dos Santos, não vinha sendo cumprida.
A decisão é do dia 15 de dezembro de 2021, mas em 23 de dezembro, a desembargadora Marianna Fux havia estendido o prazo em 30 dias corridos para o cumprimento da decisão, após pedido da Prefeitura de Campos.

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