Morre aos 57 anos Neliane Alves, figura conhecida no esporte e carnaval de Campos
Folha1 25/01/2021 14:04 - Atualizado em 26/01/2021 17:20
Neliane Alves
Neliane Alves / Reprodução Facebook
Morreu nesse domingo (24), dia em que completou 57 anos, a ex-atleta Neliane Alves. Conhecida por sua atuação no basquete, no atletismo e no Carnaval campista, ela lutava contra um câncer. Velório e sepultamento aconteceram no cemitério do Caju. Filha única de Neliane, Victhórya Emmanuelle, de 19 anos, lamentou a perda nas redes sociais, bem como amigos e outros familiares.
— Hoje era o seu aniversário, infelizmente meu Carnaval não vai ter você na avenida, não vou poder escolher um nome pra você gritar no “com quem será”, não vou mais poder falar sobre minha idas à faculdade, nem sobre o quanto eu amo meus alunos — publicou Vycthória. — Desculpe por não ter te dado netos, desculpe pelas birras e decepções, eu juro que fiz tudo que estava ao meu alcance, sabe o quanto te amei imensamente, e eu sei que você me amou até o final. Sempre lembrarei de tudo o que me ensinou e farei jus ao tempo que gastou comigo, lembrarei sempre o quão alegre você me permitiu ser. Obrigada por ter sido a melhor mãe do mundo até seu último suspiro, sei que está me guardando agora ao lado do Pai. Obrigada a todos pela força e pelas orações, ela amou receber o carinho de vocês mesmo de longe — complementou.
A trajetória esportiva da ex-atleta foi enfatizada pelo radialista Nilson Maria Pessanha, que a considerava a “rainha do basquetebol e uma das melhores atletas da história desta cidade, com dezenas de troféus ganhos nas disputas dos Jogos Abertos do Interior em todas as modalidades do atletismo” e também rainha do Carnaval”.
Contemporânea de Neliane nas quadras, a jornalista Jô Siqueira falou da admiração que tinha por ela.
— Conheci Neliane no final da década de 1980, na quadra do Automóvel Clube Fluminense, onde treinávamos basquete com o professor Orlando Braga. Ela sempre foi uma pessoa focada no que fazia e sempre se destacava. Eu perdia nos rebotes com Neliane. Na quadra, atuava como pivô e dominava com sua habilidade e força física. Foi uma época muito boa e de muita parceria — contou Jô. — Depois, a vida nos afastou, cada uma seguiu seu caminho. Até que, há três anos, a reencontrei e conversamos muito. Sempre sorridente. Falar em basquete feminino em Campos remete a Neliane. O esporte campista perde uma grande atleta. Que Deus possa confortar a sua família — desejou.
Neliane também foi lembrada pelo jornalista e escritor Péris Ribeiro.
— O que mais me impressionava na Neliane Alves era a sua capacidade de superação. Certa vez, com o tornozelo direito avariado, ela praticamente estava fora das competições de atletismo dos Jogos Abertos do Interior. Só que, mais que decidida, determinada, garantiu que correria os 100 metros rasos, a mais rápida de todas as provas. Resultado: abandonou as sapatilhas e simplesmente correu descalça, ganhando a prova com um inacreditável tempo recorde. Portanto, Neliane Alves não foi só basquete. Brilhou no atletismo também. E foi decisiva, não tenho dúvidas, para fazer de Campos o campeão absoluto dos Jogos Abertos do Interior de 1989 — relatou.
Em agosto de 2015, Neliane recebeu uma moção de aplausos e congratulações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por sua atuação no esporte. Aa solenidade, que também agraciou outras personalidades de Campos com destaque esportivo e/ou cultural, foi proposta pelo então deputado estadual Geraldo Pudim, como forma de enaltecer e homenagear instituições e pessoas que se tornaram figuras exponenciais no município.

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