José Eduardo Pessanha - As idiossincrasias da Covid-19
José Eduardo Pessanha - Atualizado em 28/01/2022 20:40
Há tempos já vimos narrando que os extremismos, aliados aos pensamentos idiotizantes e aos energúmenos, induzem a grande “massa” (de manobra) da população a conclusões equivocadas e condutas tresloucadas.
De um lado, desafiando a lógica e a ciência, temos os que desacreditam da pandemia e entendem que o contágio é a melhor forma de imunização. Trata-se de uma aposta de alto risco, até porque não se pode escolher a cepa do vírus que irá contamina-lo. Assim, não vacinar é uma opção pessoal. Porém, incentivar pessoas a seguir o mesmo padrão torna os incentivadores co-responsáveis pelos danos que possam causar em terceiros. Há, ainda, aos infectados propositalmente, a proibição de perpassar infecções a outrem deliberadamente, o que se transmudaria em crime previsto na legislação penal.
Essa turma da oposição insana à vacina está sedimentada em crendices, factoides e agentes públicos desprezíveis que, mesmo muitas vezes sendo profissionais de saúde, se “trocam” por cargos públicos, negociatas com laboratórios farmacêuticos e vendilhões de medicamentos sem eficácia comprovada. A esta altura do desenvolvimento da raça humana, seria de se esperar algo diferente, mas, para nossa estupefação, esses execráveis pululam pelos quatro cantos, brotando como vermes.
Mas, no outro extremo também não existem inocentes! Temos os alarmistas profissionais, que anunciam o apocalipse, semeando dificuldades para vender facilidades. Neste lado temos os que se locupletam com a morte, não de forma legal, mas inflando números e óbitos, realizando negociatas espúrias em nome da ciência; aproveitando-se da comoção para promoção pessoal e perseguições políticas, bem como inflacionando o custo de medicamentos, tratamentos e exames, a fim de se tornarem novos milionários (ou bilionários) com a dor alheia. Estes também, tão patifes como os demais, demonstram toda sua natureza biltre ao explorar a crença e a esperança alheia, posando de “salvadores”, quando em verdade desejam a postergação do caos.
Quão perdidos estamos: entre os velhacos e os canalhas! Como pode o Estado não se preparar para as novas infestações, se temos a possibilidade de verificar como as cepas virais agem nos continentes asiático e europeu antes de chegarem à América? Por que da inação? Como podem acreditar que o Brasil não sofrerá os mesmos efeitos danosos? Esta omissão é criminosa!
Ainda temos os “mais realistas que o rei”, como órgãos de controle fragmentados e/ou ministeriais, que açodam as empresas a fim de que estas protejam os trabalhadores (o que é desejável), mas sem compreender (ou querer) que a pandemia infectará, independente de quaisquer ações, um grande número de trabalhadores. Como achar que as empresas, por maiores que sejam, ainda que estatais, seriam um oásis imunes à Covid-19? Somente mentes legalistas e insensíveis à realidade teriam essas alucinações!
Como adaptar tais pensamentos destrutivos com a necessidade operacional dos serviços essenciais? Como poderão funcionar empresas de geração de energia, petróleo, alimentos quando, considerando um percentual próximo a 60% de infestação/contágio da variante “Ômicron”, se exigem ausência (ou quase) de resultados de testes positivos? Este extremo também opera fora da realidade!
Em verdade, os princípios mais efetivos para a continuidade da raça humana, ao lado dos institutos do caráter e da ética, são a razoabilidade e a proporcionalidade. A razoabilidade de realizar escolhas sábias e a proporcionalidade de empregar os esforços na medida certa. Nem mais, nem menos!
Como disse um amigo meu, absorto em sagazes devaneios, entre o “rato que rouba” e o “touro louco que pisoteia”, devemos louvar as ações centradas, consequentes, e os indivíduos que pretendem, sempre, vislumbrar o interesse de todos sobre a individualidade e o apego ao poder. Não é a toa que a Psicologia da Gestalt prima que “o todo é sempre maior que a soma das suas partes”. Assim, a coletividade, além dos indivíduos, congrega também princípios, fé e esperança, o que transforma a conjuntura social igualitária no fim que se almeja, como forma de integrarmos algo que é bem maior do que sequer conseguimos explicar: DEUS.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS