Garotinho, que começou no PCB, sinaliza acordo com herdeiros do Arena e PSL
23/10/2021 09:26 - Atualizado em 23/10/2021 13:20
Movimentações partidárias
As movimentações partidárias estão a todo vapor a menos de um ano das urnas. O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (ainda sem partido) e a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros) se reuniram nessa semana com Antônio Rueda, vice-presidente nacional do recém-criado União Brasil — que surgiu com a fusão do DEM com o PSL. O encontro foi em São Paulo e teve ainda a participação do presidente fluminense do novo partido, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho, além do deputado estadual Márcio Canella (MDB).
Pai e filha na legenda
Clarissa, ainda ligada ao Pros, mostrou empolgação com a nova sigla, que já convidou a parlamentar e o pai dela para se filiarem: “Nasce um novo partido. O maior do Brasil! E será também o maior do Rio de Janeiro”, disse ela. Anthony Garotinho também se mostrou entusiasmado: “O partido que hoje é o maior do Brasil, em breve será o maior do nosso estado também. Vamos caminhar juntos pelo bem do Rio e do Brasil”, comentou ele. Apesar de a fusão do DEM com o PSL ter sido oficializada no último dia 06, o União Brasil só existirá oficialmente após aprovação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Contradições e especulações
Apesar de ter iniciado a vida política no antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), como admitiu em entrevista ao Folha no Ar no dia 15 (aqui), Garotinho vai para a legenda que nasce da fusão entre o herdeiro do antigo Arena e o partido que abrigou o presidente Jair Bolsonaro. Também ao Folha no Ar, o ex-governador disse desejar ser candidato a deputado federal, mas haveria pressões partidárias para que ele entre na corrida ao Guanabara. Sem nada concreto, nem a certeza de que Garotinho estará elegível, parece ser mais uma especulação para tentar cacifar seu grupo político junto ao governador Cláudio Castro (PL), pré-candidato à reeleição.
Encontro aconteceu em São Paulo, na última quinta
Encontro aconteceu em São Paulo, na última quinta / Divulgação
O parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que por unanimidade recomendou a reprovação das contas de Campos de 2020, sob responsabilidade do ex-prefeito Rafael Diniz (Cidadania), ainda deve ser alvo de recurso na própria Corte de Contas. Posteriormente, caberá à Câmara dos Vereadores o julgamento final. Na gaveta do presidente Fábio Ribeiro (PSD), inclusive, já tem um parecer, das contas de Rosinha Garotinho (Pros), referentes ao ano de 2016 para serem analisadas. Como as contas do último ano de Rafael, as de Rosinha tiveram parecer do TCE pela reprovação, o que chegou a ser seguido pela Câmara em 2018.
Mudanças
A decisão da Câmara na legislatura passada foi anulada pela atual, em ato que é contestado por vários juristas da cidade. Apesar de terem conseguido reabrir a análise, os aliados dos Garotinho sabem que não chegariam nem perto dos 17 votos necessários para reverter a recomendação do TCE e Rosinha teria as contas reprovadas outra vez — uma derrota para o grupo político. Agora, vão julgar as contas de Rafael. Mesmo que pareça ilógico, não há impedimento para que o Legislativo analise as contas de Diniz, de 2020, antes das de Rosinha, de 2016. Pelo menos até dezembro de 2022, quem decide o que pautar é Fábio Ribeiro.
Inter-Regional
Por falar no presidente do Legislativo campista, Fábio foi empossado nessa sexta-feira (22) como presidente, também, do Parlamento Inter-Regional. O objetivo da iniciativa é fortalecer o poder legislativo dos 22 municípios do Norte e Noroeste Fluminense. O vice-presidente é o parlamentar Sinei Torresmo (PSC, presidente da Câmara de Itaperuna). Os presidentes das câmaras de Macaé, Cesinha (Pros), e de Italva, Joel Enfermeiro (PSC), são, respectivamente, primeiro e segundo secretários. A cerimônia, em Itaperuna, contou com a presença de várias autoridades, entre elas os deputados estaduais Jair Bittencourt (PP) e Chico Machado (PSD).
Gestão Fiscal
A gestão de recursos financeiros de Campos foi apontada como a quinta pior do Rio de Janeiro, de acordo com o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado nessa quinta-feira (21). O estudo tem como base o ano de 2020 e revela que 71,4% das cidades do NF têm situação fiscal difícil ou crítica. Na outra ponta do ranking, São João da Barra aparece como a sétima melhor. No estudo, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), foram avaliados dados de 77 dos 92 municípios do Rio, que, na média, atingiram 0,5249 ponto – enquanto no Norte Fluminense a média foi de 0,4927. O índice varia de zero a um.
*Publicado na Folha da Manhã deste sábado (23).

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    Arnaldo Neto

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