Ao dar meia-noite em Campos, garotos e viciados com olhos vidrados saem de seus quartos e saltam em direção à Pelinca sem nenhuma companhia, que não suas sombras. Eles são movidos por narcóticos e pelo desejo de fazer qualquer “ganho”, sem se importar com as portas e vitrines de vidro que terão que quebrar para atingir seus objetivos. As ações acabam interrompidas pelos alarmes e sirenes, e, então, todos saem da cena o mais rápido possível, deixando um rastro de cacos vitrificados, medo e prejuízo aos lojistas de uma das áreas mais nobres da cidade.
Essa situação já se repetiu três vezes em um período de uma semana na Pelinca. Duas lojas de roupas e uma filial das Lojas Americanas foram os alvos da vez... e quem sabe quais serão os próximos? As autoridades dizem se esforçar, mas reconhecem a dificuldade de reprimir esse tipo de delito.
Além de afirmar que os furtos a estabelecimentos comerciais têm acontecido em todo o país, o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Gustavo Marques, expõe os principais fatores para o aumento desse tipo de ocorrência. “Isso vem acontecendo por questões de fragilidade social e por questões ligadas ao consumo de drogas, pela manutenção do vício”.
O comandante ainda acrescentou que a área está sendo patrulhada 24 horas por dia, sete dias por semana, pelos agentes da Polícia Militar. Duas prisões já foram realizadas, demonstrando a eficiência do policiamento. “Estamos nos esforçando, mas, infelizmente, temos nossas limitações e a oferta dessa mão de obra delinquente é infindável”, concluiu.
A 134ª Delegacia de Polícia (Centro), responsável pela circunscrição onde os crimes ocorreram, trabalha na elucidação dos furtos registrados na última semana e informou que está em andamento a análise das impressões papilares e das imagens dos locais onde ocorreram as ações, o que pode trazer um “retorno positivo acerca da identificação dos suspeitos”.
Ainda de acordo com a nota enviada pela assessoria de imprensa da delegacia, “as imagens das câmeras de monitoramento dos locais foram repassadas em grupos de segurança pública — inclusive para os agentes do Segurança Presente — para possível identificação em deslocamento na rua”.