Marcão Gomes: Preços mais altos
Marcão Gomes - Atualizado em 12/10/2021 20:09
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal
Marcão Gomes é advogado e suplente de deputado federal / Divulgação
As pessoas terão que se acostumar com preços mais altos dos alimentos, é o que diz o diretor-executivo de uma gigante internacional do ramo, que está reajustando seus preços em diversos países, afirmando ainda que os consumidores precisarão se acostumar com preços mais altos dos alimentos, visto que a população mundial está crescendo, enquanto a quantidade de terra para cultivo não está. Em longo prazo, no entanto, o executivo avalia que há muito por vir em tecnologia para melhorar a eficácia da produção agrícola, o que tende a ajudar.
O custo de ingredientes como cereais e óleos elevou os preços globais dos alimentos à maior alta em 10 anos, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Durante a pandemia, muitos países viram a produção de matérias-primas diminuírem. Medidas para controlar o vírus, bem como a doença, limitaram a produção e a distribuição. Com a retomada das economias, a oferta desses produtos não tem conseguido acompanhar a retomada da demanda, o que leva a preços mais altos, segundo especialistas. Preços de energia também aumentaram o fardo para os fabricantes e essa ampla gama de fatores está contribuindo para o aumento do custo dos alimentos.
No Brasil, os alimentos acumulam alta de 12,54% em 12 meses até setembro, segundo o IBGE, e itens como óleo de soja e carnes apresentam aumentos ainda mais significativos, pesando sobre os preços a alta global das commodities agrícolas, o elevado nível de exportação devido ao real desvalorizado, secas e geadas que prejudicaram a produção e o custo da energia.
Milho, açúcar, café, soja, óleo de palma, todas essas commodities alimentares básicas têm aumentado de preços. Safras ruins no Brasil, que é um dos maiores exportadores agrícolas do mundo, seca na Rússia, plantio reduzido nos Estados Unidos e estoques na China se combinaram com fertilizantes mais caros, energia e custos de transporte para elevar os preços.
O gás de cozinha já custa mais caro para o consumidor, segundo a ANP o botijão de 13 quilos de gás chega a custar R$ 135 em alguns municípios e a média geral do preço passou para R$ 98,67. A gasolina, também reajustada nesse fim de semana, subiu em média 0,4% nos postos, com preços variando de R$ 4,69 (Cascavel/PR) a R$ 7,24 (Bagé/RS).
O governo precisa implementar medidas urgentes e eficazes no controle dos preços dos alimentos e buscar ainda controlar o excesso de exportações, pois está mais vantajoso exportar do que vender para o mercado interno. Limitar as exportações pode garantir que haja uma oferta maior no Brasil e, por consequência, cessar as sucessivas altas. Sigamos em frente!

ÚLTIMAS NOTÍCIAS