Carla já rechaçou argumentos de quem a defende por não ter se vacinado contra Covid
10/01/2022 19:39 - Atualizado em 10/01/2022 19:45
“Nosso acalento, a nossa esperança, é na imunização. E na imunização geral. Enquanto não tivermos todos os irmãos vacinados, não teremos tranquilidade. A gente sabe o quanto isso é difícil, não acontece do dia para a noite. O Brasil é um país que tem expertise na questão da imunização dada a tantas pestes, doenças infectocontagiosas que nós tivemos ao longo da nossa história. (...) A vacina ainda é insuficiente para atender a demanda que temos. Nosso sonho é ver todo mundo vacinado”.
A declaração acima é da prefeita Carla Machado (PP), em live (aqui) para anunciar a adesão do município ao consórcio nacional para compra de vacina, em março do ano passado. Menos de um ano depois, e com uma oferta maior de doses, ela revelou à Inter TV na semana passada (aqui) que “por questões pessoais”, decidiu não se vacinar. Fora a questão de liderar pelo exemplo, muito questionada nas redes sociais, o episódio gerou uma onda de críticas à decisão da prefeita, tendo reações favoráveis, por outro lado, de muitos que são alinhados politicamente com a prefeita.
Coube à secretária de Saúde sanjoanense, Arleny Valdes, assinar uma nota, contradizendo o discurso de sempre da médica, e o da própria prefeita no ano passado, ao defender o direito de Carla não se vacinar (leia toda a mensagem no fim do post). O entendimento pacífico, até então, era que a vacinação coletiva era a única forma de enfrentar a pandemia, já que o direito coletivo teria que se sobrepor ao individual. No mesmo vídeo publicado nas redes sociais em março do ano passado, a prefeita disse que “estava doida para se vacinar”, em um trecho que virou meme e circula nas redes
A partir da mensagem assinada pela médica cubana, foi a vez da vice-prefeita Karla Caputi (DC) também defender sua companheira. Assim como alguns perfis nas redes sociais que se diziam a favor da vacinação, criticava quem levantava qualquer dúvida sobre a eficiência, mas, em um passe de mágica, começou a defender o “direito” à escolha de vacinar ou não — alimentando, ainda mais, a discursos negacionistas, pondo em xeque a eficácia da imunização.
Carla deve se posicionar publicamente sobre o porquê de não se vacinar. Questões pessoais é muito vago – e ela sabe da responsabilidade de uma pessoa pública. Se não for por recomendação médica, nada justifica.
Abaixo, a nota da secretária de Saúde, que circulou nas redes sociais como forma de apoio, após a chuva de críticas à decisão da prefeita.
Boa noite.
Nossa prefeita por motivos pessoais não foi imunizada, mas sempre orientou e incentivou todos a tomarem a vacina.
Durante o período da pandemia não mediu esforços no atendimento à população.
Antes do Ministério de Saúde encaminhar e aprovar a imunização ela assinou com o Butantã para adquirir as vacinas da Coronavac, que foram as primeiras aprovadas pela Anvisa.
Durante a pandemia comprou, com recursos próprios, todos os insumos necessários para imunizar o quanto antes possível os pacientes.
Acompanhou o primeiro dia de imunização na cidade ao lado da equipe de saúde e idosos do retiro São João Batista.
Manteve as equipes de saúde imunizando idosos maiores de 80 anos e acamados em domicílio e 15 postos de saúde formaram parte da campanha trabalhando até os sábados, com equipe completa e pagamento de horas extras.
Nós responsáveis pela pasta, sempre tivemos o apoio e a cobrança da prefeita em realizar uma campanha de imunização eficaz e responsável. Resultado desse esforço é que hoje São João da Barra é um dos municípios com maior cobertura vacinal no estado com 87,1% da população vacinada com esquema primário completo. Fomos exemplo de organização na campanha sem aglomeração e com transparência.
Continuamos juntos na batalha contra essa pandemia no compromisso de sempre cuidar de nossa população fazendo sempre o que a Ciência nos orienta e com total apoio da nossa prefeita!”.

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    Arnaldo Neto

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