Dom Roberto: O dia do maravilhamento
- Atualizado em 27/11/2021 03:55
 
Celebramos, no dia 25 de novembro (última quinta feira de novembro), o Dia Nacional de Ação de Graças, comemorado nos EEUU, pela primeira vez, em 1621, e, no Brasil, implantado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra em 1949. Chesterton nos recorda, num dos seus famosos trocadilhos, que maravilhas nunca faltarão neste nosso mundo; o que falta é o maravilhamento. No Dia de Ação de Graças, despertamos, com alegria, ao grandioso fato de estar vivos, num mundo que nos é dado, onde tudo é dádiva, gratuita e transbordante. Tomar consciência de nossa pequenez e fragilidade, e do cuidado misericordioso de Deus em todas as jornadas, nos surpreende e nos dá um horizonte incomensurável de esperança. Neste dia, tratamos, através do reconhecimento, viver a devoção como uma atitude de gratidão permanente, pois a gratidão sempre será a alma da oração e a flor mais fina e sublime da pureza de coração. A gratidão implica uma plena confiança na vida, enquanto “dada” e zelosamente cuidada pelo Pai da ternura. É, novamente, dizer um sim incondicional à Criação e a todas as criaturas, amando-as como irmãs, do jeito cativante de Francisco de Assis. Para sair da pandemia, precisamos de um novo reencantamento pela vida, venerando-a e consagrando o mundo à compaixão e misericórdia divinas. No primeiro dia de ação de graças, os colonos do veleiro Mayflower fizeram a primeira colheita, convidando os índios Wampanoag que haviam ensinado os recém-chegados a preparar um peru, originário do México, junto ao milho, feijão e abóbora; acontecendo, então, uma festança e uma partilha muito fraterna. A carne do peru foi tão importante para a sobrevivência destes agricultores que o sábio Benjamim Franklin levantou, no século XVIII, a hipótese de colocá-lo no lugar da águia, no brasão do país. Certamente, seria um símbolo mais pacífico e ligado à vida e ao cuidado alimentar e não à guerra e à dominação imperial. Joaquim Nabuco, embaixador do Brasil, expressou a participar a primeira vez desta festa: “Quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus”. Terminamos, com o pensamento de São Paulo: “em tudo dai graças, porque é a vontade de Deus”.

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