Levantamento da Firjan aponta 22 projetos de energia limpa no Norte Fluminense
Térmica GNA
Térmica GNA / Divulgação
A inauguração da primeira termelétrica do Porto do Açu, em São João da Barra, somada ao Parque Eólico de Gargaú, em São Francisco de Itabapoana, e a outras dezenas de usinas solares na Baixada Campista — que tornam Campos a segunda cidade com maior produção desse tipo de energia no estado do Rio — é apenas o primeiro passo de uma nova realidade que vem mudando os horizontes do Norte Fluminense. Um levantamento da Firjan aponta um total de 22 projetos de energia que contribuem para o cenário de transição energética e que incluem desde fazendas eólicas offshore até plantas de hidrogênio, com potencial para diminuir a dependência do petróleo e transformar a região na Capital da Energia do país.
De acordo com a Firjan Norte Fluminense, o mercado de petróleo e gás ainda tem muito a ser explorado, mas os novos empreendimentos da região estão pavimentando os caminhos do futuro. E, com a capacidade industrial já instalada graças à Bacia de Campos, o Norte Fluminense reúne todas as condições para diversificar sua economia, seguindo as principais tendências do mercado de energia no mundo.
Entre os projetos listados estão um terminal de gás natural, uma usina de energia solar, uma usina eólica, três fazendas eólicas offshore e uma planta de hidrogênio — todas no Porto do Açu. Sem contar outras 15 termelétricas: duas no porto de São João da Barra e outras 13 apenas em Macaé: duas já em operação, uma em construção e as demais já licenciadas.
Alguns dos projetos em estágio mais avançado ficam em Macaé, também em termelétricas: as usinas Vale Azul I e II — que envolvem cerca de R$ 3 bilhões em investimentos — já receberam a certidão para instalação e podem participar dos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os projetos farão parte do Complexo Logístico e Industrial de Macaé, que já registra a construção da Usina Marlim Azul. Tupi e Jaçã são outras duas térmicas também anunciadas.
Além disso, a Equinor — multinacional de energia com sede na Noruega — assinou um Memorando de Entendimento com o Porto do Açu para concluir até dezembro deste ano, um estudo para instalação de uma usina de geração solar. A mesma empresa também iniciou estudos para um projeto de eólica offshore com capacidade total de 4 GW Os equipamentos ficariam na costa do Rio e do Espírito Santo, com cabos conectados até uma subestação em Campos.
— Vemos a necessidade de que todos os atores, das autoridades aos investidores, continuem articulando sobre o caminho a seguir, definindo um modelo operacional que dê mais oportunidades e melhores custos — defende Daniel Schumacker, líder de Projetos em Renováveis da Equinor no Brasil.
O porto também estuda, em parceria com a mineradora australiana Fortescue Future Industries (FFI), a instalação de uma planta de hidrogênio, que permitirá a produção de fertilizantes mais sustentáveis, como a amônia verde. A usina de hidrogênio terá capacidade de 300 megawatts, com potencial para produzir 250 mil toneladas de amônia verde por ano.
Em São João da Barra, a primeira cooperativa de energia solar do estado
Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, ressalta que a modernização energética também vem da força do petróleo na região, já que desde que este mercado foi aberto, em 1997, todos os contratos de cessão preveem o uso de 1% do faturamento bruto em pesquisas, desenvolvimento e inovação – entre os quais incluem energias renováveis.
— A partir do petróleo, a região atrai novas usinas térmicas a gás natural e também de energia solar, eólica e, em breve, de hidrogênio. Além disso, a própria indústria de petróleo e gás também investe em processos produtivos mais limpos. A indústria de petróleo e gás possui infraestrutura que ainda será usada por muitos anos, gerando emprego, renda e royalties; em paralelo, as companhias ampliam seus horizontes de atuação. E o que não falta no Norte Fluminense são projetos — conclui Karine.
A região também já vem se destacando na energia solar. Um levantamento da Firjan mostrou que Campos é a segunda cidade do Estado com maior número de geração distribuída por essa fonte de energia. Além disso, na localidade de Caetá, em São João da Barra, fica a primeira cooperativa do Estado do Rio, a Cosolar. Fundada formalmente neste ano, a usina com 150 placas produz energia que abastece residências não só de São João, como de Campos e até de Macaé.
— Já temos inclusive interessados da Região Serrana, e nossa expectativa é dobrar o número de cooperados até o fim do ano, tendo em vista a série de vantagens que uma cooperativa permite. Por exemplo, não precisa mexer no telhado, o que facilita o uso por moradores de edifícios ou de quem paga aluguel. Sem contar os ganhos em escala, pois a instalação fica mais barata — conta Rodrigo Martins, um dos cooperados-fundadores da Cosolar.
Para discutir essas e outras iniciativas, a Firjan NF criou o evento “Radar Energia NF: o Norte Fluminense como polo gerador de energia no estado do Rio”, que vai atualizar o panorama de investimentos em energia na região. On-line e gratuito, estarão presentes Karine Fragoso, gerente de PeG da Firjan e diretora geral da ONIP; FernandoMontera, coordenador de Relacionamento Estratégico PeG da Firjan; e Tatiana Lauria, especialista da Gerência de Infraestrutura da Firjan. O evento acontece dia 28 de outubro, das 10h às 12h, e as inscrições estão abertas até o dia 26 de outubro pelo link: https://bit.ly/radar-energia-norte-fluminense.
Fonte: Firjan

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