Marcão Gomes: Desemprego e inflação
Marcão Gomes - Atualizado em 24/11/2021 15:09
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal / Divulgação
Se confirmada a previsão de especialistas, 2021 será o primeiro ano, desde 2015, em que a inflação atingirá o patamar de dois dígitos. Nessa semana, o mercado financeiro elevou novamente a estimativa para inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, e passou a prever um valor acima de 10%. O centro da meta de inflação esse ano é de 3,75%, com isso, a projeção do mercado já está acima do dobro da meta central de inflação que é fixada pelo Conselho Monetário Nacional e para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
A previsão do mercado de alta maior nos juros acontece após o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter proposto em outubro flexibilizar o teto de gastos, tendo por objetivo ampliar a proteção social, por meio do Auxílio Brasil, mas analistas têm apontado que seria possível incrementar o programa sem estourar o limite para despesas, afirmando que as emendas parlamentares seriam um dos destinos dos recursos extras.
Quando a questão é o desemprego o Brasil tem a 4ª maior taxa de desemprego do mundo, num ranking com 44 países, o levantamento mostra que o desemprego no Brasil é mais que o dobro da taxa média global e também o pior entre os integrantes do G20 — grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia, que já divulgaram números relativos a agosto ou setembro.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 13,2% no trimestre encerrado em agosto, atingindo 13,7 milhões de trabalhadores, segundo a última pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em 2021, se esperava uma retomada e uma perspectiva melhor, mas o que a gente vê é que, infelizmente, o Brasil cresce numa média muito menor que a dos países emergentes e também da média global.
O Brasil deve crescer menos do que as expectativas e tem economistas falando até em recessão em 2022, o que pode piorar a posição do Brasil no ranking de desemprego.
A taxa de desemprego também tem sido pressionada por um número maior de pessoas que estavam em situação de desalento ou fora do mercado de trabalho, e que passaram a procurar uma oportunidade de emprego com carteira assinada ou até mesmo informal, em meio à reabertura da economia e términos dos programas de auxílio governamental lançados durante a pandemia.
Uma recuperação mais forte do mercado de trabalho continua dependendo de uma retomada sustentada e maior otimismo dos empregadores. O ambiente político continua conturbado e afetando negativamente a economia, e temos o ambiente fiscal que não dá segurança ao investidor. Sigamos em frente!

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