Marcão Gomes: Campanha 2022 x Impeachment
- Atualizado em 26/01/2021 08:46
Marcão Gomes
Marcão Gomes
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou filiação a um novo partido político em março. Após não conseguir tirar o novo partido Aliança pelo Brasil do papel, passou a negociar a filiação a uma outra legenda para tentar a reeleição em 2022 e levar aliados a uma nova sigla.
Nesta segunda-feira, 25, Bolsonaro foi questionado sobre o partido em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. A resposta foi: "Em março eu decido, ou decola o partido ou vou ter que arranjar outro", disse o presidente. "Se não decolar, a gente vai ter que ter outro partido, se não, não temos como nos preparar para as eleições de 2022".
Em 2019, Bolsonaro se desfiliou do PSL após um racha no partido. Parlamentares da legenda se dividiram em uma disputa por espaços internos entre o presidente da República e o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar.
Sem partido, Bolsonaro é assediado pelo Centrão para uma filiação. Os convites vieram de integrantes do Progressistas, PL, PTB, Patriota e Republicanos. Os filhos Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro migraram para o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal. O presidente da República ainda não disse em qual partido pretende se filiar agora.
Na última semana, Bolsonaro recebeu o senador Jorginho Mello (PL-SC), vice-líder do governo no Congresso, no Palácio do Planalto para uma conversa sobre filiação, a bancada da legenda no Congresso preparou uma carta oficializando o convite. Atualmente, o PL tem 43 deputados federais e três senadores.
As regras impostas para tirar um partido do papel, exigem 492 mil assinaturas recolhidas em todo o País. Apoiadores do presidente tentaram recolher as assinaturas necessárias para as eleições municipais, porém sem êxito. A mobilização foi feita em praças e em igrejas evangélicas. Na conversa com apoiadores, Bolsonaro admitiu a dificuldade para cumprir os critérios. Em sua fala: "Muita burocracia, é muito trabalho, certificação de fichas, o tempo está meio exíguo", disse o presidente. "Não é por mim, eu não estou fazendo campanha para 2022, mas o pessoal quer disputar e queria estar em um partido que tivesse simpatia minha.
Em lado oposto movimentos de esquerda e de direita e representantes da sociedade civil convocaram atos pró-impeachment do presidente Jair Bolsonaro em sete capitais e no Distrito Federal. Os protestos ganharam a adesão de organizações que estiveram em lados opostos durante o impeachment da Dilma Rousseff.
Agora defendem a saída de Bolsonaro a (Frente Brasil Popular) e a (Frente Povo Sem Medo), que apoiaram a petista em 2016, e o (MBL)e o (Vem Pra Rua), que estiveram contra a Dilma. O grupo de renovação política (Acredito) também convocou ato pedindo a saída de Bolsonaro.
Embora muitos dos grupos já haviam se posicionado a favor do impeachment de Bolsonaro, lideranças dos movimentos avaliam que a crise da falta de oxigênio no Amazonas e no Pará foi um ponto de inflexão para organizar atos visando a queda do presidente. O colapso da Saúde nesses Estados, por exemplo, consta em um pedido de impeachment conjunto que está sendo elaborado pelos seguintes partidos : Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT e que deve ser apresentado até o fim desta semana.

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