Estadão: "Crises de ansiedade em adolescentes e crianças desafiam famílias e escolas"
02/05/2022 12:48 - Atualizado em 02/05/2022 12:50
Divulgação/EI
Como educador e gestor escolar sempre estou em busca de informação para entender melhor situações que ocorrem nas nossas unidades. Vem aquele questionamento: será que está sendo assim também em outros colégios? Uma forma de tentar esta resposta é sempre estar participando de congressos e outros eventos com gestores de todo o país, além de sempre ler sobre temas relacionados à área.
Tenho compartilhado com frequência o quanto ainda tem sido desafiadora a volta dos nossos alunos, muitos abalados emocionalmente pelos reflexos da pandemia, principalmente pelo distanciamento do colégio. Nesta segunda-feira, me deparei com uma reportagem do “Estadão” que resolvi compartilhar alguns trechos com vocês. O título logo me chamou a atenção: “Crises de ansiedade em adolescentes e crianças desafiam famílias e escolas”.
No texto assinado pelo jornalista Gonçalo Junior ele traz exemplos de situações que todos nós devemos ficar atentos, que podem ser reflexo de crise de ansiedade.
A reportagem trata das “dificuldades emocionais que pais e educadores estão percebendo nos estudantes, das redes pública e privada, após praticamente dois anos de aulas remotas ou híbridas por causa da pandemia. O mesmo fenômeno também é observado fora do Brasil – nos Estados Unidos, o novo cenário tem chamado a atenção de autoridades.
O Brasil foi um dos países que passaram mais tempo com as escolas fechadas e muitos gestores foram criticados por priorizar bares e shows na reabertura do comércio e dos serviços em fases de redução de contágio do coronavírus. Especialistas afirmam que a diminuição do convívio social, a não ser de forma virtual, e o prolongado uso de telas são o pano de fundo dessas dificuldades. Parte das crianças desenvolveu fobia ou insegurança sobre a imprevisibilidade de interações face a face. Para os mais novos, o contato direto tem sido quase uma novidade.
As circunstâncias vividas em casa – como adoecimento de parentes, desemprego, dificuldades financeiras e até a violência doméstica – também estão entre as hipóteses para explicar os prejuízos à saúde mental. Além disso, estudantes e professores voltam aos colégios com a missão de recuperar o tempo perdido e superar os prejuízos de aprendizagem no período de classes remotas. Por outro lado, a maioria dos especialistas aponta que esse é um período de transição.
Os problemas dos alunos já aparecem nas estatísticas. A Secretaria da Educação de São Paulo e o Instituto Ayrton Senna divulgaram neste ano uma pesquisa em que sete de dez estudantes da rede pública relataram sintomas de ansiedade e depressão em níveis altos durante a crise da covid-19. O dado não aponta um diagnóstico médico fechado, mas sinais que exigem maior atenção.
O psiquiatra Rodrigo Bressan, professor de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vai além. “Não voltamos para os mesmos lugares após a pandemia. Para os estudantes, é uma outra escola”, afirma. “O desafio é parecido com o do início da pandemia, de sair da zona de conforto. Da mesma forma que foi ansiogênico (capaz de produzir ansiedade) entrar na pandemia, sair também é”, diz o autor do livro Saúde Mental na Escola – o que os educadores precisam saber.
A educadora e colunista do Estadão Rosely Sayão avalia que as dificuldades socioemocionais envolvem a sociedade toda, com a retomada das atividades presenciais, mas crianças e adolescentes têm menos filtros do que os adultos e, por isso, expressam mais suas dificuldades. Tem opinião semelhante a educadora Luciene Tognetta, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que já esperava uma “pandemia emocional”. Ela comparou a pressão sobre as escolas e professores pela rápida adaptação pós-quarentena ao drama dos hospitais e médicos que sofreram no início da crise sanitária (...)
A educadora Ana Cristina Dunker avalia que um caminho importante é que os pais tragam os sofrimentos dos filhos para a escola procura uma solução coletiva não só individual. É uma parceria. "É importante tentar aprender na relação com os outros fazendo uma grande conversa. Não tem crescimento sem desafio, mas ele não precisa ser conquistado com sofrimento agudo", completa.
A psicóloga Adriana Severine afirma que é importante conversar com os filhos – sem interrompê-los ou ficar olhando mensagens no celular durante o papo. “Uma conversa olho no olho vai mostrar como os pais podem interferir, seja no medo do vírus ou na dificuldade de se relacionar”, diz.
 Preste atenção
Alterações de comportamento, como crises de choro e acessos de raiva, também merecem atenção;
Cansaço, falta de energia e de ânimo;
Queda da concentração (ficar ‘desligado’' muitas vezes);
Excesso de tempo em frente às telas (computadores, celulares e televisão);
Frequência nas aulas (muitas faltas devem começar a preocupar);
Converse com a professora para saber como a criança está indo na escola;
Exagero nos padrões alimentadores (comer muito ou passar horas sem comer);
Pergunte se os amigos são reais ou virtuais – o ideal é ter uma maioria significativa de amigos que podem ser definidos como ‘concretos’;
Procure um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra).
Fique atento à qualidade do sono, se seu filho acorda muitas vezes à noite e ou tem dificuldade para voltar a dormir".
Veja a reportagem completa clicando aqui!

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    Sobre o autor

    Fabiano Rangel

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    Educador e empreendedor em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, sou graduado em Educação Física pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e professor concursado da área no Governo do Estado do Rio de Janeiro desde 2007. Atuei como coordenador pedagógico e geral de várias escolas particulares em Campos até 2011. Fui também coordenador administrativo do Sesc Mineiro, em Grussaí, no município de São João da Barra, até 2013. Há oito anos me dedico ao Centro Educacional Riachuelo como Diretor Geral das cinco unidades, que formam hoje o Grupo Riachuelo. Sou pós-graduado em Gestão Escolar Integradora e Gestão de Pessoas pelo Instituto Brasileiro de Ensino (IBE). Atualmente também sou apresentador do programa Papo Cabeça na rádio Folha FM 98,3.